sexta-feira, 18 de setembro de 2020

GRANDES ERROS DA HISTÓRIA E DA HUMANIDADE


Diz-se que errar é humano e o ser humano sempre cometeu erros, sem os erros, certamente não chegaríamos aos acertos. No entanto existem erros que ficam para a história. Seja um simples erro doméstico, a um erro no mundo do desporto, que pode levar a uma derrota, um erro a nível profissional ou técnico, que pode levar a uma verdadeira tragédia, outros erros resultaram em grandes descobertas quer a nível científico quer a nível de sucessos nas artes e letras. Ao longo da história da humanidade ocorreram vários erros com marcas, algumas profundas, que ficaram até aos nossos dias. São alguns desses erros mais marcantes da história da humanidade que aqui vão ser brevemente recordados.

"O ser humano não pode deixar de cometer erros; é com os erros, que os homens de bom senso aprendem a sabedoria para o futuro."

PLUTARCO




Misteriosa inclinação da Torre de Pisa

A Torre de Pisa, foi projectada ao que se julga pelo arquitecto Diotisalvi, para ser o campanário independente da Catedral de Pisa, localizada na Toscana, centro-oeste da Itália. Esta torre é uma obra de arte construída em mármore branco, realizada em três fases ao longo de um período de cerca de 177 anos. Tendo sido iniciada a sua construção em 9 de agosto de 1173, destinada a ficar na vertical, a torre começou a inclinar-se para sudeste logo após o início da construção, com a progressão de construção para o terceiro andar em 1178, devido a uma fundação mal construída e a um solo de fundação mal consolidado. No entanto, o verdadeiro problema foi o tipo de solo onde foi erigida, que por ser constituído essencialmente de areia e argila, não teria firmeza suficiente para sustentar uma obra daquela dimensão. Conclusão, parte do terreno começou a afundar, levando consigo as fundações da torre. Isto deveu-se a uma fundação de meros três metros sobre um subsolo fraco e instável, um projecto que falhou desde o início. De forma a tentar disfarçar a inclinação, o engenheiro encarregue do projecto apareceu com uma ideia genial, achou ele. Só que não. Ao tentar construir os restantes cinco andares ligeiramente mais altos do lado em que a torre afundou, compensando a altura perdida com o afundamento, conseguiu apenas que o excesso de peso enterrasse ainda mais o edifício. E assim ficou, apesar das várias tentativas pra resolver o problema, levadas a cabo ao longo dos séculos. Em 1198 os relógios da torre foram temporariamente colocados no terceiro andar da construção inacabada. Devido a este contratempo, a obra demorou cerca de 150 anos a ser concluída, tendo passado pelas mãos de três engenheiros, Bonanno Pisano (1170 - ?), que construiu os três primeiros andares, Giovanni di Simone que a elevou até ao sexto andar e Tommaso Pisano, que a concluiu em 1319. Ao longo de séculos foram feitas uma série de intervenções no solo, a inclinação da torre progrediu cerca de vinte centímetros. Passados uns anos, a progressão da inclinação estabilizou em cerca de um milímetro por ano. Em 1990, mais de 600 anos depois da torre ter ficado pronta, foi interditada por questões de segurança. Com 4,5 metros de inclinação, temia-se que  pudesse colapsar a qualquer momento. Em 1993 foram iniciados trabalhos de restauro e consolidação da torre. Em 2018, verificou-se que a inclinação da Torre de Pisa tinha sido reduzida em 0,5º, o que equivale a aproximadamente 4 cm. Devido a este facto, os pesquisadores acreditam que a torre tenha ganho pelo menos 200 anos de sobrevivência. Actualmente, depois de todas as obras a que foi submetido, o monumento que tem aproximadamente 14 700 toneladas e 55,8 metros de altura a exercer força sobre a inclinação de quase quatro metros, deixou de se inclinar e a aproximadamente cada ano irá endireitar-se um pouco, garantem os especialistas, apesar de se tratar de valores muito altos. A Torre de Pisa continua em pé, após mais de 600 anos e 4 terremotos, isto devido ás características do solo onde está assente. Assim aproximadamente durante os próximos três séculos não haverá motivo de preocupação para com este erro de engenharia do passado, a torre é controlada e conservada graças a meios tecnológicos avançados.



 


