60 anos de televisão em Portugal
1957 - 2017
A televisão alterou a forma como víamos o mundo e deu-nos a conhecer realidades que sem ela não seria possível conhecer, por isso podemos concluir que a televisão foi é e será indispensável para todos nós, foi como já lhe chamaram "a caixa que mudou o mundo". O aparecimento da Televisão Pública em Portugal aconteceu em 15 dezembro de 1955, onde é fundada sob o controle estatal, uma sociedade anónima, com capital social de 60,000 contos tripartido entre o Estado português, emissores de radiodifusão privadas e particulares. Foi designada de Rádiotelevisão Portuguesa, SARL (RTP). Após a criação de uma comissão de estudo e execução de projecto pela então Emissora Nacional e o Rádio Clube Português em 1953 (possivelmente a sucessão de estudos foi extensa), com o objectivo de exploração exclusiva de emissão de televisão em Portugal. Foi, inclusive, o grande impulsionador do projecto Marcello José das Neves Alves Caetano (1906 - 1980), na altura Ministro da Presidência de Salazar, tendo visto no fenómeno da televisão um poderoso veículo de propaganda política e um instrumento de enquadramento da população. Marcello Caetano é considerado por isso como o fundador da RTP. O cineasta António Lopes Ribeiro (1908 – 1995), é escolhido para director de programação neste período experimental. A sede da RTP instala-se na rua de São Domingos à Lapa em Lisboa, foi a primeira sede da RTP e manter-se-ia nesta morada por vários anos. As primeiras sessões experimentais em circuito fechado de televisão, têm lugar em 18 de julho de 1955 no Pavilhão das Industrias Portuenses, instalado na Feira Popular do Porto. O contrato de Concessão de Serviço Público de Televisão é assinado em 16 de janeiro de 1956 pelo primeiro presidente da empresa o engº Camilo Mendonça, os dois administradores Botelho Moniz, Stichini Vilela e por Marcello Caetano. Em setembro de 1956 começam a ser realizadas as primeiras emissões experimentais, a partir do recinto da Feira Popular de Lisboa no Parque de Santa Gertrudes em Palhavã (onde hoje se encontra o Fundação Calouste Gulbenkian), para o efeito foi construído um pavilhão constituído por dois corpos para albergar, o pequeno emissor de 0,1 kw RCA (Radio Corporation of America), ligado a uma antena alçada em estrutura metálica tubular, telecinemas, controlos de estúdio e emissão e no centro principal do edifício, um estúdio com régie, equipados pela RCA e PHILIPS/Fernseh GbmH, assim como salas de apoio à produção. De referir que foi a marca Fernseh GbmH quem vem a equipar mais tarde a nível técnico a RTP com câmaras e equipamentos. Jornais influentes na época, como o Século, noticiam esse evento, tido como um acontecimento histórico. Coube ao locutor da então Emissora Nacional (EN), Raul Feio apresentar esse evento a 4 de setembro de 1956, por volta das 21h 30. Pela primeira vez na história, dentro da "caixinha mágica" que ainda muito poucos tinham em casa, num dia histórico para o nosso país. Seguiram-se os primeiros programas e um dos primeiros sorrisos femininos Maria Armanda Falcão como locutora de continuidade. De salientar que foi durante estas emissões experimentais da RTP na Feira Popular que vão surgir alguns nomes que mais tarde farão parte das emissões regulares da RTP, é exemplo disso Maria Helena Varela Santos que a partir destas emissões experimentais será escolhida como primeira locutora efectiva da RTP. As pessoas que estavam na Feira Popular de Lisboa, procuravam com grande entusiasmo os receptores e o pavilhão da RTP, onde estava montado um estúdio separado por vidros de modo a que se podia assistir aos trabalhos dos técnicos, apresentadores e actores. Também em outros pontos do país as pessoas procuravam locais para assistir aquele fenómeno novo em Portugal, um dia que ficou marcado como "um dos maiores acontecimentos do século em Portugal". São instalados em alguns pontos da cidade de Lisboa como Praça dos Restauradores, Largo do Chiado, Armazéns do Chiado, Cinema Monumental, Av. Almirante Reis (na cervejaria Portugália), receptores de televisão para demonstração desta novidade. Na época desses primeiros ensaios da televisão na Palhavã, um receptor custava entre 5900 e 7800 escudos, oito ou nove meses de um salário de um trabalhador não qualificado desse tempo.
Primeiro logótipo da RTP em 1956
(arq. RTP)
Primeira sede da RTP na rua de São Domingos á Lapa em Lisboa
em finais dos anos 50, foto Judah Benoliel (arq. RTP)
Publicidade ao início das emissões de televisão pela RTP em 1956
na Feira Popular de Lisboa (col. priv.)
Aspecto de publico no stand da RTP na Feira Popular de Lisboa em 1956
(arq. RTP)
Primeira antena da RTP na Feira Popular de Lisboa
em 1956 (arq. priv.)
Equipamento de telecinema da RTP em 1956
na Feira Popular de Lisboa (arq. RTP)
Anúncio de jornal alusivo ao início das emissões da RTP e publico
na Feira Popular de Lisboa em 1956 (arq. RTP)
Aspectos de estúdio nas primeiras emissões da RTP na Feira Popular de Lisboa
em setembro de 1956 (arq. RTP)
Programa de entretenimento na emissão da RTP
na Feira Popular de Lisboa em setembro de 1956
(arq. RTP)
Receptor de demonstração de emissão de televisão da RTP
na Feira Popular de Lisboa em 1956 (arq. RTP)
Maria Armanda Falcão na abertura da emissão da RTP
na Feira Popular de Lisboa em setembro de 1957
(arq. RTP)
Lança Moreira entrevista o ciclista Alves Barbosa em programa da RTP
na Feira Popular de Lisboa em 1956 (arq. RTP)
Programa musical da emissão experimental da RTP
na Feira Popular de Lisboa em 1956 (arq. RTP)
Actuação em programa nas emissões da Feira Popular de Lisboa
em setembro de 1956 (arq. RTP)
Modelo de câmara RCA igual às usadas em teste nos estúdios da RTP
na Feira Popular de Lisboa em 1956 (col. priv.)
Modelo de câmara de televisão de estúdio marca Fernseh GmbH
montada em tripé usada na Feira Popular de Lisboa em 1956
e adoptadas pela RTP (col. Museu RTP)
Maria Armanda Falcão, uma das primeiras locutoras das emissões da RTP
na Feira Popular de Lisboa em 1956 (arq. RTP)
Separadores da RTP de avaria técnica 1 (arq. RTP)
Maria Armanda Falcão e Jorge Alves nas emissões da RTP na Feira Popular de Lisboa
em setembro de 1956 (arq. RTP)
O realizador de TV Artur Ramos em ensaios de programa
na Feira Popular de Lisboa em 1956 (arq, RTP)
Público na esplanada junto ao pavilhão da RTP na Feira Popular de Lisboa em 1956 (arq. RTP)
Primitivo slide de mira técnica RCA da RTP de 1956/57 (arq. RTP)
Primeira equipa da RTP em 1956 ainda na Feira Popular de Lisboa (arq. RTP)
Noticia alusiva as emissões da RTP
no jornal Diário Ilustrado de 1956
(arq. priv.)
Anuncio alusivo à RTP e aos receptores de televisão
da RCA em 1956 (col. priv.)
Modelo de receptor de televisão marca Graetz Kornett de 1956
(col. priv.)
