domingo, 24 de dezembro de 2017

DECORAÇÕES DE NATAL


Simbolismo e significado
 

 


As decorações de Natal são por si só, algo que nos encanta e transmite um enorme simbolismo desta época do ano. Transportam-nos igualmente à nostalgia e recordações associadas à nossa infância, adolescência entre outros momentos importantes das nossas vidas. Estas decorações são caracterizadas por cores. As cores tradicionais do Natal são o verde escuro, vermelho e branco. Embora para a maioria estas cores natalícias sejam banais nesta quadra, no entanto elas são simbólicas. As cores verde escuro representa esperança, juventude e a natureza, o vermelho para o catolicismo, é o amor incondicional, ensinado por Jesus, e representado pelo seu sangue derramado. As cores azul e branco são muitas vezes utilizados para representar o inverno. Ouro e prata também são muito comuns, estas cores representam o majestoso, o sol, a luz e a presença do divino, assim como a novidade. Ícones típicos do Natal incluem a decoração do pinheiro, árvore de Natal, o Menino Jesus, a estrela de Belém, as guirlandas e o Pai Natal. Existem muitos tipos diferentes de decoração utilizadas em função das tradições e recursos disponíveis. Por tradição, o dia de montar as decorações de Natal varia em cada país. Nos Estados Unidos por exemplo, o início da montagem da árvore de Natal é no Dia de Acção de Graças, no Brasil o dia certo para montar a árvore de Natal é no 4° domingo antes do Natal, dia que marca o início do Advento. Já em Portugal a tradição diz que deve ser montada a 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição padroeira de Portugal. Algumas pessoas têm como tradição coroar a árvore de Natal com uma estrela no dia 25 de dezembro, simbolizando a Estrela de Belém. A festa cristã relata que no dia 6 de janeiro, em que se comemora o Dia de Reis, data que assinala a chegada dos Três Reis Magos a Belém, encerrando as festas do Natal, quando a árvore de Natal e demais decorações natalícias são desmontadas, encerrando assim a magia do Natal.

 

As cores típicas e elementos que caracterizam o Natal (arq. priv.)





Natais nostálgicos em família dos anos 50 e 60 (arq. priv.)



Natal da nossa infância (arq. priv.)





Palete com as tradicionais e simbólicas cores do Natal (arq. priv.)



Tradicionais bolas de vidro de Natal
com cores simbólicas (col. priv.)



Bolas decorativas tradicionais em vidro com algumas das cores simbólicas do Natal (col. priv.)



Decorações tradicionais natalícias (arq. priv.)



Imagem típica do Pai Natal tradicional (col. pess.)




Árvore de Natal com Presépio Napolitano ( Museu Metropolitano de Arte)



Árvore com presépio de Natal 2016 em porcelana biscuit policromada
( col. pess.)




Tradição da colocação da Estrela  de Belém na árvore de Natal
 (arq. priv.)