Batalha desastrosa de Alcácer-Quibir

A Batalha de Alcácer-Quibir ou "Batalha dos Três Reis", como ficou conhecida entre os marroquinos, ocorreu a 4 de agosto de 1578 entre Portugal e três réis muçulmanos. Portugal organizou uma força militar constituída por 17.000 homens, dos quais 5.000 eram mercenários estrangeiros, tudo com o propósito de aliviar a pressão dos muçulmanos, ou mouros como eram denominados, sobre as fortalezas portuguesas. Liderados pelo rei de Portugal D. Sebastião (1554 - 1578), a armada partiu de Lisboa em 25 de junho de 1578, fez escala em Cadiz e aportou em Tânger, seguindo depois para Arzila. Nessa oportunidade os portugueses cometeram um primeiro erro, pois as tropas foram mandadas seguir a pé de Arzila para Larache, quando o percurso poderia ter sido feito por via marítima, o que permitiria maior descanso às tropas e o necessário reabastecimento de víveres e água. A partir de Larache a força afastou-se da costa em direcção a Alcácer-Quibir. De referir que no século XVI, grande parte das vitórias portuguesas ocorreu na zona costeira, onde era possível fazer valer a vantagem do poder de fogo dos seus navios de guerra. Longe dos navios, enfrentando o calor de uma região praticamente desértica, um exército superior em efectivo e combatendo no seu território, os portugueses não adoptaram as medidas de segurança necessárias. O rei D. Sebastião recusou-se terminantemente a ouvir os conselhos dos oficiais mais experientes, que ponderavam que o exército se devia manter próximo dos canhões dos navios. Alguns dos comandantes, diante da controvertida decisão, chegam a falar em prender o rei, para impedi-lo de levar o seu plano adiante. As forças muçulmanas compreendiam que não poderiam enfrentar os portugueses perto da costa, e não avançaram em direcção à força invasora, preferindo que os portugueses tomassem a iniciativa de combate. Por decisão do rei, o exército rumou finalmente em direcção a sul afastando-se do litoral. Quando as forças portuguesas estabeleceram contacto com o exército mouro, em 4 de agosto, encontravam-se em marcha há sete dias e depararam-se com as forças muçulmanas de 60.000 combatentes, ultrapassando os efectivos militares portugueses numa razão de quatro para um. No início do combate os arcabuzeiros muçulmanos dispararam contra os portugueses e, em seguida, uma carga de cavalaria ligeira moura forçou as primeiras linhas portuguesas a recuar de forma desordenada. O exército cansado e extenuado reagiu mal, recuando desordenadamente e gerando uma enorme confusão, quando a primeira linha se misturou com as tropas na retaguarda. A resposta portuguesa foi rápida, mas ineficaz. No que parece ter sido uma tentativa para desarticular o ímpeto do ataque muçulmano, uma força portuguesa, aparentemente de cavalaria, penetrou as linhas muçulmanas, mas foi subjugada pelos mouros em maior número. O rei D. Sebastião, perante a derrota inevitável, recusa uma vez mais os conselhos de outros nobres para que se renda, dizendo-lhes segundo registos: "Senhores, a liberdade real só há de se perder com a vida". Os nobres que o acompanhavam a cavalo conformam-se em prosseguir o combate até ao fim, tendo-lhes ainda D. Sebastião dito: "Morrer sim, mas devagar!" Metade do efectivo das tropas portuguesas morreu na batalha e a outra metade foi feita prisioneira. Muitos poucos voltaram. Apesar de se duvidar da morte do rei português, é provável que ele tenha perecido nesta batalha, ficou desse facto uma lenda. O resultado e as consequências do desastre da batalha de Alcácer-Quibir foram catastróficos para Portugal. O rei D. Sebastião desaparecera, deixando como sucessor o seu tio-avô, o cardeal D. Henrique (1512 - 1580), que veio a falecer sem descendência dois anos depois. Assim levanta-se uma crise dinástica ameaçando a independência de Portugal face a Espanha, pois um dos candidatos à sucessão era Filipe II de Espanha (1527 - 1598). A maioria da nobreza portuguesa que participou nesta batalha ou morreu ou foi feita prisioneira. Para pagar os elevados resgates exigidos pelos mouros, o país ficou endividado e debilitado economicamente. A batalha ditou ainda o início do fim da Dinastia de Avis e do período de expansão iniciado com a vitória na Batalha de Aljubarrota. A crise dinástica resultou, dois anos mais tarde, na perda da independência de Portugal por 60 anos, com a união ibérica sob a dinastia Filipina entre 1580 e 1 de dezembro de 1640.