Nos meses que seguiram até ao final de 1956, a RTP faz um interregno nas suas emissões, mas logo a 3 de dezembro esta de volta como uma série de emissões piloto apenas para a área da capital, com slides da mira técnica acompanhada de música e pequenos filmes e documentários. Diariamente, era emitido uma curta sequência filmada, na qual a locutora Gina Esteves, fala aos espectadores sobre a televisão e a RTP, pedindo que informassem por escrito para a sede da empresa em Lisboa, sobre as condições em que estava a ser feita a captação das imagens projectadas e do som emitido nas emissões de ensaio técnico, especialmente nas localidades fora de Lisboa. É também no ano de 1957, mais concretamente no mês de fevereiro, que acontece a visita a Portugal da rainha Isabel II de Inglaterra, considerada "a visita da do século", a RTP esteve lá e foi a sua primeira grande cobertura televisiva, contratando para isso, muitos dos que viriam a ser os primeiros repórteres de imagem da estação. A partir deste grande evento mais do que nunca a televisão tinha que se instalar em Portugal definitivamente. E finalmente depois da chegada do equipamento definitivo e da sua instalação, a estação passa então a emitir com regularidade há precisamente 60 anos, no dia 7 de março de 1957 (com cinco meses de atraso em relação à Espanha), que hoje conhecemos vulgarmente como o dia em que, oficialmente nasceu a RTP. Tudo acontece a partir dos estúdios improvisados na Alameda das Linhas de Torres 44 no Lumiar, em Lisboa, onde funcionara, em tempos, um estúdio cinematográfico. Após a marcha de abertura da RTP, é a locutora Maria Helena Varela Santos que às 21h 30, abre o programa com o nervosismo compreensível de uma primeira vez. Todos os programas em estúdio eram transmitidos em directo, com os típicos e naturais incidentes decorrentes da falha de algum equipamento, bem como a falta de preparo de alguns apresentadores. Afinal tudo era novo para nós. As câmaras da RTP de 1957 eram da marca Fernseh GmbH, equipadas com tubos orticon, tendo os mesmos equipado as câmaras até finais da década de 70. Passa também a dispor a RTP, logo em 1957, da primeira unidade móvel, instaladas num carro de exteriores Mercedes Benz encomendados para o efeito. O primeiro carro encomendado estava equipado com as mais evoluídas tecnologias da época, constituindo um verdadeiro estúdio móvel. Mais tarde veículos idênticos seriam encomendados pele RTP para fazer face às necessidades de produção. Por curiosidade o primeiro carro de exteriores estreou-se a 19 de fevereiro de 1958, com um directo de um jogo de futebol no Estádio José de Alvalade entre o Sporting Club de Portugal e o Futebol Clube da Áustria com um resultado de 4 a 0 a favor de Portugal. No que diz respeito à realização, os primeiros realizadores da RTP foram Ruy Ferrão, que tinha feito para isso um estágio na RAI (Radiotelevisione Italiana), Álvaro Benamor e Artur Ramos. Outros fizeram estágios na BBC (British Broadcasting Corporation), como foi o caso de Nuno Fradique e Herlander Peyroteo que mais tarde se revelariam grande realizadores de TV. A programação da RTP funcionava no período das 21:30 às 23:30, incluía programação diversa desde programas musicais de variedades directos, a documentários, filmes, noticiário e actualidades nacionais e internacionais. Programas, figuras de destaque e de grande êxito passaram pela RTP, quer da cultura, passado pelo desporto e a música. O ritmo de trabalho estaria encontrado alguns meses mais tarde. Mas a qualidade desse mesmo trabalho oferecia sempre insatisfação, de que, não poucas vezes, comungava o público-espectador. Dizia-se que tínhamos a melhor imagem e o melhor som, que a técnica da nossa TV se bitolava pelo que de melhor havia lá fora. Mas, os programas... Os programas. Bem, era mesmo sobre eles que as opiniões muito se dividiam. Exigia-se e condescendia-se, tal como hoje. O primeiro teleteatro apresentado pela RTP, "Monólogo do Vaqueiro", realizado por Álvaro Benamor em 11 de março de 1957, numa grande interpretação do actor Ruy de Carvalho, desencadeou as primeiras "chispas". Do público e da crítica, embora esta, na generalidade, se tenha mostrado agradada com o programa escrevendo: "Auspiciosa estreia a do teleteatro, com ‘Monólogo do Vaqueiro’, onde se viram enquadramentos e tomadas de imagem, encenação e desempenho, tudo a merecer carinhoso bravo de louvor e de incitamento." De referir que esta peça e as que se seguiram eram em directo, embora muitas delas fossem gravadas/filmadas em telerecording (equipamento que filmava a imagem de vídeo emitida), o mesmo se passando com os demais programas. A poesia também teve lugar na primeira programação da RTP com o "Programa Literário" apresentados por João Villaret, sendo acompanhado ao piano pelo seu irmão Carlos Villaret e gravado no estúdio C do Lumiar. Um dos primeiros programas de humor começa a ser emitido pela RTP, intitulava-se "Televizinhos", contava com a presença de Vasco Santana, Elvira Velez, Maria Helena Silva, Camilo de Oliveira entre muitos outros, a realização era de Ruy Ferrão. Nesta época os problemas técnicos e cortes nas emissões eram frequentes, como curiosidade muitos brincando com a sigla "RTP", chamavam-lhe "radiotelevisão a passo ou "Raios Te Partam". Nessa altura é coberta uma área onde vivia aproximadamente 60% da população no Continente, passa a dispor de um emissor mais potente de 100 kw, fornecido pela Siemens & Halske, instalado de início provisoriamente nas instalações da Central Transmissora Naval de Monsanto, passando mais tarde para as instalações definitivas também em Monsanto a 23 de novembro de 1957. Dado o investimento ao longo do tempo em equipamentos, os valores iniciais da cobertura de emissão foram progressivamente aumentando até ter uma taxa de cobertura bastante expressiva, sendo residual até ao "apagão" do sinal analógico. Os habitantes que não conseguiam aceder às emissões da RTP, devia-se ao facto de estarem em áreas consideradas remotas e sem repetidores de sinal. Em 1958 começam a operar os emissores de Montejunto a 10 de março e o de Monchique / Fóia a 25 de abril.
Cartão slide de ensaios técnicos da RTP no final dos anos 50
(arq. RTP)
Locutora Gina Esteves falando aos espectadores durante as emissões
de ensaios técnicos da RTP em 1956 (arq. RTP)
Visita da rainha Isabel II de Inglaterra a Portugal em fevereiro de 1957 (arq. DN)
Logótipo da RTP de 1957 a 1959 (arq. RTP)
Edifício dos estúdios do Lumiar no final dos anos 50
(arq. RTP)
Locutora de continuidade Maria Helena Varela Santos numa das
primeiras emissões nos estúdios da RTP no Lumiar em 1957
(arq. RTP)
Notícia do jornal Diário de Lisboa de 7 de março de 1957
alusivo ao inicio das emissões regulares da RTP
(arq. priv.)
Folheto alusivo à RTP e ao seu funcionamento de 1957
(col. priv.)
Modelo de câmara de televisão marca Fernseh GmbH e tubo de imagem orticom
usada pela RTP nos anos 50 e 60 (col. museu RTP)
Torreta de objectivas de modelo de câmara de televisão de estúdio
marca Fernseh GmbH usada pela RTP nos anos 50 e 60
(col. Museu RTP)
Aspecto de régie de estúdio da RTP no Lumiar
em finais dos anos 50 (arq. RTP)
Pátio e entrada dos estúdios da RTP no Lumiar no início dos anos 60
(arq. RTP)
Primeiro carro de exteriores Mercedes Benz da RTP de 1957 no primeiro direto
do Estádio José de Alvalade em 19 de fevereiro de 1958 (arq. RTP)
Carros de exteriores Mercedes Benz da RTP de 1957 (arq. RTP)
Unidades de Controle de Camaras CCU
do carro de exteriores da RTP
dos finais dos anos 50
(arq. RTP)
Cenas da primeira peça de teatro exibida na RTP em 1957
"Monólogo do Vaqueiro" com o actor Ruy de Carvalho
(arq. pess.)
Equipamento de telerecording RCA igual ao utilizado pela RTP
desde fins dos anos 50 até aos finais dos anos 60 (arq. pess.)
João Villaret durante as gravações do "Programa Literário" da RTP em 1957
(arq. RTP)
Capa de publicação Magazine TV do início dos anos 60
com destaque na capa a João Villaret na RTP
(col. priv.)
Programa de humor da RTP "Televizinhos", no estúdio do Lumiar
com Vasco Santana, Emílio Correia, Hortense, Elvira Velez
em 1957 (arq. RTP)
Presidente do Conselho António Salazar nos estúdios da RTP
em 7 de junho de 1958 falando ao país (arq. RTP)
Separador da RTP de avaria técnica 2 (arq. RTP)
Modelo de receptor de televisão da marca Philips de 1957 (col. Museu RTP)
Torre emissora da RTP em Monsanto, Lisboa no final dos anos 50 (arq. RTP)
Emissor de Monsanto da RTP do 1 Programa no início dos anos 60 (arq. priv.)
Mesa de comando no interior da sala dos emissores no Centro Emissor de Monsanto da RTP
em meado dos anos 60 (arq. Fausto Castelhano)
A RTP nesta fase inicial possuía a sua própria loja em Lisboa, na Praça de Londres na esquina com a Av. de Paris, onde se comercializavam aparelhos receptores de televisão, serviços de reparação dos mesmos e se afixava a programação das emissões diárias da RTP.
