O Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel, também conhecido como Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua, situa-se no Cabo Espichel, já conhecido na antiguidade por Promontório Barbárico, Promontório Luminoso ou de Santa Maria ou ainda Cabo da Boa Esperança. Um local mítico e hostil do conselho de Sesimbra, onde, de acordo com a lenda, ocorreu um fenómeno de aparição/visão da Virgem Maria. São, no entanto, várias as versões e histórias ligadas a este culto, todas elas um tanto controversas, como muitas outras deste mesmo período, mas com um ponto comum, o aparecimento de uma imagem da Virgem naquele local. Alguns historiadores defendem que o culto Mariano no Santuário do Cabo Espichel terá tido início cerca de 1215, com a lenda da imagem perdida da nau do padre Dom Bartolomeu ou Hildebrando, pois existe a mesma versão com nomes diferentes dados a este religioso. Outros defendem que esta lenda se refere apenas a Nossa Senhora da Arrábida. Se a lenda fosse a mesma, a imagem teria desaparecido durante 195 anos, reaparecendo em 1410, quando se deu início à lenda do "Homem de Alcabideche". Segundo Cláudio da Conceição, reza a lenda que, no século XIV, por volta de 1410, terá sido encontrada naquela zona do Cabo Espichel, junto á praia dos Lagosteiros uma imagem de Nossa Senhora por um casal de dois pescadores idosos, ela da Caparica e ele de Alcabideche que ali se deslocavam para cortar lenha. Relataram ainda terem ambos visto uma grande luz que brilhava sobre o Cabo e num sonho o idoso ao chegar perto do local terá tido uma visão/aparição da imagem de Nossa Senhora a ser carregada por uma mula branca a subir a falésia, marcando o trilho com os seus cascos. Segundo narra Frei Agostinho de Santa Maria (1532 ou 1538 – 1597): "Sonhou um venturoso homem de Alquebideche, que naquele Promontório (…) via, e admirava uma luz remota (…)»; e então diz «como Moisés, quando o Senhor lhe apareceu em Madian no meio da Sarça, que ardia sem se consummir: é necessário que eu vá reconhecer esta grande maravilha que estou vendo.» Colocando-se a caminho, e sendo a viagem difícil, «da calma procura alivio ao cançado corpo; e aqui se diz tivera o encontro com a devota mulher de Caparica, a qual sabendo também do maravilhoso caso, com indústria apressára os passos, deixando o Saloio entregue ao sono, e chegando primeiro ao sitio do Cabo, ficára para sempre Caparica com a preferência nos Cultos". Finalmente no Cabo Espichel, o homem de Alcabideche: "vê acordado, o que gozou dormindo: vê a Luz mais pura, goza da claridade mais perfeita. Sim, vê a Prodigiosa Imagem da Mãe de Deus, a quem já adorava a venturosa Caparicana. Logo o saloio «se prostra junto a ela reverente (…); e conhecendo ser vontade de Deus, que se desse Culto a sua Santíssima Mãe naquele lugar retirado, na solidão do deserto assim o prometem, e se tem praticado até ao presente (…)." Paralelamente a esta história, uma outra lenda claramente mítica, que nos dá conta do milagroso aparecimento da Senhora da Pedra de Mua. Frei Agostinho de Santa Maria (17, Tomo II, p. 474) narra-a ainda com pormenores: "(…) afirmam que a Senhora aparecera na praia que lhe fica embaixo da mesma penha, onde se edificou a Ermidinha, e que aparecera sobre sua jumentinha, e que esta subira pela rocha acima, e que ao subir ia firmando as mãos, e os pés na mesma rocha, deixando impressos nela os vestígios das mãos, e pés (…)". "(...)de ser isto assim o afirmava a tradição dos que viram estes mesmos sinais, que hoje já tem gastado, e consumido o tempo (...) e fundou no lugar aonde a Senhora parou, naquela liteirinha vivente que a levava (...)".