O simbolismo da árvore de Natal é considerado por alguns como uma "cristianização" da tradições e rituais pagãos em torno do Solstício de Inverno, que incluía o uso de ramos verdes, além de ser uma adaptação de adoração pagã das árvores. Na antiguidade, a árvore de Natal, geralmente um pinheiro ou um carvalho, era considerada sagrada e representava a vida e a salvação. O costume de enfeitar árvores é mais antigo que o próprio Natal. Já antes da era cristã, praticamente todas as culturas e religiões pagãs usavam enfeites em árvores para celebrarem a fertilidade da natureza. Os povos assírios e no Egipto era hábito, no Solstício de Inverno, trazerem ramos verdes para dentro das suas casas, como forma de celebrarem a vitória da vida sobre a morte. Os romanos adornavam as árvores em honra de Saturno, que era o seu Deus da agricultura. Os druidas Celtas, em épocas festivas, decoravam os carvalhos com maçãs douradas. Os seus enfeites eram constituídos por pedras e frutos, principalmente maçãs, que sendo de casca amarela, representavam os frutos de ouro existentes no paraíso. Às árvores foram se acrescentando elementos, como por exemplo a maçã vermelha que recordava a maçã do pecado, também hóstias não consagradas, doces, etc. Considera-se que a primeira árvore de Natal foi decorada em Riga, na Letónia em 1510. Outra versão ainda sobre a procedência da árvore de Natal indica a Alemanha como país de origem. Uma das mais populares versões atribui a novidade ao padre Martinho Lutero (1483-1546), autor da Reforma Protestante do século XVI. Diz a lenda que Martinho Lutero olhando para o céu através de uns pinheiros que cercavam o caminho, viu-o intensamente estrelado parecendo-lhe um colar de diamantes encimando a copa das árvores. Tomado pela beleza daquela visão, decidiu arrancar um galho para levar para casa. Ao chegar a casa, entusiasmado, colocou o pequeno pinheiro num vaso com terra e, chamando a esposa e os filhos, decorou-o com pequenas velas acesas afincadas nas pontas dos ramos. Em seguida, enfeitou-a com papéis coloridos. Representando assim o que ele vira lá fora. Afastando-se, todos ficaram pasmos ao verem aquela árvore iluminada a quem parecia terem dado vida. Era o que ele vira lá fora. Nascia assim a árvore de Natal. Queria com isto assim, mostrar às crianças como deveria ser o céu na noite do nascimento de Jesus. No entanto, como o uso de árvores adornadas tem origem pagã, a adopção da árvore de Natal foi muito mais rápida nos países nórdicos e no mundo anglo-saxónico. A partir do século VI, os enfeites de Natal evoluíram: As maçãs, perecíveis, foram substituídas por bolas e outros enfeites, representando igualmente os frutos da vida. A sua posição na árvore também era importante, pois representa uma hierarquia em que quanto mais alta a bola estivesse na árvore, maior espiritualidade representava. A tradição da colocação de bolas de Natal na árvore varia, não só no seu tamanho e cor, como no número de bolas colocadas: Em algumas famílias colocam-se somente 12 bolas (ou múltiplos de 12) em representação dos 12 apóstolos. Noutras colocam-se 33 bolas para lembrar a idade de Jesus aquando da sua morte. Há ainda quem coloque 24 a 28 bolas, uma a uma, de modo a acompanhar cada dia do Advento (primeiro tempo do ano litúrgico, antes do Natal). Em certas ordens religiosas, as bolas de Natal representam orações para o período do Advento, e cada cor aí tem o seu significado: Bolas azuis representam orações de arrependimento, bolas prateadas representam orações de agradecimento, as bolas douradas, orações de louvor e as vermelhas, orações de prece. Quer seja seguindo um ritual ou tradição, ou ainda, colocadas aleatoriamente, as bolas de Natal continuam a ser um enfeite de destaque em todas as árvores de Natal. As primeiras bolas de Natal coloridas de vidro surgiram no século XVIII e foram feitas por sopradores de vidro da Boémia (actual República Checa). As bolas eram de vidro insuflado e pintadas artesanalmente por estudantes de Belas-Artes.
Em 1847, Hans Greiner II (que era um descendente do Hans Greiner que havia estabelecido a primeira vidraça de Lauscha em 1597) começou a produzir ornamentos de vidro na forma de frutas e nozes. Estes foram feitos num processo único, soprado a mão, combinado com moldes. O interior do ornamento foi feito para parecer prateado, primeiro usando mercúrio ou chumbo, depois usando um composto especial de nitrato de prata e água açucarada. Os filhos e netos de Greiner, Ernst, Otto, Willi e Kurt, continuaram a tradição de ornamento de Natal. Era habito em alguns locais decorar as árvores de Natal com mação, mas segundo alguns registos, um dia, no inverno de 1858, na cidade de Lorena francesa de Goetzenbruck, a colheita de maçãs foi muito pobre e com isso as árvores natalícias não puderam ver assim seus ramos decorados. Como esta região de Goetzenbruck era um lugar de sopradores de vidro e desde 1721 existia ali uma fábrica de vidro especializada na elaboração de vidro para relógios, a fabricação que deu origem a cristaleiras menores. Quando acabaram as maçãs, um vidraceiro hoje desconhecido daquela região, quis consolar as crianças com algo que se tornou mais lindo que o belo fruto vermelho: o inspirado vidraceiro tomou um pedaço de vidro, o soprou (técnica usada então, e ainda actualmente em muitos lugares) e formou a primeira linda e germinativa bola de Natal na região francesa. Paralelamente a estes elementos decorativos de Natal, as fitas coloridas e guirlandas em cordões de contas de vidro e em folha de metal leve brilhantes, passam a fazer também parte dos adornos das árvores. Mas foi só durante o século XIX que a árvore de Natal se começou a difundir pelo resto do mundo, assim como as suas decorações, muito graças à contribuição da monarquia britânica. O príncipe consorte do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda Alberto (1819 - 1861), de origem alemã, o marido da rainha Vitória do Reino Unido (1819 - 1901), montou uma árvore de Natal no palácio real britânico. Foi então tirada uma fotografia da família real junto à árvore, fotografia essa que foi publicada em gravura na revista "The Illustrated London News", no Natal de 1846. Esta tradição foi levada para o continente americano mais tarde por alguns alemães, que foram viver para os EUA durante o período colonial assim como pelas influências britânicas do século XIX.
 




Representação da comemoração do Solstício de Inverno junto à árvore da vida
 pelos povos assírios (col. priv.)



Mosaico com representação dos festejos em honra de Saturno na Roma antiga
(col. Museu Arqueológico de Nápoles)



Tradição druida Celta da decoração do carvalho na época festiva (col. pess.)




Martinho Lutero 1483 - 1546 (col. priv.)



A árvore de Natal brilhante e estrelado que na lenda Martinho Lutero terá visto (arq. priv.)



Representação da árvore de Natal de Marinho Lutero de 1860 (col. priv.)



Tradição das maçãs vermelhas na decoração da árvore de Natal (arq. pess.)



Tradição da árvore de Natal decorada com maçãs
(col. pess.)



Tradicional decoração de Natal dos países nórdicos
com bolas de vidro e guloseimas (arq. priv.)


Bolas decorativas de Natal em vidro vermelhas do séc. XIX
em substituição das tradicionais maçãs (col. pess.)



Bolas decorativas  tradicionais em vidro com algumas das cores simbólicas do Natal (col. priv.)

 


Famílias de artífices de Lauscha produzindo decorações de Natal em vidro
no final do séc. XIX (arq. priv.)


Embalagem com bolas e elementos decorativos de Natal em vidro do final do séc. XIX (col. pess.)
 
 

Bolas de Natal decorativas em vidro alemãs do final do séc. XIX (col. pess.)