Tem lugar pela primeira vez na televisão portuguesa o primeiro concurso, intitulado "Veja se Adivinha", apresentado por Artur Agostinho. Era um concurso de perguntas de cultura geral e durou desde 5 de abril de 1957 a 27 de dezembro de 1957, tinha como prémios, o mais apetecível, um aparelho de televisão. De referir que um aparelho de televisão nesta época era caro e considerado um bem de luxo. A erupção do vulcão dos Capelinhos acontece em setembro de 1957 e a RTP com os seus repórteres esteve lá, reportagem esta conduzida por Vasco Hogan Teves. De referir que nesta época e até quase a meados dos anos 80 as reportagens de exteriores da RTP eram feitas com câmaras de filme que necessitavam ser revelados em laboratório. Entretanto os preços dos receptores em Portugal descem, as vendas disparam e até finais de 1958 havia já cerca de 32 mil receptores de televisão, oito vezes acima da previsão inicial. Não obstante esta falta de competitividade, foi ainda criada uma taxa de forma a custear as necessidades da empresa, taxa essa aplicada a todos os que tivessem um aparelho de TV. Para isso entra em vigor a 1 de janeiro de 1958 a "Taxa de Televisão". Os primeiros locutores do início da RTP foram Maria Helena Varela Silva, Gina Esteves, Isabel Wolmar, Fialho de Gouveia, Fernando Pessa, Manoel Caetano, Henrique Mendes, Artur Agostinho, José Mensurado, Gomes Ferreira, Paulo Cardoso, Jorge Alves, Pedro Moutinho, Maria Leonor entre muitos outros que foram surgindo ao longo das décadas seguintes. As produções da RTP eram feitas nos estúdios do Lumiar, mas por vezes também foram utilizados os antigos estúdios cinematográficos da TOBIS, também na zona do Lumiar, para certas produções. Surge na RTP o concurso "Quem Sabe Sabe", apresentado por Artur Agostinho e Gina Esteves. Concurso que contava com perguntas de cultura geral e durou de 3 de janeiro de 1958 a 12 de setembro de 1958. Apesar de ser o segundo concurso da televisão portuguesa, é considerando o primeiro grande concurso de RTP. Em 15 de maio de 1958 a culinária também passa a ter lugar nas emissões da RTP com Maria de Lurdes Modesto, programa que se manteve até 1970. A publicidade na televisão a partir de outubro de 1958, passa por determinação administrativa da empresa, a ser produzida pela própria RTP, quando houvesse programação patrocinada.
O "Natal dos Hospitais" começou a ser transmitido na RTP em 1958 com a apresentação de Henrique Mendes e cujo início foi com a artista Beatriz Costa, tornando-se assim no programa de entretenimento mais antigo da RTP. Em 1959 cria-se o "Telejornal", em substituição do "Jornal das Actualidades", tendo sido emitido pela primeira vez em 18 de outubro de 1959, por Fialho Gouveia e realizado por Vasco Hogan Teves. É por esta altura que surge a piada da "mosca da televisão", pois por vezes nestes directos uma mosca ou outra entrava no estúdio e incomodava os locutores, deixando-os embaraçados. Ao mesmo tempo que são abertos os estúdios no norte, em Vila Nova de Gaia. Um dos primeiros testes à razoável capacidade de produção e realização de um directo do exterior por parte da RTP, foi a inauguração do monumento a Cristo Rei, no morro do Pragal em Almada, a 17 de maio de 1959. Directo este feito por Henrique Mendes que teve uma duração de quase 3 horas de emissão envolvendo muito meios técnicos e humanos. É entretanto nomeado como director de programas da RTP Domingos Mascarenhas. A partir de 20 de outubro de 1959 a RTP tornou-se membro da UER (Union Européenne de Radiodiffusion). Ainda em 1959 surge o programa "TV Rural", com autoria e apresentação do engº Sousa Veloso, foi um dos programas com maior longevidade da televisão portuguesa e também da Europa. Produzido inicialmente em estúdio e mais tarde em exteriores, era dedicado aos problemas da agricultura. Foi o programa com maior duração na televisão portuguesa, sendo transmitido de 1959 a 1990, sem interrupções. Era semanal e tinha uma duração de 25 minutos. Ficou famosa a frase de despedida de Sousa Veloso: "despeço-me com amizade até ao próximo programa".
Tem lugar pela primeira vez na televisão portuguesa o primeiro concurso, intitulado "Veja se Adivinha", apresentado por Artur Agostinho. Era um concurso de perguntas de cultura geral e durou desde 5 de abril de 1957 a 27 de dezembro de 1957, tinha como prémios, o mais apetecível, um aparelho de televisão. De referir que um aparelho de televisão nesta época era caro e considerado um bem de luxo. A erupção do vulcão dos Capelinhos acontece em setembro de 1957 e a RTP com os seus repórteres esteve lá, reportagem esta conduzida por Vasco Hogan Teves. De referir que nesta época e até quase a meados dos anos 80 as reportagens de exteriores da RTP eram feitas com câmaras de filme que necessitavam ser revelados em laboratório. Entretanto os preços dos receptores em Portugal descem, as vendas disparam e até finais de 1958 havia já cerca de 32 mil receptores de televisão, oito vezes acima da previsão inicial. Não obstante esta falta de competitividade, foi ainda criada uma taxa de forma a custear as necessidades da empresa, taxa essa aplicada a todos os que tivessem um aparelho de TV. Para isso entra em vigor a 1 de janeiro de 1958 a "Taxa de Televisão". Os primeiros locutores do início da RTP foram Maria Helena Varela Silva, Gina Esteves, Isabel Wolmar, Fialho de Gouveia, Fernando Pessa, Manoel Caetano, Henrique Mendes, Artur Agostinho, José Mensurado, Gomes Ferreira, Paulo Cardoso, Jorge Alves, Pedro Moutinho, Maria Leonor entre muitos outros que foram surgindo ao longo das décadas seguintes. As produções da RTP eram feitas nos estúdios do Lumiar, mas por vezes também foram utilizados os antigos estúdios cinematográficos da TOBIS, também na zona do Lumiar, para certas produções. Surge na RTP o concurso "Quem Sabe Sabe", apresentado por Artur Agostinho e Gina Esteves. Concurso que contava com perguntas de cultura geral e durou de 3 de janeiro de 1958 a 12 de setembro de 1958. Apesar de ser o segundo concurso da televisão portuguesa, é considerando o primeiro grande concurso de RTP. Em 15 de maio de 1958 a culinária também passa a ter lugar nas emissões da RTP com Maria de Lurdes Modesto, programa que se manteve até 1970. A publicidade na televisão a partir de outubro de 1958, passa por determinação administrativa da empresa, a ser produzida pela própria RTP, quando houvesse programação patrocinada.
O "Natal dos Hospitais" começou a ser transmitido na RTP em 1958 com a apresentação de Henrique Mendes e cujo início foi com a artista Beatriz Costa, tornando-se assim no programa de entretenimento mais antigo da RTP. Em 1959 cria-se o "Telejornal", em substituição do "Jornal das Actualidades", tendo sido emitido pela primeira vez em 18 de outubro de 1959, por Fialho Gouveia e realizado por Vasco Hogan Teves. É por esta altura que surge a piada da "mosca da televisão", pois por vezes nestes directos uma mosca ou outra entrava no estúdio e incomodava os locutores, deixando-os embaraçados. Ao mesmo tempo que são abertos os estúdios no norte, em Vila Nova de Gaia. Um dos primeiros testes à razoável capacidade de produção e realização de um directo do exterior por parte da RTP, foi a inauguração do monumento a Cristo Rei, no morro do Pragal em Almada, a 17 de maio de 1959. Directo este feito por Henrique Mendes que teve uma duração de quase 3 horas de emissão envolvendo muito meios técnicos e humanos. É entretanto nomeado como director de programas da RTP Domingos Mascarenhas. A partir de 20 de outubro de 1959 a RTP tornou-se membro da UER (Union Européenne de Radiodiffusion). Ainda em 1959 surge o programa "TV Rural", com autoria e apresentação do engº Sousa Veloso, foi um dos programas com maior longevidade da televisão portuguesa e também da Europa. Produzido inicialmente em estúdio e mais tarde em exteriores, era dedicado aos problemas da agricultura. Foi o programa com maior duração na televisão portuguesa, sendo transmitido de 1959 a 1990, sem interrupções. Era semanal e tinha uma duração de 25 minutos. Ficou famosa a frase de despedida de Sousa Veloso: "despeço-me com amizade até ao próximo programa".