 
Distração de um padeiro que saiu cara

Em 1666, Thomas Farriner (1615 - 1670), padeiro londrino em Pudding Lane fornecedor da corte do rei Charles II (1630 - 1685), após ter fechado o seu estabelecimento, que ficava no primeiro andar de sua casa, às 22:00h, quatro horas depois, foi acordado por um funcionário (que dormia no piso de baixo). Os fornos não haviam sido totalmente apagados, e uma brasa terá alcançado uma pilha de feno que estava por perto. Tudo começou na manhã de 2 de setembro de 1666, um domingo, ninguém se deu ao trabalho de dar a notícia ao rei Carlos II, que estava nos seus aposentos no palácio de Whitehall. O padeiro Thomas Farriner e a sua família escaparam com vida porque pularam pela janela do andar de cima para a casa ao lado, uma empregada ficou com medo de cair, tentou sair pela porta e acabou por se tornar na primeira vítima. Os vizinhos correram para ajudar a conter o fogo, era importante agir com rapidez porque a cidade de Londres ainda tinha uma arquitectura medieval de ruas estreitas e casas muito próximas umas das outras, a grande maioria feitas em madeira de carvalho e com telhado de colmo e alcatrão, um material que evita a entrada da chuva, mas altamente inflamável. Por volta das 7:00h da manhã, segundo relatos, 300 casas estavam destruídas e o fogo já atingia a Ponte de Londres, onde era permitido morar e havia depósitos de pólvora, armazenada em barris de madeira. Com as chamas, o local transformou-se numa armadilha. Centenas fugiam com cobertores sobre a cabeça, carregando baús e todos os bens que podiam levar. As chamas tomaram enormes proporções, quando o fogo parecia incontrolável, bastava olhar para a direcção do vento, projectar para onde as chamas se dirigiam e derrubar as casas que estivessem no caminho, foi este o processo adoptado para algum controle do incêndio. Durante a tarde, as chamas chegaram aos arredores do rio Tamisa, onde havia depósitos de madeira, carvão e azeite. As explosões que se seguiram pioraram um quadro que já era preocupante. Como se não bastasse, o fogo barrou o acesso às condutas de abastecimento da água do rio. Ainda assim, o xerife da cidade não mudou de atitude, até que foi desautorizado pelo rei na segunda-feira à noite. Enquanto isso, tempestades de chamas atingiam parte da biblioteca do Sion College, o palácio Bridewell, três cadeias, os portões Ludgate, Aldersgate e Newgate e o centro financeiro. Na noite de 4 de setembro, terça-feira, chegou a vez da Catedral de São Paulo. Ao fim de 4 dias, 1800 km2 da cidade tornaram-se em cinzas com a destruição de 13200 casas e 87 igrejas. Os registos da época declararam um total de 100 mil desalojados e nove óbitos. Mas pesquisas actuais afirmam que milhares de pessoas podem ter morrido nesse incêndio, já que as pessoas mais pobres da população e da classe média não eram mantidas nos registos. O episódio causado por uma distracção de um padeiro londrino ficaria conhecido como o Grande Incêndio de Londres.





Venda do Alaska

No ano de 1867, os Estados Unidos compraram o território do Alaska ao Império Russo. A operação foi conduzida pelo Secretário de Estado norte-americano William Henry Seward (1801 - 1872). À época, a transacção foi considerada absurda e era referida como "a loucura de Seward" (William H. Seward's folly). O território comprado, com área aproximada de 1 600 000 km², constitui o actual Estado norte americano do Alaska. A compra do Alaska adicionou mais de 1,5 milhão de quilómetros quadrados aos EUA. Com isso, se analisarmos apenas o preço do quilómetro quadrado hoje naquele Estado, estima-se que o território vale 150 vezes mais do que Washington pagou por ele no século XIX. Mas o Alaska é muito mais que um pedaço de terra gelada, é também um enorme depósito de recursos naturais, menos de 20 anos depois de o negócio ser fechado, instalou-se uma corrida ao ouro na região. Além disso, em meados do século XX companhias de prospecção de petróleo encontraram enormes reservas no norte do Estado que, desde então, têm sido exploradas de maneira intensa e rendem milhares de dólares. O Alaska transformou-se numa poderosa economia. Tem uma população que se aproxima de 1 milhão de habitantes e um PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 44 biliões anuais. Por outras palavras, se o Estado do Alaska produz anualmente mais de 400 vezes o que a Rússia ganhou ao vender o território. O que parecia ter sido "a loucura de Seward" afinal foi um excelente negócio para os EUA.





 
Invasão da URSS por parte dos alemães
 
Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler (1889 - 1945) ordenou que as suas tropas invadissem a então URSS. A operação "Barbarossa" foi o nome de código para a invasão da União Soviética pelas Potências do Eixo, iniciada em 22 de junho de 1941. Contando com mais de 3 milhões de soldados, conquistaram rapidamente as fronteiras. Muitos generais alemães discordavam desta campanha por causa da sua dificuldade e, em geral, todos concordavam que uma vitória contra a União Soviética deveria ser estabelecida de maneira rápida para evitar a reorganização da resistência inimiga e o esgotamento total dos recursos alemães. Foi considerada uma das maiores invasões efectuadas em guerras na história da humanidade. Do ponto de vista da guerra, essa invasão era vital para que a Alemanha mantivesse a sua economia em funcionamento. No entanto a URSS foi salva da derrota absoluta principalmente pelo tamanho do território e dos seus exércitos. O fulminante ataque alemão cercou a cidade de Leningrado, conquistou Kiev e chegou a poucos quilómetros de Moscovo. Entretanto, como previsto, o ímpeto dos exércitos alemães perdeu força no final de novembro. A cidade de Moscovo havia sido eficientemente defendida pelo general Gueorgui Konstantinovitch Júkov (1896 - 1974), e a chegada do inverno determinou a estagnação dos alemães no front oriental. O ataque alemão perdeu fôlego por falta de recursos, fardas inadequadas para os militares enfrentarem o frio do rigoroso clima local, pela vastidão do território e do exército soviético. A denominada "estação da lama" ou "rasputitsa" (que, literalmente, significa algo como "sem estrada"), que dificulta seriamente a circulação de veículos, sobretudo se forem pesados e não dispuserem de lagartas, fenómeno que volta a ocorrer na Primavera, em resultado do degelo. A lama já se revelara um sério obstáculo para a Grande Armée de Napoleão, em 1812, mas os alemães parecem não ter tirado daí qualquer lição e uma vez mais este erro foi a sua derrota. Foi sugerido a Adolf Hitler que o confronto contra a União Soviética fosse resolvido diplomaticamente, porém ele continuou a acreditar na derrota e seguiu com os ataques. As grandes derrotas alemãs na União Soviética aconteceram em Stalingrado e, posteriormente, em Kursk. Em vez de "vitória e glória", os soldados alemães conheceram a fome, os piolhos, as queimaduras pelo frio, a gangrena e a morte por hipotermia. Escusado será dizer que foram derrotados.