Decorações de Natal em vidro alemã do final do séc. XIX (col. pess.)



Bolas e lanterna decorativas de Natal em vidro de finais dos séc. XIX e do séc. XX (col. pess.)



Bola decorativas de Natal em vidro típicas alemãs em forma de frutos e outros elementos
do início do séc. XX (col. pess.)



Sortido de bolas decorativas de Natal em vidro do início do séc. XX
(col. priv.)




Manufactura de elementos decorativos de Natal em vidro na actualidade (arq. priv.)
 
 

Industria de fabrico de bolas de Natal em vidro na actualidade (arq. priv.)



Bolas decorativas de Natal em vidro em fase de acabamento e decoração 
na actualidade (arq. priv.)



Tradicionais decorações e bolas de Natal em vidro e decoradas
de fabrico actual (col. priv.)



Guirlandas decorativas de Natal com contas  de vidro brilhantes
do séc. XIX (col. priv.)



Guirlandas decorativas de Natal em folhas de metal leve brilhante
do início do séc. XX (col. priv.)




Primeira árvore de Natal feita pela família real inglesa em 1846 com a presença da rainha Victória,
o príncipe consorte Alberto e os membros da família real,
publicada na revista "The Illustrated London News"
(col. priv.)


Árvore de Natal do período victoriano com fitas e cordões de contas decorativos
em cromo da época (col. pess.)




Aspecto das comemorações do Natal nos EUA durante o período da Guerra Civil em 1863 
numa publicação da época (col. pess.)



Postal ilustrado de finais do séc. XIX com alusão à árvore de Natal
em vários países de expressão inglesa e francesa (col. pess.)




Ainda assim a tradição da árvore de Natal nos países católicos, como Portugal foi ganhando aceitação muito lentamente, pois a tradição de Natal eram os presépios, como única decoração da sua celebração. Embora no mosteiro cisterciense de Alcobaça, no século XV, na véspera de Natal, era costume suspender na zona do altar, ramos de loureiro com laranjas vermelhas em que se inseriam candeias acesas. Até meados do século XIX, a tradição do Natal, em Portugal, tinha como centro a figura do presépio. A tradição da árvore de Natal, é trazida para Portugal por Ferdinand von August Franz Anton von Sachsen- Coburg-Gotha-Koháry, que viria a ser o rei consorte D. Fernando II de Portugal (1816 - 1885), de origem alemã, em meados do séc. XIX (tema já desenvolvido em artigo anterior). Desde então no Natal, D. Fernando II passou a mandar decorar um abeto com velas, frutos da época como romãs, maçãs, peras, laços e bolas de vidro transparente, que era colocado, em cima de uma mesa, na sala de estar privada da Família Real, no Palácio das Necessidades. Também se costumavam colocar na árvore já decorada, algumas guloseimas (chocolates e saquinhos de celofane com frutas cristalizadas). No dia 24 à noite, o rei vestia-se de São Nicolau e ele próprio entregava os presentes que trazia dentro de um grande saco, aos seus filhos. Todo esse ambiente natalício do rei D. Fernando e da sua família, pode ser apreciado em duas gravuras e água-forte da sua autoria. O original de um deles de 1848, representando-se a si próprio como Pai Natal ou São Nicolau, rodeado de sete crianças (seus filhos e da rainha de Portugal D. Maria II) pode ser apreciado no Palácio Nacional da Ajuda. Mas o que é significativo na imagem é o facto de, segundo se crê, ela ser a primeira representação de uma árvore de Natal em Portugal. Mas a divulgação da árvore de Natal em Portugal deu-se especialmente durante o século XX, mais propriamente na década de 60, devido à revolução nos meios de informação e comunicação, como a televisão, altura em que, também, a figura do "Pai Natal" começou a "ganhar terreno" ao Menino Jesus – única verdadeira razão pela qual se celebra o Natal, pois Natal significa nascimento; neste caso, é a celebração do nascimento de Jesus. Também as decorações natalícias se adaptaram aos nossos costumes. Devido à grande proliferação de pinheiros mansos e bravos em Portugal, estes passam a ser adoptados durante muitas décadas para fazer a tradicional árvore de Natal no nosso país. A árvore de Natal é um hábito que se generalizou a um grande número das famílias portuguesas, os elementos pagãos superaram de alguma forma as figuras do presépio que inicialmente marcavam o Natal português, embora por tradição se juntem nas decorações natalícias. Até meados dos anos 60 os elementos para as decorações de Natal, eram produzidas e importadas do estrangeiro, nomeadamente da Alemanha, Áustria e Itália onde a produção destes elementos era tradicional. De referir que consoante as épocas e os momentos históricos muitas decorações natalícias, nomeadamente as bolas e outras decorações, foram produzidas à semelhança dos acontecimentos históricos vividos, nomeadamente em países como a Alemanha, país produtor deste tipo de artefacto. Desde que sugiram, as bolas decorativas de Natal, para além do fabrico em vidro, que tanto as caracteriza, também passam a ser feitas em outros materiais, como cerâmica, metal e palhinha, assim como ornamentadas com matérias diversos como fio de ouro e prata, pequenas pedras brilhantes, seda e tecidos vários. As decorações de Natal portuguesas made in Portugal nasceram em 1966, quando a fábrica da Soupinto, fundada por Sousa Pinto, que tinha vindo de Angola com algum dinheiro e conseguiu fazer bons negócios na compra de maquinaria alemã e matérias-primas italianas. Esta fábrica abriu portas na Amadora e aí produziam-se bolas coloridas, sinos, fitas, árvores de Natal artificiais entre outras decorações natalícias diversas. Estes produtos eram exportados para toda a Europa. A partir deste época começa a ser hábito, até por razões de preservação da natureza, a utilização das árvores de Natal artificiais em Portugal. Hoje esta empresa é importadora de muitas das decorações natalícias comercializadas em Portugal. No mercado actualmente, os elementos decorativos das árvores de Natal, salvo raras excepções, são em material plástico fabricados na China, existindo diversos tipos de decorações para todos os gostos e preços. Existem porém algumas peças no mercado de fabrico tradicional e nos materiais tradicionais para quem prefere, como vidro, tecido, madeira e metal. As árvores de Natal fazem parte da decoração principal em todos os lares nesta quadra festiva pelo mundo, existem muitos tipos de árvores natalícias e em diversos materiais consoante a imaginação dos artífices e decoradores.
Segundo a antiga tradição alemã, a decoração de uma árvore de Natal tem vários objectos com os mais variados significados e construídos nos mais diversos materiais, de entre eles:


Casa: protecção

Coelho: esperança

Chávena: hospitalidade

Pássaro: alegria

Rosa: afeição

Cesta de frutas: generosidade

Peixe: bênção de Cristo

Pinha: fartura

Pai Natal: bondade

Cesta de flores: bons desejos

Coração: amor verdadeiro


Outros elementos decorativos de Natal com simbologia são:


Os sinos que relembram os sinos usados nas ovelhas, simbolizam igualmente a súplica ao bom pastor para guiar de volta ao seu rebanho.


Os laços nos presentes representam a irmandade, uma vez que os laços estão amarrados servem como lembrança de que todos somos criaturas de Deus.



 
Comemorações do Natal dos frades cistercienses no séc. XV 
(col. priv.)



Rei consorte D. Fernando II 1816 - 1885
responsável pela introdução da primeira
árvore de Natal em Portugal
 (col. Palácio Nacional da Pena, Sintra)



Desenho elaborado pelo rei D. Fernando II de Portugal alusivo às suas comemorações de Natal em família
com os infantes, incluindo Pedro V, ainda crianças, em 1848
(col. Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa)


Desenho do rei D. Fernando II com a primeira árvore de Natal em Portugal em 1844
e o futuro rei D. Pedro V em criança com um brinquedo
(col. Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa)





Representação da árvore de Natal em postal português
dos CTT de 1944 (col. priv.)



Árvore de Natal tradicional portuguesa com pinheiro manso
(arq. priv.)




Bolas de Natal em vidro alemãs com fantasias associadas à I Grande Guerra Mundial,
representações associadas a um período da história (col. priv.)



Bolas decorativas de Natal em vidro alemãs alusivas ao período do regime Nazi (col. priv.)



Figuras decorativas de Natal diversas em vidro alusivas a temas da época dos anos 50 e 60
(col. priv.)


  
Bola de Natal em vidro com tema decorativo típico inglês (col. priv.)


Bola de Natal em vidro com tema decorativo actual (col. priv.)




Bolas de Natal decoradas com tecido, pedras, fios de ouro e prata (col. priv.)




Embalagem com colecção de elementos decorativos de Natal em vidro
de fabrico alemão do início do séc. XX (col. priv.)
 
 

Embalagens de bolas decorativas de Natal em vidro comercializadas em Portugal
no início dos anos 60 (col. priv.)



Árvore de Natal artificial de meados dos anos 70
com decoração de bolas coloridas em plástico
(arq. priv.)


Bolas de Natal coloridas actuais de fabrico em plástico (arq. priv.)




Decorações de árvore de Natal clássica com bolas coloridas em vidro
e outros elementos de diversos materiais alusivos à quadra
na actualidade (col. pess.)



Árvore de Natal clássica com presentes típicos desta quadra (arq. priv.)



Diversos estilos e decorações de árvores de Natal (arq. priv.)




Alguns dos objectos decorativos típicos com significado da árvore de Natal alemã (arq. priv.)



Árvore de Natal decorada com os simbólicos laços (arq. priv.)