São produzidos pela RTP diversos programas de referência tanto no âmbito da cultura, música, teatro e entretenimento. Programas como "Melodias de Sempre", apresentado por Jorge Alves entre 1960 e 1969. Com um formato algo revisteiro, pois recordava os grandes êxitos de outros tempos nomeadamente da revista à portuguesa. Este programa da RTP não foi só um grande espectáculo de televisão mas um acontecimento consagrado pelo público. Dando continuidade aos teleteatros, foram representadas peças de autores famosas nacionais e estrangeiros, inteiramente produzidas pela RTP. As peças que foram exibidas em televisão no "Teleteatro" da RTP, foram dos mais variados tipos e os que mais fizeram sucesso na televisão. Representaram-se 47 peças de teatro em 1960, 49 peças de teatro em 1961, 39 em 1962 e 40 em 1963. Ao todo foram representadas cerca de 600 peças teatrais na RTP. Muitas destas peças em directo com todos os contratempos inerentes a este tipo de trabalho em televisão. Também os mais novos não foram esquecidos e aparecem os primeiros programas infantis e claro os desenhos animados com séries de referência da banda desenhada. Ficou famoso o programa do "Dói-Dói", que marcou o horário infantil da RTP nos anos 60. Outro programa de referência deste período foi o "Museu do Cinema" apresentado por António Lopes Ribeiro e o seu irmão António Melo, exclusivamente dedicado ao cinema mudo. Este programa durou de 1961 a 1974. Gradualmente o fenómeno da televisão foi ocupando o seu espaço junto dos lares dos portugueses, como aconteceu no resto do mundo. Devido ao reduzido número de receptores de TV à época em Portugal, alguns particulares chegavam a cobrar 1$00 a cada vizinho, para assistir às emissões da RTP, ajudando assim a pagar a prestação do aparelho. Muitos dos receptores comercializados em Portugal eram importados, no entanto a partir de meados dos anos 60 começam a ser fabricados de raiz em Portugal, pela Standard Eléctrica, SARL associada da ITT Corporation em Lisboa e mais tarde em Cascais.
A televisão portuguesa tinha mais regras do que as outras televisões estrangeiras, porque nessa altura, Portugal estava ainda "mergulhado" no regime da ditadura imposta pelo Estado Novo e a televisão, tal como todos os outros meios de comunicação social nessa altura em Portugal, estava sob o controlo da censura. A queda da ditadura portuguesa a 25 de Abril de 1974, gerou uma forte recessão da censura e consequentemente uma maior liberdade e expressão de pensamento.
A televisão portuguesa tinha mais regras do que as outras televisões estrangeiras, porque nessa altura, Portugal estava ainda "mergulhado" no regime da ditadura imposta pelo Estado Novo e a televisão, tal como todos os outros meios de comunicação social nessa altura em Portugal, estava sob o controlo da censura. A queda da ditadura portuguesa a 25 de Abril de 1974, gerou uma forte recessão da censura e consequentemente uma maior liberdade e expressão de pensamento.
Loja da RTP na Praça de Londres em Lisboa (arq. RTP)
Programação do dia afixado na loja da RTP
(arq. RTP)
Publicidade da RTP à venda e assistência técnica de receptores de TV em 1958 (arq. priv.)
Jorge Alves entrega um prémio no primeiro concurso da RTP "Veja se Adivinha", em 1957
(arq. RTP)
Entrada em actividade do vulcão dos Capelinhos, na ilha do Faial, Açores (arq. DN)
Repórteres de imagem durante a erupção do vulcão dos Capelinhos em 1957
(arq. priv.)
Entrevista para a RTP de Vasco Hogan Teves com geógrafo Orlando Ribeiro
durante a erupção do vulcão dos Capelinhos em 1957 (arq. RTP)
Modelo de câmara de filmar marca ARRIPLEX 19 de 1952
utilizada pela RTP em reportagens (col. Museu RTP)
Modelo de câmara de filmar marca Beaulieu R16
utilizada pela RTP em reportagens
(col. Museu RTP)
Maria Helena Varela Santos e Fialho Gouveia locutores
da RTP em finais dos anos 50 (arq. RTP)
Alguns dos pioneiros da RTP no início dos anos 60 (arq.RTP)
Capa da publicação Eva de 1962 alusiva aos
"Tele Sorrisos no Lumiar" da RTP
(col. pess.)
Estúdios cinematográficos da TOBIS também usado pela RTP (arq. priv.)
Apresentadores do concurso "Quem Sabe Sabe" da RTP
com Artur Agostinho e Gina Esteves em 1958
(arq. RTP)
Actuação de rancho folclórico em programa da RTP em 1959 (arq. priv.)
Maria de Lurdes Modesto no programa de culinária
no início dos anos 60 (arq. RTP)
Maria de Lurdes Modesto no programa de culinária da RTP em meados dos anos 60
(arq. RTP)
Operador de câmara da RTP em exterior
nos anos 60 (arq, RTP)
Genérico do Telejornal da RTP de 1959 a 1963 (arq. RTP)
Fialho Gouveia na redacção da RTP em 1959 (arq. priv.)
Fialho Gouveia um dos primeiros apresentadores
do Telejornal na RTP em 1959 (arq. RTP)
Locutor da RTP Gomes Ferreira no Telejornal em 1959 (arq. RTP)
Genérico do Telejornal da RTP de 1966 a 1976 (arq. RTP)
Apresentadores do Telejornal de meados dos anos 60 Henrique Mendes e José Mensurado
(arq. RTP)
O "Boletim Meteorológico" da RTP nos anos 60
apresentado por Anthimio de Azevedo
(arq. RTP)
Instalações da RTP Porto, Monte da Virgem Gaia principio dos anos 60 (arq. RTP)
Régie dos estúdios do Porto em 1959, foto Alvão (arq. priv.)
Aspecto dos estúdios da RTP Porto durante um programa de variedades nos anos 60
(arq. RTP)
Meios técnicos da RTP no dia da inauguração
do monumento Cristo Rei em 1959 (arq. RTP)
Entrevista no programa "TV Rural" da RTP pelo engº Sousa Veloso
no início dos anos 60(arq. priv.)
Engº Sousa Veloso numa entrevista para o programa "TV Rural"
da RTP em finais dos anos 60 (arq. RTP)
Peça de teatro em estúdio "O Mar" de Miguel Torga em 1960 (arq. RTP)
Queda de atriz num directo de peça teatral na RTP em finais dos anos 50 (arq. RTP)
Actuação em programa de variedades da RTP dos irmãos Alexandres com S.Sugg e Thillo Krasman
no início dos anos 60, com apresentação de Artur Agostinho (arq. priv.)
Programa "Museu do Cinema" de António Lopes Ribeiro e António Melo
na RTP em finais dos anos 50 (arq. RTP)
Programa infantil do "Dói, Dói" apresentado por
Maria João Metello na RTP nos anos 60
(arq. priv.)
Directo das Marchas Populares de Lisboa em meados dos anos 60 (arq. RTP)
Em 1960, começou a transmissão em directo da Missa Dominical, a partir da "Caverna", como ficou assim conhecido o local do estúdio 1 do Lumiar, onde estava colocado um altar para a transmissão da missa. Já em meados dos anos 60, a televisão passou a ser transmitida para praticamente todo pais. Com a evolução da tecnologia da televisão, também a RTP durante os anos 60 se vai equipando com nova tecnologia, como a videotape, em meados de 1964, modelo a válvulas, um Ampex VR 1000, assim como novos modelos de câmaras de estúdio da marca Fernseh GmbH. Em 16 de janeiro de 1960, estreia um programa juvenil na RTP com a temática do aeromodelismo apresentado por Júlio Isidro que faz a sua estreia em televisão. Os concursos na RTP continuaram a ser uma constante e um êxito aos serões neste período, como em 1964 o "Passa a Palavra" apresentado por Pedro Moutinho e Maria Fernanda. A Guerra Colonial também é transmitida pela RTP, com os devidos cuidados da censura, pois as imagens dos reporteres de guerra e informações desta guerra eram muito filtradas. Ficaram celebres as mensagens de Natal dos combatentes enviadas do ultramar para as famílias que passavam após os Telejornais.
O "Grande Prémio da Canção Portuguesa TV", teve a sua estreia, no estúdio do Lumiar da RTP, na noite de 2 de fevereiro de 1964. O objectivo era escolher, pela primeira vez, o candidato de Portugal ao Concurso Eurovisão da Canção criado em 1956. A final contou com 12 canções, das 127 canções que se submeteram, defendidas por António Calvário, Artur Garcia, Madalena Iglésias, Simone de Oliveira, Gina Maria e Guilherme Kjolner. No ano de 1964 a RTP passa a participar no então "Concurso da Eurovisão da Canção" com a canção "Oração" interpretada por António Calvário, ficando assim ligado à rede da Eurovisão.