Acto precipitado
 
Em 1976 um dos fundadores da Apple Computer, Ronald Gerald Tito Wayne (1934), vendeu as suas acções por cerca de 800 dólares. Tudo terá acontecido porque Ronald Gerald Tito Wayne terá vindo a descobrir que a Byte Shop, uma pequena rede de lojas de informática com quem tinham estabelecido um acordo, não tinha uma reputação muito boa em termos de saldar as suas dívidas. Por esse motivo Ronald Gerald Tito Wayne terá dito aos restantes sócios que ajudaria os dois no que pudesse, mas que se desligaria oficialmente da empresa Apple Computer, com medo de como aquele negócio arriscado poderia prejudicar as suas finanças. Actualmente, se ainda possuísse os seus 10%, teria uma fortuna estimada em 67 biliões de dólares. Foi uma decisão mal calculada e muito precipitada. Actualmente, Ronald Gerald Tito Wayne vive numa casa simples na cidade de Pahrump, a 800 km de Cupertino no Estado da Califórnia, onde fica a sede da Apple Computer.





Acidente nuclear de Chernobyl
 
Entre 25 e 26 de abril de 1986, ocorreu o acidente nuclear catastrófico no reactor nuclear nº 4 da Central Nuclear de Chernobyl, perto da cidade de Pripiat, no norte da Ucrânia Soviética, próximo da fronteira com a Bielorrússia Soviética. Este acidente ocorreu durante um teste de segurança ao início da madrugada que simulava uma falta de energia da estação, durante a qual os sistemas de segurança de emergência e de regulação de energia foram intencionalmente desligados. Uma combinação de falhas inerentes no projecto do reactor, bem como dos operadores dos reactores que organizaram o núcleo de uma maneira contrária à lista de verificação para o teste, resultou em condições de reacção descontroladas. A água superaquecida foi instantaneamente transformada em vapor com uma pressão muito elevada, causando uma explosão de vapor destrutiva e um subsequente incêndio durante cerca de nove dias. O incêndio foi finalmente controlado em 4 de maio de 1986. Com tudo isto, as cinzas dos produtos de fissão lançadas na atmosfera pelo incêndio precipitaram-se sobre partes da União Soviética e da Europa Ocidental. Cerca de 68 mil pessoas foram evacuadas, inclusive da própria cidade de Chernobyl. O levantamento e a detecção de pontos isolados de precipitação fora desta zona ao longo do ano resultaram na evacuação de outras 135 mil pessoas. O número total de vítimas, incluindo os mortos devido ao desastre, continua a ser uma questão controversa e disputada. Durante o acidente, os efeitos da explosão de vapor causaram duas mortes dentro da instalação, uma imediatamente após a explosão e a outra por uma dose letal de radiação. Nos dias e semanas após o acidente, 134 militares foram hospitalizados com síndrome aguda da radiação (SAR), dos quais 28 bombeiros e funcionários morreram em poucos meses. Além disso, cerca de catorze mortes por cancro induzido por radiação entre esse grupo de 134 sobreviventes ocorreram nos dez anos seguintes. Entre a população em geral, um excedente de 15 mortes infantis por cancro de tiróide foi documentado em 2011. Levará mais tempo a pesquisa para determinar definitivamente o risco relativo elevado de casos de cancro entre os funcionários sobreviventes, aqueles que foram hospitalizados inicialmente com SAR e a população em geral. A catástrofe de Chernobyl é considerada o acidente nuclear mais desastroso da história da humanidade, tanto em termos de custo quanto de baixas. Anatoly Stepanovitch Diatlov (1931 - 1995), vice-engenheiro-chefe da Central Nuclear de Chernobyl, acabou por ser uma das faces principais do desastre, já que foi sob a sua supervisão que o teste de segurança fracassou levando ao acidente. Ele foi condenado por "má gestão criminosa de empreendimentos potencialmente explosivos" e sentenciado a dez anos de prisão, mas ele apenas cumpriu três. Anatoly Dyatlov, contudo, negou a responsabilidade pelo acidente. Ele dizia-se assombrado pelo que aconteceu culpou o ocorrido a falhas mecânicas e de design dos reactores RBMK e não a falha humana. Para muitos especialistas, a causa do desastre em Chernobyl foi uma combinação dos dois, tanto falha mecânica quanto humana, mas o teste supervisionado por Anatoly Dyatlov foi considerado "incompetente" e ele próprio negligente diante do ocorrido.