A origem da tradição das guirlandas e dos festões, segundo consta, começou no Hemisfério Norte, com a superstição de que heras, pinheiro, azevinho e outras plantas consideradas poderosas que ofereciam protecção contra bruxas e demónios no inverno, para além de afugentarem a má sorte. Na Roma antiga na época do Solstício de Inverno, as guirlandas eram colocadas igualmente nas portas das casas para dar "boas-vindas" aos Deuses para desejar boa sorte e saúde aos elementos de cada família. Porém, na Idade Média as guirlandas de Natal eram usadas por muito tempo. Naquela época, eram deixadas durante todo o ano nas portas das casas, isto porque se acreditava que elas podiam proteger contra a má-sorte e os demónios. Segundo crenças, há quem diga que os ramos verdes trazem felicidade e o formato circular representa esperança, lembrando que a vida é um ciclo de nascimento e morte. Por volta do século XIX, as guirlandas  e os festões de Natal foram incorporadas pelo Cristianismo. Foi então que muitos passaram a denomina-las coroas do Advento, período que compreende os quatro domingos anteriores ao da chegada de Jesus e funciona como uma preparação da alma para essa época do ano. Era esse o nome dado a um período de quatro semanas que antecede o Natal. E essa coroa do Advento era adornada com 4 velas coloridas, além dos ramos e das flores. Durante as quatro semanas, a cada domingo uma delas deveria ser acesa, e para cada uma delas existe um significado e o dia certo de ser acesa. Assim, a vela verde no 1º domingo do advento, a roxa no 2º domingo, a vermelha no 3º domingo e a branca no 4º domingo. Na Igreja Católica as velas da coroa do advento, geralmente segue as cores litúrgicas semelhantes vestes sacerdotais, roxo no 1º domingo, roxo no 2º domingo, roxo no 3º domingo e roxo no 4º domingo. O roxo simboliza a conversão e o rosa a alegria e expectativa do encontro com Jesus em meio a conversão. Exposta nas igrejas nas quatro semanas que precedem o Natal de Jesus, geralmente é posta próxima ao presépio ou do ambão, num lugar de destaque no templo. Simboliza a alegria da espera do Senhor que está para vir, o Advento de Jesus. Muitas versões desta coroa do Advento surgem em forma de centros decorativos de Natal para decorar os lares por todo o mundo nesta quadra. Independentemente da crença, decorar as portas, as janelas, varandas ou a parede das casas com as guirlandas de Natal é um hábito comum no mundo. Algumas pessoas chegam até a dispensar a tradicional árvore de Natal, mas não abrem mão do enfeite da guirlanda de Natal. Actualmente as guirlandas e festões de Natal apesar de serem uma decoração meramente natalícia, ainda são colocadas nas portas, janelas e varandas, pois existem crenças nas quais elas representam paz, prosperidade e recomeço. As decorações das guirlandas são variadas consoante o gosto e originalidade de cada um. Uns preferem guirlandas mais simples, sem adornos, outros compram guirlandas já confeccionadas, com laços, pequenas bolas, maçãs, azevinhos, pinhas e enfeites variados, e há quem decida criar uma exclusiva, personalizando cada detalhe. Os elementos das guirlandas actualmente são na sua maioria artificiais, existem no entanto algumas com elementos naturais, dependendo do gosto e do preço. O mesmo acontecendo com os típicos festões de Natal utilizados na decoração de portas, varandas, janelas, etc.


 
Tradicionais decorações com das plantas como a hera e o azevinho consideradas
poderosas na protecção contra as superstições na antiguidade (arq. priv.)



Guirlanda tradicional como as da antiguidade, associando os ramos das plantas
com significado místico (arq. priv.)
 


Elaboração de guirlandas de Natal com elementos naturais (arq. priv.)



Ambiente de decorações natalícias no séc. XIX com os tradicionais festões (col. pess.)



Festão decorativo de Natal do séc. XIX (col. pess.)



Tradicional guirlanda de Natal com elementos naturais (arq. priv.)



Típica coroa do Advento com as velas de cores simbólicas (arq. priv.)




 
Centros de Natal diversos com velas e elementos decorativos alusivos à quadra (arq. priv.)
 
 


Festões de Natal e suas aplicações nas decorações natalícias
(arq. priv.)




Tradicional guirlanda de Natal com elementos naturais e artificiais (arq. priv.)



Guirlanda de Natal com elementos artificiais e naturais (col. pess.)



Bolas em vidro de cores diversas em guirlanda de Natal (arq. priv.)




Decoração com festões de Natal com iluminação para exterior (arq. priv.)



Decorações de Natal típicas dos EUA com guirlandas e festões na actualidade (arq. priv.)




O presépio também representa uma importante decoração natalícia. Ele mostra o cenário do nascimento de Jesus, ou seja, uma manjedoura, os animais, os réis Magos e os pais do menino. No ano de 1223, no lugar da tradicional celebração do Natal na igreja, São Francisco de Assis, tentando reviver a ocasião do nascimento do Menino Jesus, festejou a véspera do Natal com os seus irmãos e cidadãos de Assis na floresta de Greccio. São Francisco começou então a divulgar a ideia de criar figuras em barro que representassem o ambiente do nascimento de Jesus, montou o primeiro presépio, em tamanho natural, numa gruta da cidade. O que restou desse presépio encontra-se actualmente na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. De lá para cá, não há dúvidas que a tradição do presépio de Natal difundiu-se pelo mundo cristão, criando uma ligação com a festa do Natal. Em Portugal, segundo registos, terá sido encomendado um presépio de Natal em 1558 ao escultor Bastião d'Artiaga pela irmandade dos livreiros de Lisboa, na igreja de Santa Catarina do Monte Sinai. Mas o auge dos grandes presépios de Natal em Portugal surgem no auge do estilo barroco, entre os séculos XVII e XVIII. Já no século XVIII, a recriação da cena do nascimento de Jesus estava completamente inserida nas tradições de Nápoles e da Península Ibérica. Neste mesmo século, vindo de Nápoles, o hábito de manter o presépio nas salas dos lares com figuras de barro ou madeira difundiu-se por toda a Europa e de lá chegou a todo o mundo católico. Hoje, nas igrejas e nos lares cristãos de todo o mundo são montados presépios recordando o nascimento do Menino Jesus, com imagens, de madeira, barro ou plástico, em tamanhos diversos. Desde os tradicionais presépios portugueses de Extremoz em barro policromado aos de Barcelos, passando pelos modelos decorativos mais diversificados, alguns incluindo o tradicional comboio de Natal muito associado a esta quadra, até aos escultóricos públicos da autoria de artistas plásticos e escultores conceituados. O significado de Presépio, em hebraico significa "a manjedoura dos animais", sendo também utilizada como sinónimo de estábulo. No Novo Testamento, segundo São Lucas, Jesus ao nascer foi reclinado numa manjedoura, como as muitas que existiam nas grutas da Palestina, utilizadas para recolher animais. Desde a aceitação da árvore de Natal por parte do cristianismo, o presépio e a representação da árvore coexistem ambos os ícones, juntando assim o pagão e o religioso. Existem actualmente diversos tipos de presépios e elaborados nos mais diversos tipos de materiais, havendo portanto modelos de todos os estilos e para todos preços no mercado.