Refira-se ser Frei Agostinho de Santa Maria o único autor antigo a mencionar esta tradição. No entanto, a lenda surge-nos igualmente contada, com alterações nos azulejos historiados da Ermida da Memória, onde se pode ler, em autêntica banda desenhada setecentista, que foram os dois anciãos de Alcabideche e da Caparica quem presenciou o milagre da subida de Nossa Senhora pela arriba, montada na sua mula e transportando o menino ao colo. Estes azulejos relatam, assim, uma versão composta das duas tradições e lendas, a da subida da Virgem e das pegadas da mula, narrada por Frei Agostinho de Santa Maria, e a dos dois anciãos que descobriram a imagem, narrada por Cláudio da Conceição. Desta lenda surgiu o verso popular:
O velho de AlcabidecheE a velha da Caparica
Foram à Rocha do Cabo,
Acharam prenda tão rica!
Cabo Espichel em extrato de mapa de Portugal datado de 1561 de Fernando Álvaro Seco (col. priv.)
Registo litografado do século XIX, de Nossa Senhora do Cabo
aparecendo em sonhos aos velhos de Alcabideche e da Caparica
(col. priv.)
Vista sobre a praia dos Lagosteiros, local de onde terão acontecido as visões/aparições
das lendas de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua (foto Paulo Nogueira)
Imagem de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua
que terá aparecido no local
(Igreja de Nossa Senhora do Cabo Espichel)
Cena da lenda de Nossa Senhora do Cabo Espichel avistada pelos anciãos da Caparica e Alcabideche
em painel de azulejos do séc. XVIII existente na Ermida da Memória no Cabo Espichel
(arq. CMS)
Cena da lenda de Nossa Senhora da Pedra Mua e das marcas deixadas pela mula na arriba
em painel de azulejos do séc. XVIII existente na Ermida da Memória no Cabo Espichel
(arq. priv.)
A partir destas duas lendas nasceu o culto da Nossa Senhora do Cabo ou Senhora da Pedra Mua e a zona tornou-se num local de romaria. Consta da carta régia de 14 de abril de 1366 da Chancelaria de D. Pedro I (1320 - 1367), ano em que D. João I fez a doação dos terrenos do sítio do Cabo Espichel ao Santo Condestável Nuno Álvares Pereira, para o culto puder dispor à-vontade desse espaço cuja manutenção espiritual ficou a cargo da Ordem do Carmo, por doação de D. Nuno ao seu Convento em Lisboa através D. Diogo de Vasconcelos, cavaleiro comendador de Sesimbra. Ainda nesse ano, o Santo Condestável mandou construir a pequena ermida em memória de Santa Maria da Pedra de Mua, legendariamente aparecida aí montada numa mula, mas que também poderá ser corruptela fonética do árabe mulah. Assim na falésia, onde alegadamente estaria o suposto trilho de pegadas, foi edificada no século XIV uma Ermida da Memória, com o intuito de guardar a imagem encontrada da Nossa Senhora ou a Lenda da Senhora da Pedra Mua. Desse primitivo santuário referido pelas Visitações da Ordem de Santiago, nada resta. Esta construção posterior, já referida, que remonta, muito provavelmente, ao final do século XV, terá sido implantada no local onde foi descoberta a imagem, e constitui o elemento mais antigo deste conjunto arquitectónico. O edifício desta ermida é de planta quadrangular e paredes pouco elevadas, o templo é coroado por uma invulgar cúpula contracurvada, em forma de bolbo, terminada por um pináculo boleado (mas cuja bola terminal desapareceu nos anos 90 do século passado). É rodeada esta edificação por um pequeno miradouro com adro, de onde se avista uma extraordinária panorâmica alargada, tem o interior revestido até meia altura por silhares de azulejos setecentistas azuis e brancos, dos inícios da segunda metade do século XVIII, representando a descoberta da imagem de Nossa Senhora do Cabo, a construção da própria Ermida, da Igreja e das Hospedarias e os "Círios" ou romarias da época, sendo de grande interesse a iconografia. Refira-se que estas ilustrações representadas nestes painéis de azulejos são os únicos registos conhecidos das lendas e história deste santuário. A este Santuário da Senhora do Cabo afluíram desde a Idade Média vários e numerosos grupos de "Círios" (grandes grupos de peregrinos, organizados em romarias colectivas). Existem romarias documentadas ao Cabo Espichel no século XIV. Na Carta Régia do rei D. Pedro I, de 12 abril de 1366, refere os romeiros de Azeitão que vão a Santa Maria do Cabo. Estes romeiros