A estreia portuguesa não foi auspiciosa, a canção e o cantor foram recebidos friamente e mesmo assobiados (não pela qualidade da canção, mas sim devido à política ditatorial do regime de António de Oliveira Salazar) e a canção classificou-se em último lugar (décimo terceiro lugar), com os indesejados zero pontos. A situação não foi pior, porque Portugal foi acompanhado nos zero pontos pelas canções da Alemanha, Suíça e Jugoslávia. Este fenómeno do "Festival da Canção", como passou a ser popularmente designado, passa a fazer parte dos hábitos dos portugueses, sendo para muitos considerado um dia especial de festividade em cada lar. É também em 31 de dezembro de 1964 que se iniciam as emissões oficiais da TV Educativa, designada Telescola, passando no ano seguinte a ser emitido dos estúdios de Vila Nova de Gaia. Em 13 maio de 1967 Portugal recebe pela primeira vez a visita de sua santidade o papa Paulo VI, por ocasião do cinquentenário das aparições de Fátima. Esta visita marcou, de modo significativo, as primeira década de existência de emissões regulares da RTP, tendo envolvido grande quantidade de técnicos, realizadores e de praticamente todo o equipamento existente da RTP. Foram feitos directos para os EUA, Canada e México, chegando ao Brasil material gravado. Para dar apoio a este evento veio material das televisões italiana, francesa e espanhola. Outras visitas de papas se seguiram mais tarde a Portugal e a RTP esteve lá, sempre com a mesma qualidade e eficiência, utilizando ara isso os meios técnicos disponíveis.
Surge no Natal de 1968 o 2º canal da RTP ou o II Programa como era designado, na frequência de UHF. Como os aparelhos de televisão anteriores a esta nova fase não possuíam sintonizador para aquela frequência, muitos técnicos credenciados desse tempo passaram a instala-lo nos aparelhos mais antigos. Em 1969 estreia um dos mais famosos, polémicos e inovadores programas da RTP, o "Zip - Zip", apresentado por Carlos Cruz, Fialho Gouveia e Raul Solnado, tendo como realizador Luís Andrade. Era um programa gravado no Teatro Villaret em Lisboa, com público ao vivo. Por este programa talk show passaram muitas figuras históricas quer nacionais quer estrangeiras, algumas até polémicas à época. Entre o público que assistia a este programa ao vivo encontravam-se por vezes agentes da PIDE (Policia Internacional e de Defesa do Estado), pois estava-mos na designada Primavera Marcelista. Também estreia em 8 de janeiro de 1969 o programa "Conversas em Família", da responsabilidade do Presidente do Conselho de Ministros de Portugal Marcello Caetano, explicando semanalmente aos portugueses as suas políticas e ideias para o futuro do país. Uma presença habitual nos ecrãs da RTP virá a ser entre 1969 e 1975 o professor Vitorino Nemésio com um programa de cultura e conhecimento semanal que a partir de 1974 passará a quinzenal com o titulo "Se Bem Me Lembro". A partir de meados de 1970 iniciam-se as emissões da hora do almoço.
Em 1971 iniciam-se os programas de história "O Tempo e Alma" apresentados pelo historiados e professor José Hermano Saraiva, outros programas da sua autoria se seguiriam durante mais algumas décadas na RTP passando a ser uma presença habitual. Novos equipamentos entram ao serviço na RTP, como as câmaras de estúdio com tubos de captação de imagem da EMI, designados de vidicom, assim como o primeiro equipamento portátil de câmaras e videotapes portáteis. Nas respetivas regiões autónomas a RTP Madeira tem início em 6 de agosto de 1972 e a RTP Açores em 10 de agosto de 1975.
Pelas 18:40 do dia 25 de abril de 1974, surgia no ecrã da RTP o relógio que marcava o princípio do noticiário, em que Fernando Balsinha faz uma introdução dizendo: "Atenção senhores espectadores, muito boa tarde, a partir deste momento o Movimento das Forças Armadas controla a totalmente a rede emissora da radiotelevisão portuguesa…" e logo após Fialho Gouveia que leu um comunicado do MFA (Movimento da forças Armadas), que pedia calma à população. Este serviço de informação que se prolongaria até à madrugada do dia 26, altura em que foi lido em estúdio, pelo general António de Spínola o comunicado da Junta de Salvação Nacional. Foram momentos de tensão que se viveram nos estúdios da RTP no Lumiar, pois na tarde do dia 25 de abril as tropas do MFA, tinham tomado os estúdios e toda a rede de emissores da RTP. Com a Revolução dos Cravos no dia 25 de abril de 1974, o estatuto da empresa concessionária de radiotelevisão portuguesa foi alterado e em 2 de dezembro de 1975 é nacionalizada, transformando-se em empresa pública denominada Radiotelevisão Portuguesa EP. Muita coisa viria a mudar em Portugal desde então e também dentro da RTP.
Slide de mira técnica da RTP dos anos 50/60 (arq. RTP)
Primeiro equipamento de videotape da RTP
marca AMPEX VR1000 (arq. RTP)
Modelo de câmara de televisão de estúdio marca Fernseh GmbH usada pela RTP nos anos 60
(col. priv.)
Aspecto do estúdio do Lumiar durante um programa musical nos anos 60
foto Horácio Novais (arq, priv.)
Júlio Isidro apresentando um programa sobre aeromodelismo nos anos 60 (arq, RTP)
Ambiente de estúdio no concurso da RTP "Passa a Palavra" apresentado
por Pedro Moutinho e Maria Fernanda em 1964 (arq. RTP)
Reporteres de guerra da RTP na Guerra Colonial (arq. priv.)
Militares na Guerra do Ultramar em 1965 (arq. RTP)
Soldados enviando mensagens de Natal do Ultramar
para a família via RTP (arq. RTP)
Capa de disco de António Calvário do início dos anos 60
(col. pess.)
Alusão publicitária ao Grande Prémio da Canção Portuguesa TV
em 1964 (col. priv.)
António Calvário no Grande Prémio da Canção Portuguesa TV em 1964
(arq. RTP)
Slide de logotipo da RTP eurovisão dos anos 60 (arq. RTP)
Páginas da publicação Rádio & Televisão, nº 395, de 28 de março de 1964
alusivas à participação da RTP no Grande Prémio Eurovisão da Canção
(col. priv.)
Aula em estúdio da Telescola e alunos assistindo
em meados dos anos 60 (arq. priv.)
Cobertura televisiva pela RTP da visita do papa Paulo VI
em Fátima em 13 de maio de 1967 (arq. RTP)
Emissor da frequência UHF do 2º canal da RTP e equipa técnica em 1969 (arq. priv.)
Slide de mira técnica do canal 2 da RTP em 1969 (arq. priv.)
Logótipo e apresentadores do programa da RTP "Zip Zip"
Fialho Gouveia, Raul Solnado e Carlos Cruz em 1969
(arq. RTP)
Marcello Caetano no programa da RTP "Conversas em Família" (arq. RTP)
Programa "A Alma e Gente" da RTP apresentado pelo prof. José Hermano Saraiva
no estúdio do Lumiar em 1971 (arq. RTP)
Genérico do programa "Se Bem Me Lembro" da RTP apresentado pelo prof. Vitorino Nemésio
(arq. RTP)
Receptor de televisão da marca Standard Eléctrica de 1967 inteiramente fabricado em Portugal
(col Museu da RTP)
Figuras marcantes do início da RTP (arq. RTP)
Modelo de câmara de estúdio marca EMI da RTP de finais dos anos 60 início dos anos 70
(col. Museu RTP)
Operador de imagem da RTP nos finais dos anos 60 (arq. Paulo Rosa)
Modelo de câmara de televisão e vídeo gravador portátil
marca Sony AC-3420 CE de 1969 (col. Museu RTP)
As tropas do MFA tomam de assalto no dia 25 de abril de 1974 as instalações da RTP do Lumiar
(arq. RTP)
Monitores da régie do estúdio da RTP no Lumiar no dia 25 de abril de 1974 (arq. RTP)
Telejornal na RTP do dia 25 de abril de 1974 apresentado
por Fialho Gouveia e Fernando Balsinha (arq. RTP)
Junta de Salvação Nacional, presidida pelo general Spínola, no dia 25 de abril de 1974
nos estúdios da RTP do Lumiar (arq. priv.)
Slide de mira técnica da RTP dos anos 70 (arq. RTP)
No pós 25 de abril a programação da RTP tem grandes mudanças, uns programas mantêm-se outros acabam e novos surgem. Exemplo disso foi em 1975 o programa "Nicolau no Pais das Maravilhas" da autoria de Nicolau Breyner que imortalizou a rubrica humorística "Sr. Feliz e Sr. Contente", personagens protagonizadas por Nicolau Breyner e Herman José em início de carreira com apenas 21 anos. Famosos programas de debate politico surgem como o ocorrido no dia 6 de novembro de 1975, no programa "Responder ao País", em vésperas do 25 de novembro, entre o então secretário geral do Partido Socialista, Mário Soares e o então secretário geral do Partido Comunista Álvaro Cunhal.