Best seller rejeitado
 
Em 1995, a escritora Joanne Kathleen Rowling (1965), terminou o seu manuscrito de "Harry Potter and the Philosopher's Stone", no seu titulo original em inglês ("Harry Potter e a Pedra Filosofal", título em português), numa velha máquina de escrever. Após a resposta entusiástica de Bryony Evens, um revisor que foi convidado a analisar os três primeiros capítulos da obra, a Christopher Little Literary Agency concordou em representar Joanne Kathleen Rowling na procura de uma editora. O livro foi entregue a doze editoras, das quais todas recusaram o manuscrito da obra. Um ano depois, ela finalmente recebeu sinal verde e 1500 libras de adiantamento, do editor Barry Cunningham da Bloomsbury, uma editora de Londres. A decisão de publicar a obra em livro de Joanne Kathleen Rowling deveu-se muito a Alice Newton, a filha de oito de anos do presidente da editora, que leu o primeiro capítulo e imediatamente exigiu o segundo a seu pai. Embora a editora Barry Cunningham da Bloomsbury tenha concordado em publicar o livro, o responsável da editora terá aconselhado Joanne Kathleen Rowling a procurar um emprego, já que as chances de conseguir dinheiro através de um livro infantil iriam ser mínimas. Logo depois, em 1997, a autora Joanne Kathleen Rowling recebeu uma concessão de 8 mil libras da Scottish Arts Council para continuar a escrever a série. Em junho de 1997, a editora Barry Cunningham da Bloomsbury publicou "Harry Potter e a Pedra Filosofal" com uma impressão inicial de mil cópias, sendo que 500 delas foram distribuídas em bibliotecas. Actualmente, tais cópias são avaliadas entre 16 e 25 mil libras. Em outubro de 1998, a produtora cinematográfica Warner Bros. comprou os direitos para os filmes dos dois primeiros livros por uma quantia de sete dígitos. A adaptação de "Harry Potter e a Pedra Filosofal" foi lançada em 16 de novembro de 2001 e "Harry Potter e a Câmara Secreta" em 15 de novembro de 2002. Entre esse momento e 2013, mais de 400 milhões de cópias do livro "Harry Potter" foram vendidas no mundo, transformando esse livro um dos mais lidos de toda a história da humanidade. Depois do sucesso de "Harry Potter", Joanne Kathleen Rowling reergueu-se financeiramente e foi da pobreza a uma riqueza multimilionária em cinco anos. Ela é a autora britânica com o maior número de vendas, chegando a mais de 238 milhões de libras em livros vendidos. Desde então, muitas obras de sucesso se seguiram a este primeiro sucesso até à actualidade. Uma vez mais se provou que por vezes o erro de rejeitar certas obras pode ter esta consequência, uma aposta errada para uns e uma aposta acertada para outros.







Neste artigo, tal como nos demais deste blog, agradecem-se e serão sempre de louvar todas as correcções que possam existir, desde que sejam feitas de forma educada e construtiva.
Obrigado e boas leituras.




Texto:
Paulo Nogueira


Fontes e bibliografia:
OBERHOLTZER, Ellis Paxson, A History of the United States since the Civil War, Volume I, 1917
TALWICK, Maria, A Torre de Pisa, Edições Record, 1985

SHCHERBAK, Yurii, Chernobyl (em russo e inglês), New York: Soviet Writers/St. Martin's Press, 1991

Londres em chamas, Revista História Viva, nº 38, páginas 22 e 23, dezembro de 2006.

J. K. Rowling, Revista Forbes. 14 de junho de 2007

BAKER, Lee, The Second World War on the Eastern Front, Pearson Longman, London,2009
SILVA, Libório Manuel, A Nau Catrineta e a História Trágico-Marítima: Lições de Liderança, Centro Atlântico, Portugal, 2010

FAWCETT,Bill, Os 100 Grandes Erros da História, Clube do Autor, Lisboa 2012

LINZMAYER, Owen W, "Chapter one: The Forgotten Founder", Apple Confidential: The Real Story of Apple Computer, Inc. No Starch Press , 2015



terça-feira, 8 de setembro de 2020

IMAGENS COM HISTÓRIA


"Uma imagem vale mais que mil palavras"

  Confúcio


Desde que a humanidade conseguiu retratar através de imagens nos mais diversos suportes, os momentos históricos quer de guerras, dramas sociais, conquistas e até as situações mais bizarras da vida, estavam por si só a criar a base de dados com os registos e as provas concretas da sua própria história para as gerações vindouras e a posteridade. Com isto surge o poder da imagem. Processo esse que se valorizou cada mais até à actualidade, com o objectivo de manter essa base de dados, sempre actualizada a cada acontecimento e dia que passa.