organizavam-se em "Giros" anuais para festejar Nossa Senhora, muito antes da instituição formal destes. Desta forma surgiu o chamado Giro do Círio de Nossa Senhora da Pedra Mua ou Giro Saloio. Foi designado e oficializado em 1430 o "Círio Saloio" (iniciado em 1430 e constituído por 30 freguesias da zona a norte de Lisboa, reduzidas a 26 no século XVIII), vinte e um anos após o aparecimento da imagem de Nossa Senhora do Cabo Espichel. Do "Giro" do "Círio Saloio" faziam parte cerca de 30 freguesias dos actuais concelhos de Lisboa, Sintra, Cascais, Mafra, Loures, Odivelas e Oeiras, combinaram organizar-se entre si, instituindo um "Giro" anual: cada uma delas iria, anualmente e à vez, prestar culto ao Santuário do Cabo Espichel. Correndo grandes perigos, os romeiros vindos do lado de Lisboa, Oeiras, Paço d'Arcos e outros locais, chegavam até a este santuário em canoas e botes que aportavam na praia dos Lagosteiros. Esta romaria também foi adoptada pela corte portuguesa, inclusive ficando conhecido como "Círio Real". Assim, apenas de 30 em 30 anos a mesma freguesia voltava a organizar a festa. Oito freguesias organizavam o seu próprio "Círio", não fazendo parte do Giro: Almada, no domingo da Trindade, Azeitão e Sesimbra no 1º domingo de setembro, Palmela em 15 de agosto, Seixal e Arrentela na 2ª oitava do Espírito Santo e Lisboa no 3º domingo após o Espírito Santo. Em 15 de maio de 1585 foi aprovada a Procissão pelo Cardeal Arcebispo de Lisboa, no entanto a Confraria de Nossa Senhora do Cabo só será instituída formalmente em 1672. Como esta primitiva Ermida da Memória se revelasse demasiado exígua para os romeiros que a ela acorriam, em 1490, dá-se início à construção de uma primeira igreja na vasta área de campo aberto do promontório, da qual não existem hoje quaisquer vestígios. Segundo registos da época pode ler-se: "Em 1490 se lançou a primeira pedra n'este ediflcio, á custa dos habitantes do termo de Lisboa, e das esmolas e offertas dos fieis." Dadas as condições geográficas deste local, é construído em 1430 o primeiro Farol do Cabo Espichel, mas a torre actual foi apenas inaugurada em 1790. Os edifícios de apoio ao farol foram aumentados para os lados por volta de 1900. No ano de 1671, a poucos metros dos edifícios do Santuário do Cabo Espichel, foi edificado o Forte de Nossa Senhora do Cabo Espichel. Poucos são já os vestígios existentes desta construção militar, mas ainda é possível perceber um pouco da sua tipologia. Uma filosofia idêntica à da Fortaleza de Santiago, em Sesimbra, uma fachada austera, virada para o mar e outra mais civil virada para terra. Tudo isto acontece numa altura em que a Coroa Portuguesa tinha necessidade de estreitar laços com a Igreja, a intenção de proteger peregrinos e frades do Santuário do Cabo Espichel dos perigos externos vindos pelo mar, como pirataria e das possíveis invasões espanholas, justificando por isso a existência de uma fortificação militar neste local. A partir do culto a Nossa Senhora do Cabo e da quatrocentista Ermida da Memória, tal como da primitiva igreja construída no local, no século XVIII, serão os reis D. Pedro II (1648 - 1706), D. João V (1689 - 1750) e D. José I (1714 - 1777), a edificar um santuário que perdurou ao culto até à transição para o século XX. Desde o século XVIII, o "Círio Saloio" é constituído por 26 freguesias: S. Vicente de Alcabideche, S. Romão de Carnaxide, S. Julião do Tojal, S. Pedro de Penaferrim, Nª Srª da Misericórdia de Belas, Stª Maria de Lourdes, S. Lourenço de Carnide, S. Pedro de Barcarena, S. Pedro de Lousa, Stº Antão do Tojal, Nª Srª da Purificação de Oeiras, Nª Srª do Amparo de Benfica, S. Domingos de Rana, S. João das Lampas, Nª Srª da Purificação de Montelavar, Nª Srª de Belém de Rio de Mouro, Nª Srª da Ajuda de Belém, Ascensão e Ressurreição de Cascais, Santíssimo Nome de Jesus de Odivelas, S. Martinho de Sintra, S. Pedro de Almargem do Bispo, Stº Estêvão das Galés, Nª Srª da Conceição da Igreja Nova, S. João Degolado da Terrugem, S. Saturnino de Fanhões, Stª Maria e S. Miguel de Sintra. Alguns vestígios arqueológicos como fragmentos de cerâmica de utensílios domésticos dos séculos XVII e XVIII, encontrados, provam uma grande afluência e estadias prolongadas desses peregrinos e romeiros neste local de grande fé e culto.