Foi neste debate que ficou conhecida a célebre frase "Olhe que não, olhe que não": Mário Soares acusou o líder do PCP de querer instituir uma ditadura em Portugal. Ao confrontado com esta afirmação, Cunhal disse: "Olhe que não, doutor, olhe que não", tendo esta frase entrado no léxico político nacional. Em Portugal a introdução da televisão a cores foi lenta, acabando por ser adoptado o sistema PAL. Em 1976, acontecem as primeiras emissões experimentais da RTP a cores das eleições legislativas, presidenciais e autárquicas. Para além destes eventos existiam mais testes durante algumas horas do dia, utilizando os sistemas PAL e SECAM. Também em 1976 a RTP inaugura as novas instalações situadas na Av. 5 de Outubro, em Lisboa. Surge entretanto nos ecrãs da RTP o fenómeno televisivo telenovela, as telenovelas brasileiras produzidas pela TV Globo. Tudo começa com "Gabriela Cravo e Canela" de Jorge Amado, transmitida pela primeira vez em 16 de maio de 1977, sucedendo-lhe em 16 de novembro do mesmo ano a telenovela "O Casarão" de Lauro César Moniz e muitos outro êxitos vindos do Brasil nos anos e décadas seguintes, primeiro a preto e branco e depois já a cores. Em 6 de junho de 1977 surge na RTP um concurso que mudaria de forma significativa o estilo e forma de fazer este tipo de programa em Portugal, "A Visita da Cornélia" apresentado por Raul Solnado, o programa foi transmitido até novembro de 1977. Era transmitido às 2ªs feiras à noite e era um sucesso a par com as telenovelas exibidas na mesma época. Para além do fenómeno telenovela a RTP sempre exibiu desde o seu inicio grande s series de referência mundial que marcaram a sua programação.
Foi neste debate que ficou conhecida a célebre frase "Olhe que não, olhe que não": Mário Soares acusou o líder do PCP de querer instituir uma ditadura em Portugal. Ao confrontado com esta afirmação, Cunhal disse: "Olhe que não, doutor, olhe que não", tendo esta frase entrado no léxico político nacional. Em Portugal a introdução da televisão a cores foi lenta, acabando por ser adoptado o sistema PAL. Em 1976, acontecem as primeiras emissões experimentais da RTP a cores das eleições legislativas, presidenciais e autárquicas. Para além destes eventos existiam mais testes durante algumas horas do dia, utilizando os sistemas PAL e SECAM. Também em 1976 a RTP inaugura as novas instalações situadas na Av. 5 de Outubro, em Lisboa. Surge entretanto nos ecrãs da RTP o fenómeno televisivo telenovela, as telenovelas brasileiras produzidas pela TV Globo. Tudo começa com "Gabriela Cravo e Canela" de Jorge Amado, transmitida pela primeira vez em 16 de maio de 1977, sucedendo-lhe em 16 de novembro do mesmo ano a telenovela "O Casarão" de Lauro César Moniz e muitos outro êxitos vindos do Brasil nos anos e décadas seguintes, primeiro a preto e branco e depois já a cores. Em 6 de junho de 1977 surge na RTP um concurso que mudaria de forma significativa o estilo e forma de fazer este tipo de programa em Portugal, "A Visita da Cornélia" apresentado por Raul Solnado, o programa foi transmitido até novembro de 1977. Era transmitido às 2ªs feiras à noite e era um sucesso a par com as telenovelas exibidas na mesma época. Para além do fenómeno telenovela a RTP sempre exibiu desde o seu inicio grande s series de referência mundial que marcaram a sua programação.
Já em 1979 as emissões a cores são autorizadas e politicamente a partir de março de 1980. Por obrigatoriedade europeia, os "Jogos Sem Fronteiras", são o primeiro programa que a RTP transmite a cores, antecipando assim a "estreia oficial" que seria no aniversário da RTP do ano seguinte a 7 de março de 1980, há 37 anos. A RTP começa a emitir a cores, havendo ainda poucas casas com receptores de televisão que permitissem assistir a essa inovação. Com uma transmissão em directo do Teatro Municipal de S. Luíz, da finalíssima do XVII Festival RTP da Canção em que é assinalada, com alguma solenidade, esse momento importante para a RTP. Festival este apresentado por Ana Zanatti e Eládio Clímaco, duas caras já famosas da RTP dos anos 70, o vencedor desta edição seria José Cid com a canção "Um Grande, Grande Amor". Dado que a grande maioria da população ainda não dispunha de receptores de televisão a cores, a emissão a cores podia ser vista em algumas montras de lojas de electrodomésticos, que já comercializavam estes novos aparelhos. Também para esta nova fase, a RTP foi dotada de novos e modernos equipamentos da marca alemã Bosch, que fornece também câmaras equipadas com tubos designados de plumbicon, sendo já os blocos de processamento constituídos por circuitos integrados. Seguiram-se também as denominadas VTP's (VideoTapes Portáteis) internacionalmente designadas Electronic News Gathering (ENG), que passam a dotar as equipas de reportagem. Arranca também, neste fervilhar tecnológico, o ovo complexo de emissão que a RTP instalou no seu edifício sede, na Avenida 5 de Outubro em Lisboa, em 1986. Novas câmaras, mesas de mistura, videotapes, telecinemas e um elevado número de outros equipamentos para uma emissão que exigia qualidade e tecnologicamente avançada para a época, equiparam os novos estúdios de informação. O Centro de Formação da RTP instalado neste novo edifício de modo a formar e reciclar os seus técnicos. Acontecimentos vários e novos rostos, vão marcando estes anos de emissão da RTP. Também a televisão em Portugal acompanha esta evolução e equipa as suas instalações quer do Lumiar quer do resto do pais de novo material dispondo desta nova tecnologia. Programas de referência surgem na RTP neste período como foi "O Passeio dos Alegres", de Júlio Isidro que tem início em 15 de fevereiro de 1980, um programa de domingo à tarde, composto por reportagens de informação, passatempos, telediscos, entrevistas, momentos musicais e de humor. Muitos foram os artistas nacionais e estrangeiros que por lá passaram, para além de ranchos folclóricos, grupos de dança, de ginástica e de circo. Em 1982 é produzida a primeira telenovela portuguesa pela RTP, "Vila Faia" de Francisco Nicholson e Nicolau Breyner, tendo sido o início de uma grande indústria a partir daí. Outra telenovela seria inteiramente produzida pela RTP em 1985, "Chuva na Areia" de Luís de Sttau Monteiro. Outros programas de referência surgem como o "O Tal Canal" da autoria de Herman José em 1983/84, contando cm fabuloso elenco de actores, em que surge a famosa personagem do Tony Silva, programa este que era nada mais nada menos que uma sátira à própria RTP. Também em 1984 estreia na RTP o concurso "1,2,3 " apresentado por Carlos Cruz que foi um êxito de audiências, atribuindo prémios de elevado valor. Por este concurso passaram vários rostos conhecidos do mudo do teatro português, ficou famoso pela sua mascote a Bota Botilde. Mais tarde regressa aos ecrãs da RTP tendo sido apresentado por António Sala e Teresa Guilherma.
A RTP possui ainda centros de informação regional em vários pontos do país, sendo que algumas delas produziram, nos anos 90, programas de informação de âmbito regional (País Regiões), com pequenas redacções e estúdios onde se podem efectuar entrevistas. Sempre na vanguarda tecnológica, a RTP a partir da década de 90 é equipada com modernas câmaras de estúdio e para reportagem, adoptando gradualmente a tecnologia CCD (Charge Coupled Device), como sempre dos melhores fabricantes de equipamento de TV mundiais como a Ikegami, Sony, Hitachi e BTS, igualmente novos equipamentos entram em funcionamento neste período. Em 1990 chega à RTP um dos concursos de grande sucesso em todo o mundo, "O Preço Certo". Este concurso teve inicialmente uma versão na década de 1990, com Carlos Cruz, mais tarde a apresentação passou a Nicolau Breyner. A voz-off do programa era de António Macedo. Em 2002 o programa regressou à RTP1 sob o nome "O Preço Certo em Euros" apresentado por Jorge Gabriel e com a voz-off de Miguel Vital, que se mantém até hoje. Um ano depois, a 29 de setembro de 2003, o testemunho foi passado ao actor e humorista Fernando Mendes. No Outono de 2006, o programa voltou ao nome original passando a chamar-se "O Preço Certo". Os cenários mais modernos foram baseados na versão britânica mantendo-se Fernando Mendes na apresentação, é também um dos muito poucos programas televisivos em Portugal que ainda tem assistentes de concurso.