Em 10 de maio de 1869, as duas grandes companhias ferroviárias dos Estados Unidos uniram as suas linhas férreas na Promontory Summit, local Território de Utah e a partir dai forjaram o destino de uma nação. O local Histórico Nacional Golden Spike compartilha as histórias das pessoas e ambientes que definem a conclusão da primeira Linha de Caminho de Ferro Transcontinental e registado pelo fotógrafo Andrew Joseph Russell (1829 - 1902). A Primeira Ferrovia Transcontinental é o nome popular da linha ferroviária dos Estados Unidos (conhecida à época como "Pacific Railroad") ficou completa em 1869 entre Council Bluffs, Iowa/Omaha, Nebraska (via Ogden, Utah e Sacramento, Califórnia) e Alameda, Califórnia. Esta ligação ferroviária ligou as costas do Atlântico e Pacífico por caminho de ferro pela primeira vez na história. Autorizada pelo Acto Ferroviário do Pacífico de 1862 e sustentada pelo governo norte-americano, ela foi o culminar de um movimento de longas décadas para a construção da linha e uma coroação das façanhas da presidência de Abraham Lincoln (1809 - 1865), apesar de ter sido concluída quatro anos após sua morte. A construção da ferrovia requereu enormes feitos da engenharia e do trabalho na passagem de planícies e altas montanhas pelas companhias Union Pacific Railroad e Central Pacific Railroad, que construíram a linha ocidental e oriental, respectivamente. A ferrovia foi considerada o maior feito tecnológico norte-americano do século XIX. O Promontory Summit foi por um período uma cidade temporária durante a construção do caminho de ferro, mas tempos depois foi demolida, e desde aquela época não possui população permanente. Desde 1957 o local tem sido preservado como parte do Sítio Histórico Nacional da Cavilha de Ouro ou Golden Spike National Historic Site. No local encontram-se réplicas das duas locomotivas que participaram do acto em 1869, a Jupiter e a Union Pacific No. 119. Ocorrem também nesse local ainda hoje encenações que recriam a cerimónia do designado Golden Spike.






Um triste e cobarde acontecimento ocorrido em Lisboa no dia 1 de fevereiro de 1908 onde nenhum fotógrafo esteve presente mas que mais tarde alguém fez a reconstituição em imagem. Na manhã desse fatídico dia, a comitiva régia, composta pelo rei de Portugal D. Carlos I (1863 - 1908), sua esposa D. Amélia de Orleães (1865 - 1951), seus dois filhos o mais velho D. Luís Filipe de Bragança (1887 - 1908), o mais novo D. Manuel II de Portugal (1889 - 1932), chegou ao Barreiro no comboio real, ao final da tarde, vindos de Vila Viçosa, onde tomou o vapor "D. Luiz", com destino ao Terreiro do Paço, em Lisboa, onde desembarcaram, na Estação Fluvial Sul e Sueste, por volta das 5 horas da tarde. A escolta resumia-se aos batedores protocolares e a um oficial a cavalo, Francisco Figueira Freire, ao lado da carruagem do rei. Quando a carruagem circulava junto ao lado ocidental da praça ouve-se um tiro e desencadeia-se o tiroteio. Um homem de barbas, passada a carruagem, dirige-se para o meio da rua, leva à cara a carabina que tinha escondida sob a sua capa, põe o joelho no chão e faz pontaria disparando. O tiro atravessou o pescoço do rei, matando-o imediatamente. Começa o tiroteio, outros atiradores, em diversos pontos da praça, atiram sobre a carruagem, que fica crivada de balas. Os populares desatam a correr em pânico. O condutor da carruagem, Bento Caparica, é atingido numa mão. Com uma precisão e um sangue frio mortais, o primeiro atirador, mais tarde identificado como Manuel Buíça (1876 - 1908), professor primário expulso do Exército, volta a disparar. O seu segundo tiro vara o ombro do rei, cujo corpo descai para a direita, ficando de costas para o lado esquerdo da carruagem. Aproveitando isto, surge a correr de debaixo das arcadas um segundo regicida, Alfredo Luís da Costa (1883 - 1908), empregado do comércio e editor de obras de escândalo, que pondo o pé sobre o estribo da carruagem, ergue-se à altura dos passageiros e dispara sobre o rei já tombado. A rainha D. Amélia, já de pé, fustiga-o com a única arma de que dispunha, um ramo de flores, gritando "Infames! Infames!" O criminoso volta-se para o príncipe D. Luís Filipe, que se levanta e saca do revólver do bolso do sobretudo, mas é atingido no peito. A bala, de pequeno calibre, não penetra o esterno (segundo outros relatos, atravessa-lhe um pulmão, mas não era uma ferida mortal) e o príncipe, sem hesitar, aproveitando porventura a distracção fornecida pela actuação inesperada da rainha sua mãe, desfecha quatro tiros rápidos sobre o atacante, que tomba da carruagem. Mas ao levantar-se D. Luís Filipe fica na linha de tiro e o assassino da carabina atira a matar, uma bala de grosso calibre atinge-o na face esquerda, saindo pela nuca. D. Manuel vê o seu irmão já tombado e tenta estancar-lhe o sangue com um lenço, que logo fica ensopado. D. Amélia permanece de pé, gritando por ajuda. Manuel Buíça volta a fazer pontaria (sobre o infante? sobre a rainha?) mas é impedido de disparar sobre a carruagem pela intervenção de Henrique da Silva Valente, simples soldado de Infantaria 12, que passava no local, e que se lança sobre ele de mãos nuas. O Regicídio de 1 de fevereiro de 1908, ocorrido em Lisboa na Praça do Comércio, que na época era mais conhecida por Terreiro do Paço, marcou profundamente a História de Portugal, uma vez que dele resultou a morte do rei D. Carlos I e do seu filho e herdeiro, o Príncipe Real D. Luís Filipe de Bragança, marcando o fim da última tentativa séria de reforma da Monarquia Constitucional e gerando uma nova escalada de violência na vida pública do país. Após o regicídio, subiu ao trono D. Manuel II, filho mais novo de D. Carlos I, com apenas 18 anos de idade. Com falta de preparação para governar, teve muitas dificuldades em repor a ordem no país e em conter a fúria republicana contra a monarquia. Estavam reunidas as condições para uma revolução e consequente substituição da monarquia pela república.