Rei D. Pedro I de Portugal 1325 - 1357 (col. pess.)
Ilustração da própria Ermida sobre a arriba em painel de azulejos do séc. XVIII
existentes na Ermida da Memória no Cabo Espichel (arq. priv.)
Aspecto da Ermida da Memória sobre a falésia do Cabo Espichel com o Oceano Atlântico como fundo
(foto Paulo Nogueira)
Ermida da Memória e pequeno adro de finais do séc. XV sobre a falésia do Cabo Espichel
(foto Paulo Nogueira)
Painéis de azulejos do séc. XVIII com imagens existentes no exterior da Ermida da Memória
do Cabo Espichel (fotos Paulo Nogueira)
Ermida da Memória de finais do séc. XV vista lateral sobre a falésia do Cabo Espichel
(foto Paulo Nogueira)
Interior da Ermida da Memória no Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua,
com altar e painéis de azulejos iconográficos do séc. XVIII (foto Paulo Nogueira)
Painéis de azulejos iconográficos do séc. XVIII da Ermida da Memória, representando a história e lenda
do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua
(fotos Paulo Nogueria)
Embarcações típicas do rio Tejo como as que transportavam os romeiros ao Cabo Espichel (col. pess.)
Ilustração da construção da primitiva igreja em painel de azulejos do séc. XVIII
existentes na Ermida da Memória no Cabo Espichel (arq. priv.)
Pormenor de painel de azulejos do séc. XVIII da Ermida da Memória,
ilustrando a primitiva igreja do santuário, a ermida
e o forte de Nossa Senhora do Cabo Espichel
(arq. CMS)
Torre do Farol do Cabo Espichel (foto Paulo Nogueira)
Farol do Cabo Espichel e casas de apoio (foto Paulo Nogueira)
Forte de Nossa Senhora do Cabo Espichel em pormenor de
painel de azulejos do séc. XVIII
existente na Ermida da Memória
(arq. priv.)
Local onde existiu outrora o Forte de Nossa Senhora do Cabo Espichel no extremo do promontório
(foto Paulo Nogueira)
Cena de peregrinos no Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel junto da ermida e da primitiva igreja,
em painel de azulejos do séc. XVIII da Ermida da Memória (arq. CMS)
Reis portugueses responsáveis pela edificação do Santuário de Nossa do Cabo Espichel
durante o século XVIII
Rei D. Pedro II de Portugal 1648 - 1706
(col. priv.)
Rei D. João V de Portugal 1689 - 1750 (col. priv.)
Rei D. José I de Portugal 1714 - 1777
(col. Museu Francisco Tavares Proença Júnior,
Castelo Branco)
Ilustração de capa de manuscrito iluminado do
Compromisso de Nossa Senhora do Cabo
ao "Círio Saloio" de Alcabideche de 1671
(col. priv.)
Fragmentos de cerâmica de recipientes domésticos do século XVIII encontrados
junto ao recinto do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
(col. pess.)