Representação do que teria sido o primeiro presépio de Natal
representado por São Francisco de Assis em 1223
(col. pess.)

Presépio de Natal em alto relevo de retábulo espanhol do séc. XVII (col. priv.)



Presépio de Natal Kamenesky executado para a Real Barraca da Ajuda em  1783
(col. Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa)



Cromo do final do século XIX juntando o pagão ao religioso,
a árvore e o presépio de  Natal (col. pess.)


Representação do presépio com a árvore de Natal na actualidade (arq. priv.)



Presépio de Natal  em porcelana biscuit policromado representando a Sagrada Família,
os Reis Magos e o pastor (col. pess.)


Imagens da Sagrada Família do típico presépio de Natal de Estremoz
da autoria das irmãs Flores (col. priv.)


Vista geral do presépio de Natal tradicional português com figuras em barro de Barcelos
 (col. de José Gonçalves)
 

Presépio de Natal representando a Sagrada Família
com forma de bolota em resina (col. RD)
 

Tradicional presépio de Natal com as figuras da Sagrada Família
e os Reis Magos numa representação publica
(foto Paulo Nogueira)


Tradicional presépio de Natal com comboio (foto L. Marques)



Presépio de Natal, em aço e bronze do escultor José Aurélio
no Santuário de Fátima, junto ao edifício da Reitoria 
(foto Paulo Nogueira)




Segundo as tradições mais antigas, os povos europeus decoravam as suas casas "com luzes e sempre-verdes de todos os tipos" isto, segundo as tradições, para celebrar o Solstício de Inverno e combater espíritos maus. A iluminação com velas, também passou a ser tradicional no Natal cristão, as velas ou as luzes, simbolizam a luz de renovação na vida das pessoas e a luz de Jesus. Em meados do século XVII surge a primeira técnica de iluminação das árvores de Natal, com velas aplicadas com cera ou pinos espetados nos ramos da árvore de Natal. No entanto, levou mais de dois séculos para a tradição se tornar amplamente estabelecida, primeiro na Alemanha nas classes mais ricas e logo tendo sido espalhada esta tradição pela Europa Oriental. Por volta de 1890, pequenos candelabros metálicos com molas foram utilizados pela primeira vez para as velas das árvores de Natal. Entre 1902 e 1914, pequenas lanternas e bolas de vidro para segurar as velas começaram a ser usadas também. As velas permaneciam acesas por apenas alguns minutos por noite e mesmo assim as famílias permaneciam em torno da árvore para vigiá-la. Tornou-se um sistema perigoso no que respeita a incêndios. Como curiosidade, muitas companhias de seguros nos EUA advertiam para os perigos deste sistema de iluminação das árvores de Natal devido aos danos que poderiam causar. No final de 1880, o inventor da lâmpada eléctrica incandescente, Thomas Alva Edison (1847 -1931), pendurou diversas lâmpadas incandescentes ao redor do seu laboratório no Parque Menlo, para chamar a atenção de quem passava por ali, instalando igualmente em sua casa, na sua árvore de Natal, lâmpadas eléctricas do mesmo tipo. Dois anos depois em 1882, Edward Hibberd Johnson (1846 - 1917), vice presidente da Edison Electric Light Company, fez a primeira árvore de Natal com cerca de 80 lâmpadas especiais eléctricas de cores azul, branca e vermelha, que eram ligadas à mão entre si. Estas luzes foram ligadas pela primeira vez a 22 de dezembro de 1882, na árvore de Natal que Edward Hibberd Johnson, tinha na sua residência na Quinta Avenida em Nova Iorque. Nesse mesmo ano de 1882 é registada uma patente para sistema de iluminação de pequenas velas para árvore de Natal com lâmpadas incandescentes. Em 1900, a companhia General Electric comprou os direitos de patente para as lâmpadas de Edison, o primeiro anúncio conhecido para as luzes da árvore de Natal apareceu na "Scientific American Magazine". Eram de tal forma caras que o anúncio sugere alugar luzes para uma exibição como uma alternativa. Vinte e cinco anos depois, a procura deste tipo de decoração aumentou. Havia 15 empresas no negócio de fabricar e vender luzes de Natal, e em 1925 formaram um consórcio chamado NOMA Electric Corporation, o maior fabricante de luzes de Natal do mundo. Esta famosa marca de luzes decorativas de Natal produziu nos anos 20 um sistema alimentado a pilhas, isto por uma questão de segurança e também porque muitos locais ainda não possuíam fornecimento de electricidade. A evolução das luzes de Natal é semelhante à da lâmpada, com algumas variações incrivelmente ornamentadas. As luzes de Natal são um acessório geralmente colocado numa árvore de Natal ou numa decoração de casas, de lojas ou empresas, para iluminá-las. É constituída por um fio com diversas lâmpadas de incandescência ou LEDs, que piscam repetidamente em sequência ou não. As lâmpadas das luzes de Natal mais baratas, são geralmente ligadas em série. Outras piscam de forma desordenada, outras nem piscam. No sistema mais antigo de  pisca-pisca das lâmpadas funcionava através de uma lâmpada que ao ligar aquece um pequeno interruptor metálico, que dilata, tirando o contacto da lâmpada e fazendo com que ela se apague. Depois da lâmpada se apagar arrefece, o interruptor metálico contrai-se e volta a ligar a lâmpada, fazendo-a piscar. Isto de modo sucessivo. Os sistemas actuais de luzes de Natal têm várias sequências de lâmpadas ligadas e outros piscam em sequências, programadas ao gosto do usuário, através de um pequeno controlo, geralmente, transistorizado, acoplado ao fio. As lâmpadas podem ser coloridas, ou de uma só cor. Actualmente estas pequenas lâmpadas de incandescência são substituídas por LEDs. Para além das decoração das árvores de Natal e das de casas, também as luzes de Natal são utilizadas nas decorações de edifícios, elementos estáticos, como postes, pontes e árvores, estabelecimentos comerciais, prédios públicos e ruas de cidades com elementos que representam o Natal. Havendo em algumas zonas até uma competição para ver qual a casa, ou estabelecimento, que teve a decoração mais bonita, com direito a receber um prémio. A cidade de Lisboa é um exemplo onde desde meados dos anos 50, a CML se esmera em iluminar as suas principais artérias, praças e edifícios da capital. No início estas iluminações eram com lâmpadas de incandescência e mais recentemente recorrendo à tecnologia LED. No entanto muitas cidades portuguesas e do mundo nesta quadra natalícia enchem-se de luzes e cor.