No dia 5 de setembro de 1936 durante a Guerra Civil Espanhola, o miliciano republicano Federico Borrell Garcia (1913 - 1936), é fotografado no exacto momento em que é atingido fatalmente durante um combate em Cerro Muriano, front de Córdoba. A imagem é conhecida como The Falling Soldier (Morte de um Miliciano), sendo um dos mais conhecidos instantâneos da história da fotografia, é a morte em directo captada pelo fotógrafo de guerra húngaro Robert Capa de seu nome verdadeiro  Endre Erno Friedmann (1913 - 1954). Acreditava-se que a poderosa e forte cena tivesse sido capturada em Cerro Muriano, durante a Guerra Civil Espanhola, contudo, alguns historiadores mais tarde descobriram uma série de inconsistências na foto intitulada "Morte de um Miliciano" (The Falling Soldier). Os próprios companheiros de Borrell García terão informado que ele foi morto enquanto se escondia atrás de uma árvore (e não em campo aberto como a imagem mostra). Além disso, é dito que Borrell García era supostamente muito diferente do homem da fotografia. Outra evidência é que a imagem parece ter sido fotografada na cidade de Espejo, cerca de 60 km de distância de Cerro Muriano. A famosa foto foi publicada em 23 de setembro na revista francesa e um ano depois na revista americana "Time". A fotografia transformou-se ela própria num ícone do foto-jornalismo na sua expressão mais heróica, mais comprometida com o real. E, como tal, não podia escapar à polémica. A certa altura, discutiu-se se o instantâneo captava um acontecimento verdadeiro ou se tinha antes sido encenado pelo próprio fotógrafo Robert Capa e pela sua companheira Gerda Taro (1910-1939), também repórter fotográfica a seguir a guerra pelo lado dos republicanos. Depois de investigações feitas mais em rigor chegou-se à conclusão tratar-se de facto de Federico Borrel García, ou "Taino", um anarquista que integrou a Federação Ibérica da Juventude Libertária e se juntou à Coluna Alcoiana para, nesse tarde de setembro de 1936, defender essa força do ataque franquista. Estas dúvidas e reservas não retiram nada do valor e do simbolismo histórico, nem da qualidade jornalística e mesmo estética desta obra. Assumidos admiradores do fotógrafo Robert Capa e do seu contributo para o foto-jornalismo do século XX, os autores de "A Sombra do Iceberg", ainda segundo o jornal El País, destacam a brilhante composição da imagem do miliciano, o seu dramatismo e o significado que ela adquiriu relativamente à tragédia que se abateu sobre o povo espanhol com a Guerra Civil.


 