A RTP possui ainda centros de informação regional em vários pontos do país, sendo que algumas delas produziram, nos anos 90, programas de informação de âmbito regional (País Regiões), com pequenas redacções e estúdios onde se podem efectuar entrevistas. Sempre na vanguarda tecnológica, a RTP a partir da década de 90 é equipada com modernas câmaras de estúdio e para reportagem, adoptando gradualmente a tecnologia CCD (Charge Coupled Device), como sempre dos melhores fabricantes de equipamento de TV mundiais como a Ikegami, Sony, Hitachi e BTS, igualmente novos equipamentos entram em funcionamento neste período. Em 1990 chega à RTP um dos concursos de grande sucesso em todo o mundo, "O Preço Certo". Este concurso teve inicialmente uma versão na década de 1990, com Carlos Cruz, mais tarde a apresentação passou a Nicolau Breyner. A voz-off do programa era de António Macedo. Em 2002 o programa regressou à RTP1 sob o nome "O Preço Certo em Euros" apresentado por Jorge Gabriel e com a voz-off de Miguel Vital, que se mantém até hoje. Um ano depois, a 29 de setembro de 2003, o testemunho foi passado ao actor e humorista Fernando Mendes. No Outono de 2006, o programa voltou ao nome original passando a chamar-se "O Preço Certo". Os cenários mais modernos foram baseados na versão britânica mantendo-se Fernando Mendes na apresentação, é também um dos muito poucos programas televisivos em Portugal que ainda tem assistentes de concurso.
Personagens humorísticas Sr Feliz e Sr Contente do programa "Nicolau no País das Maravilhas"
da RTP em 1975 (arq. RTP)
Mário Soares e Álvaro Cunhal em famoso debate na RTP
do programa "Responder ao País" em 1975 (arq. RTP)
Modelo de câmara de estúdio da marca Bosch KCK A1 e respectivo
equipamento de controle idêntico ao da RTP dos anos 70/80
(col. priv.)
Moderadores num directo de experiência de emissão de televisão a cores
da RTP das eleições da Constituinte de 1976 (arq. priv.)
Exterior das novas instalações da RTP na Av.5 de Outubro em Lisboa em 1976 (arq. RTP)
Cartaz da telenovela "Gabriela Cravo e Canela" de Jorge Amado
transmitida pela RTP em 1977 (col. pess.)
Logotipo dos Jogos sem Fronteiras em 1980 (arq. priv.)
Ensaios dos Jogos sem Fronteiras com Fialho Gouveia, Eládio Clímaco e Carlos Cruz
na Praça de Touros de Cascais em 1980 (arq. RTP)
Equipamento de cor da RTP composto por câmaras Bosch KCK40
para a transmissão da edição dos Jogos sem Fronteiras
na Praça de Touros de Cascais em 1980 (arq. priv.)
Mira técnica a cores do sistema PAL de televisão
adoptado pela RTP (arq. priv.)
Imagem do primeiro Festival RTP da Canção a cores com José Cid
(arq. RTP)
Câmaras de televisão a cores de estúdio marca Bosch KCK40 em pedestal hidráulico
(arq. priv.)
Tubos de captação de imagem plumbicon foram utilizados pela RTP
(col. priv.)
Modelo de câmara de televisão portátil marca Bosch KCN 92
utilizada pela RTP no início das emissões a cores
(col. Museu RTP)
Gravador de vídeo portátil ENG Sony de cassete formato Umatic
dos anos 80 (col. Museu RTP)
Operador de câmara ENG da RTP nos anos 80 (arq. RTP)
Moderna régie de estúdio das novas instalações da RTP
na Av. 5 de Outubro em Lisboa no início dos anos 80
(arq, RTP)
Régie da central técnica do centro de emissão da RTP
nas instalações da Av. 5 de outubro em Lisboa
em 1986 (arq. RTP)
Trabalho de treino em exterior com equipamentos de cor
do Centro de Formação da RTP no início dos anos 80
(arq. RTP)
Receptor de televisão a cores ITT SCHAUB LORENZ Ideal Color de 1982
fabricada em Portugal (col. Museu RTP)
Genérico do programa "O Passeio dos Alegres" da RTP de 1980
(arq. RTP)
Cena humorística do programa "O Passeio dos Alegres" na RTP
com Júlio Isidro e as actrizes Ana Bola e Maria Vieira em 1980
(arq. priv.)
Modelo de câmara de estúdio marca Bosch CKP 60Pk 9A em pedestal de comando
remoto com teleponto nos estúdios da RTP na Av. 5 de Outubro em Lisboa
(arq. RTP)
Genérico da telenovela "Vila Faia" produzida pela RTP em 1982
(col. pess.)
Protagonistas da telenovela Vila Faia da RTP de 1982 (arq. RTP)
Logotipo do genérico do programa humorístico "O Tal Canal"
da RTP de 1983 (arq. RTP)
Personagem Sr. Dr. Oliveira Casca por Herman José
do programa "O Tal Canal" na RTP" em 1983
(arq. RTP)
Genérico com Bota Botilde do concurso "1, 2, 3"
da RTP em 1984 (arq. RTP)
Carlos Cruz apresentando o concurso "1, 2, 3"
da RTP nos anos 80 (arq. RTP)
Modelo de câmara portátil e de estúdio EFP, da marca Ikegami HL 79E
ainda de tecnologia plumbicom, do início da década de 90
(col. Museu RTP)
Micro sensor de captação de imagem CCD (arq. priv.)
Modelo de câmara de estúdio marca Ikegami de tecnologia CCD, usada pela RTP
a partir dos finais dos anos 90 (arq. priv.)
Operador de imagem na RTP em finais dos anos 90 no estúdio
nas instalações da Av. 5 de Outubro em Lisboa
(foto Mário Nogueira)
Genérico do concurso "O Preço Certo" da RTP (arq. priv.)
Concurso "O Preço Certo" da RTP em 2003 com Fernando Mendes (arq. DN)
A RTP Internacional, chega em fevereiro de 1992, que passa a emissão regular a partir de 10 de junho desse ano. Nascem entretanto também os canais privados em Portugal: a SIC (Sociedade Independente de Comunicação), a 6 de outubro de 1992, como canal generalista pertencendo a Empresa SGPS, SA e a TVI (Televisão Independente) em outubro de 1993. Canal generalista, esta inicia as emissões experimentais a 20 de fevereiro desse ano. Nesta altura, a TVI chama-se "4", por ser a 4ª rede de TV em Portugal. Inicialmente controlado por empresas da Igreja Católica, actualmente administrada pelo grupo de comunicação social Média Capital. No mesmo ano, começa a emissão regular do som estéreo, introduzido pela TVI, seguido logo pela RTP; à SIC chega pouco depois. Chega a Portugal a televisão por cabo já em 1994. Nesse ano, é também a TVI, a 1ª televisão em Portugal a emitir alguns programas em ecrã panorâmico, o chamado 16:9, também conhecido por Palplus. A TVI abandona o sistema 16:9 em 1996. É recuperado em dezembro de 1997 pela RTP, que na mesma altura introduz também o Teletexto na sua emissão. Um dos programas de referência da década de 90 foi o "Acontece", um magazine cultural diário apresentado por Carlos Pinto Coelho (1944 – 2010), na RTP2, RTP África e RTP Internacional de 1995 a 2003. Era transmitido em directo dos estúdios da RTP ainda na Av. 5 de Outubro em Lisboa. Foi o primeiro noticiário cultural de Portugal e era caracterizado pelo estilo de Carlos Pinto Coelho de apresentar notas rápidas sobre cultura em Portugal, na Lusofonia e no Mundo. Cada programa era terminado pela frase: "E assim, Acontece". Passaram por este magazine cultural personalidades como José Saramago, Agustina Bessa-Luís, Maria João Pires, Maria de Lurdes Pintassilgo, Aníbal Cavaco Silva, Gerard Depardieu e Isabel Allende foram entrevistados neste programa. Tive o prazer de fazer parte da equipa técnica como operador de imagem de alguns desses programas nos estúdios da Av. 5 de Outubro em Lisboa. Este programa chegou a ser considerado o mais antigo "telejornal" cultural da Europa. No entanto com a expansão da TV por cabo e das empresas suas distribuidoras, surgem novos canais de televisão privados regionais e temáticos, uns com sucesso que se mantiveram, outros de vida efémera. Em 7 de janeiro de 1998 surge a RTP África e 5 de janeiro de 2004, a RTP2 deu lugar a um novo canal denominado 2:. Ainda em 2004, é criado o canal noticioso na RTP, a RTPN, é também criado o canal dedicado aos programas que fizeram história na RTP, a RTP Memória. O programa "Prós e Contras" teve início no dia 14 de outubro de 2002. É um programa televisivo de debate da RTP, com quase 2 horas de duração, e serve para debater os temas mais importantes da actualidade de Portugal. É uma janela aberta sobre a sociedade portuguesa, respeitando a diversidade de opiniões e a representação democrática, mas fora da lógica das organizações partidárias. É desde o seu inicio apresentado por Fátima Campos Ferreira, continuando a ser um exemplo de programa de sucesso e de grandes audiências.
Logótipo da SIC Sociedade Independente de Comunicação,
canal três português em 1992 (arq. priv.)
Logótipo da TVI Televisão Independente,
canal quatro português em 1993
(arq. priv.)
Carros de exteriores dos canais de televisão portugueses independentes TVI e SIC em 2010 (arq. priv.)