Representação da luz do solstício com velas como na antiguidade (arq. priv.)




Representação da tradição de colocação de velas nos galhos
das árvores de Natal como no séc. XVII (arq. priv.)
 


Tradicional árvore de Natal iluminada com velas em cromo do séc. XIX
(col. pess.)




Pormenor de castiçal para vela com mola de aplicação em pinheiro de Natal (arq. priv.)



Natal em família com árvore iluminada com velas no século XIX (col. priv.)



Representação de árvore de Natal em 1891 iluminada por velas, por Johansen Viggo
(col. Hirschsprungske Samling)





Criança decorando a árvore de Natal com velas no final do séc. XIX (arq. priv.)



Árvore de Natal com iluminação eléctrica montada por Edison em sua casa em 1880 (arq. priv.)



Árvore de Natal de Edward Jhonson iluminada com lâmpadas eléctricas em 1882
(arq.  Thomas Edison Museum)



Desenho de patente de 1882 para sistema de vela de árvore de Natal com lâmpada eléctrica
(col. priv.)



Anúncio do início do séc. XX às lâmpadas de Natal Edison (arq. priv.)



Decorações natalícias no início do séc. XX utilizando ainda velas na árvore de Natal
em cromo de 1900 (col. pess.)



Publicidade de 1901 alertando para o perigo de velas nas árvores de Natal
e da vantagem das lâmpadas de Natal Edison (col. priv.)




Publicidade de luzes de Natal decorativas eléctricas do princípio do séc. XX (col. priv.)



Exterior de  embalagem de série de luzes de Natal com lâmpadas eléctricas
de 1924 da marca PROPP (col. priv.)
 


Série de luzes de Natal da marca NOMA de 1926 (col. priv.)



Publicidade a sistema de série de luzes de Natal da marca NOMA
alimentadas por pilhas de 1928 (col. priv.)


Embalagem com série de luzes de Natal com lâmpadas eléctricas
alimentadas a pilhas da marca NOMA de 1928 (col. priv.)



Decoração com luzes de Natal eléctricas dos anos 20 (col. priv.)



Cartaz publicitário de luzes de Natal da marca NOMA de 1948
(col. priv.)



Anúncio de luzes e ornamentos de Natal da marca NOMA dos anos 40/50
(col. priv.)



Embalagem de série de luzes de Natal com lâmpadas eléctricas
dos anos 50 da marca NOMA (col. priv.)



Decoração com sistema de luzes de Natal da marca NOMA dos anos 50 (col. priv.)




Moderna série de luzes de Natal com lâmpadas de incandescência (arq. pess.)
 


Série de luzes de Natal com tecnologia LED (arq. priv.)
 

Série de luzes de Natal com tecnologia LED multicolor (arq. priv.)



Árvore de Natal tradicional em pinheiro manso
com iluminação de incandescência (arq. priv.)



Ambiente natalício com as decorações tradicionais e iluminações de tecnologia LED (arq. priv.)



Iluminações de Natal da Rua do Ouro, Lisboa nos anos 50 (arq. AML)
 
 
 
 Iluminações de Natal da Rua Garret, Lisboa em 1959, foto Estúdio Horácio Novais
(arq. Biblioteca de Arte da F. C. G.)