Fotografia imortalizada pela revista "Life" com o titulo V-J Day in Times Square. Durante o anúncio do fim da guerra contra o Japão, em 14 de agosto de 1945, o fotógrafo Alfred Eisenstaedt (1898 - 1995), registou um marinheiro beijando uma jovem mulher enfermeira vestida de branco em Times Square. A fotografia foi originalmente publicada uma semana após ser feita, na revista "Life", entre muitas outras fotografias das celebrações deste evento que foram apresentados numa secção de doze páginas chamada Victory. A pose era a favorita dos fotógrafos que faziam a cobertura da guerra e muitos deles incentivavam as pessoas a fazer a mesma cena. Porém, Alfred Eisenstaedt estava a fotografar um acontecimento espontâneo, que ocorreu em Times Square no dia do anúncio do fim da guerra contra o Japão feito pelo presidente norte americano Harry S. Truman (1884 - 1972). Perdurou um grande mistério sobre a identidade dos dois personagens da foto durante décadas. No entanto a jovem enfermeira Edith Shain escreveu a Alfred Eisenstaedt no final de 1970 afirmando ser a mulher da fotografia. Em agosto de 1945, Edith Shain estava a trabalhar num hospital de Nova York como enfermeira quando ela e um amigo ouviram no rádio que a Segunda Guerra Mundial tinha terminado. Eles foram a Times Square, onde todos celebravam e, assim que ela chegou e saiu do metro, o marinheiro agarrou-a num abraço e beijou-a. Ela contou que naquele momento pensou que poderia ser bom deixá-lo beijá-la uma vez que ele lutou por ela durante a guerra. Em 20 de junho de 2010, Edith Shain faleceu aos 91 anos, após uma batalha contra um cancro. Outra mulher de seu nome Greta Zimmer Friedman (1924 - 2016), uma auxiliar de odontologia, também afirmou ser a jovem da foto. Ela encontrou-se com George Mendonsa (1923 - 2019), o suposto marinheiro, em 2012, tendo ela falecido em 2016. A identidade do marinheiro permaneceu desconhecida e controversa. Um perito forense do departamento da polícia de Houston, analisou a fotografia de 14 de agosto de 1945 com algumas de Glenn Edward McDuffie (1927 - 2014), centrando-se no rosto, e concluiu que era ele o marinheiro da imagem do fotógrafo Alfred Eisenstaedt. Glenn McDuffie faleceu em março de 2014. Porém, na década de 2010 chegou-se à conclusão que o marinheiro era George Mendonsa, que em 2012, se encontrou com Greta Zimmer Friedman, balizando serem o casal da fotografia. Mas está é apenas uma das versões.






Em 11 de junho de 1963 durante uma manifestação na cidade de Saigon, Vietnam do Sul, contra a política religiosa do governo de Ngo Dinh Diem (1901 - 1963), o monge budista vietnamita Thich Quang Duc (1897 - 1963), originalmente baptizado de Lâm Văn Tức, o monge Mahayana, depois de se ter regado com gasolina ateou fogo ao seu próprio corpo num processo de auto-imolação. Durante o seu suicídio o acto do monge foi filmado por repórteres e fotografado por Malcolm Wilde Browne (1931 - 2012), vindo essa sua foto ser premiada com os prémios Pulitzer e Foto do Ano da World Press Photo. O repórter David Halberstam (1934 - 2007) também recebeu um prémio Pulitzer pela sua reportagem escrita do ocorrido. Este monge budista foi considerado um Bodhisattva, uma vez que mesmo tendo sido queimado e posteriormente re-cremado, consta que o seu coração permaneceu intacto. Isso aumentou o impacto da sua morte mundialmente, tornando-o um verdadeiro mártir da resistência contra a política religiosa do governo autoritário na região.






O voo da US Airways 1549, um voo comercial de passageiros de rotina, que iria de Nova York para Charlotte, Carolina do Norte, em 15 de janeiro de 2009, fez uma amaragem de emergência nas águas do rio Hudson, adjacente a Manhattan, seis minutos após descolar do Aeroporto LaGuardia. Enquanto ganhava altitude, a aeronave, um Airbus A320-214 (registro: N106US), movido por dois motores GE Aviation/Snecma CFM56-5B4/P, atingiu um grupo de gansos-do-Canadá, que resultou numa imediata perda de potência de ambos os motores. O piloto Chesley Sullenberger (1951), informou o controlador de tráfego dizendo: "Estaremos no Hudson". Logo após a mensagem, a comunicação foi cortada. A tripulação determinou que a aeronave não poderia alcançar a sua posição, logo a nordeste da ponte George Washington, decidiram guiar a aeronave para sul e estabeleceu o seu curso em direcção ao rio Hudson, amarando então o avião virtualmente intacto perto do Intrepid Sea-Air-Space Museum, no centro de Manhattan. Logo após esta situação de emergência no rio, os 155 passageiros do avião parcialmente submergido e em naufrágio saíram e foram todos resgatados por embarcações próximas. Os tripulantes começaram a conduzir os passageiros para as asas do avião e a um bote salva-vidas. Apenas resultaram cinco pessoas com ferimentos graves, uma das quais foi a comissária de bordo Doreen Welsh, que teve sérios cortes numa perna. No total, setenta e oito pessoas foram tratadas, a maioria com pequenos ferimentos e por hipotermia. Toda a tripulação do voo 1549 foi mais tarde condecorada com a Medalha de Mestre da Guild of Air Pilots and Air Navigators. No momento da entrega das medalhas, foi dito que; "Esta aterragem de emergência e a evacuação da aeronave, sem a perda de nenhuma vida humana, é uma conquista heróica e única da aviação". Vários foram os fotógrafos e repórteres de imagem que no momento captaram imagens históricas deste acidente que poderia ter tido consequências mais graves.





 
Neste artigo, tal como nos demais deste blog, agradecem-se e serão sempre de louvar todas as correcções que possam existir, desde que sejam feitas de forma educada e construtiva.
Obrigado e boas leituras.
 
 


Texto:
Paulo Nogueira