Logótipo da RTP internacional de 1992 (arq. RTP)
Sede da RTP na Av. 5 de Outubro em Lisboa nos anos 90 (arq. priv.)
Redacção de informação na RTP na Av. 5 de Outubro em Lisboa em finais da década de 90
(arq. RTP)
Estúdio da RTP e operador de imagem nas instalações da Av. 5 de Outubro em Lisboa
no inícios da década de 2000 (foto Mário Nogueira)
Carlos Pinto Coelho apresentador do programa "Acontece"
na RTP em 1998 (arq. priv.)
Canais da RTP criados desde 1998 a 2004 (arq. RTP)
Genérico do programa "Prós e Contras" da RTP em 2002
apresentado por Fátima Campos Ferreira (arq. RTP)
Programa "Prós e Contras" da RTP em 2015 (arq. priv.)
Em 2007, a RTP comemora os seus 50 anos de emissões em Portugal, inaugurando o novo complexo de estúdios na Avenida Marechal Gomes da Costa em Chelas, Lisboa, junto às instalações da RTP e RDP inauguradas anteriormente em 31 de março de 2004. O complexo da RTP tem 4 estúdios de 800, 400, 200 e 100 metros quadrados devidamente equipados. O estúdio de informação da RTP com 800 metros quadrados, é considerado o maior e melhor equipado da Europa. É também adquirido um enorme carro de exteriores totalmente equipado para emissão em HDTV (em português Televisão em Alta Definição), assim como modernas câmaras da Philips, uma das marcas de qualidade do início da RTP. Este novo complexo da RTP possui meios técnicos actuais e modernos prontos para o arranque da emissão da TDT (Televisão Digital Terrestre), que se iniciam oficialmente em 26 de abril de 2012 com o "apagão" do sistema de sinal de televisão analógico. Igualmente, em 2007, a Rádio e Televisão de Portugal, SGPS, SA, é transformada em Rádio e Televisão de Portugal, SA. São incorporadas nesta, a Radiodifusão Portuguesa, SA; Radiotelevisão Portuguesa - Serviço Público de Televisão, SA e Radiotelevisão Portuguesa - Meios de Produção, SA. Foi inaugurado ainda neste novo complexo um museu que honra a glória do audiovisual português, dividido fundamentalmente em duas zonas distintas a rádio e a televisão. Estes espaços distintos reúnem um grande espólio de equipamentos que fizeram a história da rádio e da televisão em Portugal. A 7 de fevereiro de 2007, a Rádio Televisão Portuguesa foi feita Membro-Honorário da Ordem do Infante D. Henrique. A RTP1 HD ou RTP HD é um canal de televisão com emissão na TV paga em Portugal. Iniciou as emissões no verão de 2008 para emitir os Jogos Olímpicos de Pequim. Em 5 de outubro a RTP informação muda para RTP 3 e a 1 de dezembro de 2016 a RTP 3 e a RTP Memória entram para o sistema TDT, passando assim a ser disponível assisti-los universalmente.
Paralelamente às televisões privadas a RTP continua com o seu formato de programação e o seu público fiel, muitas caras passaram por esses programas de audiência, umas mantêm-se outras saíram, mas a qualidade e a audiência ficou, sendo considerada a televisão de todos nós. Nesta resenha histórica dos 60 anos da RTP, apenas foram referidos alguns dos programas que marcaram este canal de televisão e a vida de muitos de nós, outros programas de sucesso passaram pele RTP, muitos ainda se mantendo, tendo feito e continuando a fazer parte da história da televisão em Portugal. Desde o seu início, a RTP esteve e continua a estar presente, em todos os acontecimentos importantes nacionais e estrangeiros, quer na guerra quer na paz, nos momentos mais felizes assim como nos menos felizes do país e do mundo. A RTP tem uma história única, construída ao longo de décadas e um património único audiovisual da memória colectiva nacional e internacional.
Passados que são 60 anos sobre o início oficial da televisão em Portugal, com a RTP, resta esperar para que a inovação e o seu êxito continue, porque ele tende a continuar, por muito críticos e cépticos que possamos ser. Mesmo com os novos formatos e técnicas televisivas para fazer subir audiências dos canais concorrentes, concorrência essa que deve ser saudável, a RTP, foi, continuando a ser sempre, a base e a escola por toda a sua história e pioneirismo, sendo por isso uma instituição de referência da TV em Portugal. Está de parabéns este canal e todos quantos nele ao longo destes 60 anos trabalharam e continuam a trabalhar, em especial os que o fizeram e fazem com gosto, empenho e dedicação. Pois sei pessoalmente o que é trabalhar nesta área da TV com todas essas predisposições.
Sede da RTP e RDP na Av. Marechal Gomes da Costa em Chelas, Lisboa inaugurada em 2007
(arq. priv.)
Antenas no exterior da sede e centro de produção da RTP em Chelas, Lisboa (arq. priv.)
Moderna regie de estúdio da RTP nas novas instalações em Chelas, Lisboa (arq. priv.)
Modernas câmaras da marca Philips do estúdio 1 da RTP na actualidade (arq. RTP)
Estúdio 1 e modernas câmaras de HD da RTP nas instalações em Chelas, Lisboa (arq. RTP)
Programa "Portugal no Coração" apresentado por José Carlos Malato
no estúdio das instalações da RTP em Chelas, Lisboa (arq. priv.)
Estúdio de informação da RTP nas instalações em Chelas, Lisboa (arq. priv.)
Final do programa "Dança Comigo" da RTP em 2008 no Campo Pequeno (fotos Paulo Ribeiro)
Fim do sistema analógico de televisão e início
do sistema de Televisão Digital Terrestre TDT
em 2012 (arq. arq.)
Actual logótipo da RTP
Aspecto de sala do Museu da Rádio e da Televisão (arq. RTP)
Aspecto de corredor do arquivo da RTP (arq. priv.)
Moderno modelo de receptor de televisão marca Philips tecnologia plasma
(arq. do fabricante)
A nova era da Televisão Digital (arq. pess.)
Estúdio da RTP Porto com Chroma Key do Jornal 2 da RTP2 (arq. RTP)
Estúdio de informação na RTP Porto (arq. priv.)
Estúdio de informação da RTP Açores (arq. priv.)
Emissão especial da RTP para a cobertura das eleições legislativas 2015 (arq. RTP)
A RTP nos grandes acontecimentos do mundo (arq. RTP)
Equipamento de reportagem ENG da RTP na actualidade
(arq. priv.)
Equipa de reportagem da RTP (arq. priv.)
Estúdio da RTP montado no OPTIMUS Alive (arq. RTP)
Uma reportagem de exterior da RTP com António Raminhos e Jani Gabriel na atualidade
(arq. priv.)
Carros de exteriores e de apoio técnico da RTP no directo das Marchas Populares
na Av. da Liberdade em 2016 (foto Paulo Nogueira)
Equipamentos da RTP nas Marchas de Lisboa na Av. da Liberdade em 2016
(foto Paulo Nogueira)
Concorrentes durante um concurso "Preço Certo" na RTP na actualidade (arq. priv.)
Moderno modelo de receptor de televisão marca Samsung panorâmico tecnologia LED com ecrã curvo
(arq. do fabricante)
Logótipos actuais dos principais canais de televisão portugueses RTP, SIC, TVI
Estúdio do programa "Agora Nós" da RTP (arq. pess.)
Programa "Agora Nós " da RTP apresentado por Tânia Ribas de Oliveira e José Pedro Vasconcelos
em fevereiro de 2016 (arq. priv.)
Semifinal do Festival da Canção RTP 2017 no Coliseu dos Recreios em Lisboa (arq. priv.)
Texto :
Paulo Nogueira
Fontes e bibliografia:
HENRIQUES, Carlos Alberto, Segredos da TV, Fevereiro de 1994, 1º edição, TV Guia Editora
TEVES, Vasco Hogan, História da Televisão em Portugal 1955/1979, Março de 1998, TV Guia Editora
TEVES, Vasco Hogan, História da Televisão em Portugal 1955/1979, Março de 1998, TV Guia Editora
Arquivo RTP on line
Museu RTP on line
Museu RTP on line
Publicação on line Colorizemedia
Maravilha!!!!!!!! Parabéns.
ResponderEliminarMuito obrigado pelo comentário, serve este artigo para prestar homenagem à televisão em Portugal de um modo geral, desde a RTP aos demais canais que surgiram, a todos quantos ajudaram a implanta-la no nosso pais, participaram e ainda o fazem na sua evolução técnica assim como meio de divulgação cultural.
EliminarMuito bom texto profusamente ilustrado.
ResponderEliminarAté eu apareço aqui!
Muito obrigado pelo seu comentário e o facto de aparecer prova que eventualmente fez ou faz parte de quem, directa ou indirectamente, ajudou a fazer a história do audiovisual em Portugal.
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