O conjunto do santuário congrega a igreja, construída por ordem do rei D. Pedro II entre 1701 e 1707, num projecto em estilo arquitectónico típico português denominado de Chão ou Maneirista, caracterizado pelas formas austeras, robustas e lisas, com influências de estilo Barroco. Num registo da época pode ler-se: "Tendo os temporaes damnificado muito, a casa do infantado, padroeira da egreja, desde a extincçâo do ducado d'Aveiro mandou demolir a antiga ermida, e construir o grandioso templo (...)." Esta construção pode ser atribuída pelo seu desenho ao arquitecto João Antunes (1642 – 1712), na época arquitecto da Casa do Infantado. A construção deste edifício foi iniciada em 1701 e é sagrada em 1707, está situada de costas para o mar. A fachada da igreja apresenta-se em estilo Barroco, (estilo adaptado com as obras de melhoramentos do século XVIII), com uma cimalha que abriga um nicho com a imagem de Nossa Senhora do Cabo. Frontão triangular ornamentado com dois pares de volutas e uma porta pouco ornamentada encimada por uma vieira, ladeado por dois portais mais pequenos. Na cota do coro, três janelas emolduradas formando um conjunto em estilo "tardo Maneirista", concepção típica do século XVII. De planta longitudinal, com dois rectângulos justapostos da Capela-mor e da Nave aos quais se ligam as duas torres sineiras, com um relógio de mostrador em pedra na torre norte e dois rectângulos da sacristia. Telhados articulados com duas e três águas sobre a igreja, anexas as torres com uma cúpula. Dois pisos flanqueados pelas duas torres sineiras, rasgadas por três pequenas frestas, com cobertura em coruchéu piramidal, completam este edifício. Esta igreja é composta por uma nave única e púlpito a meio da nave. A capela-mor do templo, que inclui dez altares oferecidos pelos "Círios" ou romarias de Lisboa, Almada, Palmela, Sesimbra, Setúbal, Caparica, Azeitão, Arrentela/Amora e pelos "Círios Saloios", guarda-se a velha imagem medieval de Nossa Senhora do Cabo, cuja descoberta no promontório esteve na base deste culto popular. As paredes interiores deste templo, têm abundante revestimento em pedra "Brecha da Arrábida", vulgarmente conhecida como "mármore da Arrábida" e o tecto é excepcional, sendo em abóbada pintado a frescos pela mão do pintor Lourenço da Cunha, segundo encomenda aquando da remodelação do templo, pelo rei D. João V (1689 - 1750), em 1740, considerado, no seu tempo, o melhor dos pintores portugueses no género de arquitectura e perspectiva com uma nova concepção de espaço cénico e decorativo. Por curiosidade este tecto é a única obra do autor que sobreviveu ao Grande Terramoto de 1755. Em finais do século XVIII, é construído uma tribuna real junto ao altar-mor. Igualmente no interior da igreja encontra-se um órgão com características dos finais do século XVIII, princípios do século XIX, provavelmente construído na oficina de Joaquim António Peres Fontanes. Igualmente nesse mesmo ano de 1740, o rei D. João V oferecerá uma berlinda com a Coroa Real à Confraria de Nossa Senhora do Cabo Espichel. Em redor deste templo, foram crescendo modestas casas para receber e acolher os romeiros que aqui se deslocavam, dando mais tarde lugar à construção de hospedarias com primeiro andar ou sobrados e lojas no piso inferior, também conhecidas por Casas dos Círios. Coube a construção de grande parte das hospedarias ao "Círio Saloio", conforme se pode ler numa lápide na parede das hospedarias do lado norte: "Casas de N. Sra. de Cabo feitas por conta do Sírio dos Saloios no ano de 1757 p. acomodação dos mordomos que vierem dar bodo". Estas duas alas de hospedarias edificadas após 1715 e ampliadas entre 1745-1760. As duas fiadas de habitações que constituem as hospedarias para os romeiros, criam duas linhas que conduzem à igreja, acentuando a cenografia do templo, ao mesmo tempo que realçam um jogo de vãos, de cheios e vazios e de claro-escuro através da arcaria e janelas do andar superior, numa arquitectura "estilo chão", popular do aro saloia, consideradas de grande interesse e monumentalidade. Ao centro, desenvolve-se o vasto espaço de terreiro ou arraial. No seu início ergue-se um cruzeiro em pedra, local onde começa verdadeiramente o Santuário.