Iluminações de Natal da Rua do Carmo, Lisboa em 1959 (foto Armando Serôdio, arq. AML)



Iluminações de Natal da Rua Áurea, Lisboa em 1959, foto Armando Serôdio (arq. AML)
 


Iluminações de Natal na Avenida Guerra Junqueiro  Lisboa em 1970, foto Estúdio Mário Novais
(arq. Biblioteca de Arte da F. C. G.)





Aspecto da iluminação da árvore de Natal da Praça do Comércio
em Lisboa de 2017 (foto Paulo Nogueira)


Decoração de Natal iluminada do Largo de Camões
em Lisboa de 2017 (foto Paulo Nogueira)


Pormenor da iluminação decorativa de Natal do Largo de Camões em Lisboa de 2017
(foto Paulo Nogueira)



Decorações de Natal do edifício dos Armazéns do Chiado
em Lisboa de 2017 (foto Paulo Nogueira)



Iluminações de Natal da Rua do Carmo, Lisboa em 2017
(foto Paulo Nogueira)


Iluminações de Natal da Rua Nova do Almada, Lisboa em 2017
(foto Paulo Nogueira)



Iluminações de Natal da Rua Augusta, Lisboa em 2017
(foto Paulo Nogueira)

Árvore de Natal na Praça General Humberto Delgado no Porto de 2017 (arq. CMP)
 


Iluminações de Natal no Rockefeller Center de 2017 em Nova Iorque (arq. priv.)




Por fim, a mais famosa e difundida figura na comemoração moderna do Natal em todo o mundo, é o Pai Natal, um mítico portador de presentes, vestido de vermelho, cujas origens têm diversas fontes. A origem do nome em inglês Santa Claus pode ser rastreada até o Sinterklaas, holandês, que significa simplesmente São Nicolau. Nicolau foi bispo de Mira, na actual Turquia, durante o século IV, por volta de 280 d. C.. Entre outros atributos dados ao santo, ele foi associado ao cuidado das crianças, à generosidade e à doação de presentes, como saquinhos com moedas próximo das chaminés das casa. Nos finais da Idade Média, a festa de São Nicolau era um pretexto para distribuir alimentos às crianças que padeciam de fome durante o jejum do Advento. Inicialmente figurado como bispo, a publicidade fixou a iconografia de São Nicolau como um velho gordo e bonacheirão, com longas barbas brancas, vestido de vermelho, com o casaco e o barrete debruados a pele branca, de botas e cinturão pretos, a que se associam outros atributos natalícios, como o azevinho. Foi transformado em santo (São Nicolau) pela igreja Católica, após várias pessoas relatarem milagres a ele atribuídos. A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Uma série de figuras de origem cristã e mítica têm sido associadas ao Natal e às doações sazonais de presentes. O Pai Natal em Portugal, Papai Noel no Brasil também conhecido como Santa Claus (na anglofonia), Père Noël e o Weihnachtsmann; São Nicolau ou Sinterklaas, Christkind, Kris Kringle, Joulupukki, Babbo Natale, São Basílio e Ded Moroz. Até o final do século XIX, o Pai Natal era representado com uma roupa de inverno na cor castanho ou verde escura. Por volta de 1886, o cartunista alemão Thomas Nast (1840 - 1902), criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista "Harper’s Weeklys" neste mesmo ano. Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o Pai Natal com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do famoso refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Pai Natal pelo mundo. Esta figura do velhinho das barbas brancas do Pai Natal esta presente em todas as decorações natalícias na actualidade em toda a parte do mundo, fazendo as alegrias de crianças e adultos.



São Nicolau bispo de Mira, na actual Turquia,
durante o século IV, por volta de 280 d. C
(col. priv.)


Postais  com a representação de São Nicolau de finais do séc. XIX (col. pess.)



Gravura com Pai Natal de 1880
(col. pess.)


Postal de Natal de finais do séc. XIX com alusão ao Pai Natal
(col. pess.)


Ilustração de Thomas Nast de 1886 para a revista "Hrper's Weeklys"
 (col. priv.)
 

Figura do Pai Natal oficial da Coca Cola (col. priv.)



Figura decorativa em forma de Pai Natal em vidro (col. priv.)



Decoração com comboio alusiva ao Pai Natal (col. pess.)



Figura do Pai Natal em porcelana numa decoração natalícia (col. pess.)



Tradicional árvore e decorações de Natal de 2017
(foto Paulo Nogueira)





Com todas estas decorações de Natal tão típicas seus simbolismos e significados, votos de um Santo e Feliz Natal!



 



Texto:
Paulo Nogueira



 



Fontes e bibliografia:

MURRAY, Brain, Luzes de Natal e fundação comunitária nos EUA
GANDRA, M. J., Portugal Sobrenatural: Deuses, demónios, seres míticos, heterodoxos, marginados, operações, lugares mágicos e iconografia da tradição lusíada, Esquilo, Lisboa, 2007
PERRY, J., Christmas in Germany: A cultural history. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2010
KAUL, Vivek. "How Coca-Cola turned Santa Claus red", 5 Julho 2010
MILES, C. A., Christmas Customs and Traditions, their history and significance, Dover Publications, Nova Iorque, 2011
SERRÃO, Verissimo, O pinheiro da festa do Natal nas suas reminiscências, encantações e equívocos, Correio do Ribatejo, 2016


 
 

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