Fachada da igreja de Nossa Senhora do Cabo Espichel, construída entre 1701 e 1707 em "estilo chão"
com alguns traços estilo Barroco (foto Paulo Nogueira)
Nicho com a imagem de Nossa Senhora do Cabo no frontão da igreja do Santuário
de Nossa Senhora do Cabo Espichel (arq. priv.)
Pormenores arquitectónicos do frontão da igreja
do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
(foto Paulo Nogueira)
Mostrador em pedra do relógio da torre norte da igreja
do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
(arq. priv.)
Apecto arquitectónico de janela e ligação anexa de torre sineira
à igreja do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
(foto Paulo Nogueira)
Apecto da ligação anexa de torre sineira à igreja
do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
(foto Paulo Nogueira)
Parte traseira da igreja do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
virada para o mar e edifícios anexos (foto Paulo Nogueira)
Aspecto geral do interior da igreja do Santuário
de Nossa Senhora do Cabo Espichel
(foto Paulo Nogueira)
Dois aspectos da primitiva imagem medieval de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua
guardada no interior da igreja (arq. priv.)
Aspecto do altar mor e à direita a tribuna real da igreja do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
(arq. priv.)
Aspectos do interior da igreja de Nossa Senhora do Cabo Espichel
com toda a sua riqueza e esplendor artístico
(foto Miguel H. Carriço)
Tecto da igreja do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel em abóbada pintado a frescos
estilo arquitectura e perspectiva por Lourenço da Cunha em 1740 (arq. priv.)
Berlinda de oferecida pelo rei de Portugal D. João V em 1740
à Confraria de Nossa Senhora do Cabo Espichel
(col. Museu Nacional dos Coches, Lisboa)
Alçados dos edifícios que constituem o complexo do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
ou da Pedra Mua (arq. CMS)
Habitações das hospedarias da ala norte das Casas dos Círios
no Santuário de Nossa Senhor do Cabo Espichel
em "estilo chão" popular do aro saloio
(foto Paulo Nogueira)
Aspecto arquitectónico das hospedarias das Casas dos Círios
ala norte no Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
(foto Paulo Nogueira)
Perspectiva do interior das arcadas do piso inferior
das hospedarias das Casas dos Círios no
Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
(foto Paulo Nogueira)
Aspecto geral do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua
e as hospedarias das Casas dos Círios (foto Paulo Nogueira)
Torre sul da igreja de Nossa Senhora do Cabo Espichel
através das arcadas do piso térreo dos edifícios
da hospedaria das Casas dos Círios
(foto Paulo Nogueira)
Arcadas dos pisos inferiores dos edifícios das Casas dos Círios
no Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
(foto Paulo Nogueira)
Cruzeiro do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
ou da Pedra Mua (foto Paulo Nogueira)
Aspecto geral do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra da Mua
com o terreiro do arraial e o cruzeiro (foto Paulo Nogueira)
Com o intuito de abastecer de água para saciar a sede aos peregrinos e romeiros, foi construída a denominada Casa da Água em 1770, por iniciativa do rei D. José I, que naquele ano ali se deslocou em romaria. Esta casa integrada numa horta murada para o cultivo de bens alimentares com o intuito de abastecer os peregrinos nos dias de festa. Esta Casa da Água, de autor desconhecido, é uma construção em forma hexagonal, coberta por cúpula em meia-laranja rematada por lanternim, cimalha envolvente, cunhais apilastrados marcando as seis faces. É antecedida por uma escadaria de vários lanços. No seu interior pode observa-se uma fonte estilo "rocaille" em mármore, com motivos escultóricos ao gosto italiano Berniniano, bancos de pedra ao longo das paredes, restos de um silhar de painéis de azulejos da fábrica de Belém, com cenas alusivas a caça e aos "Círios". O abastecimento de água era feito por um aqueduto desde a aldeia mais próxima de Azóia, numa extensão de aproximadamente 2,5 quilómetros. Para além da fonte própria, o aqueduto abastecia igualmente um chafariz e dois tanques (no interior e no exterior da horta murada). Uma outra parte foi muitas vezes utilizada para largada de touros. Nas proximidades existem ainda dois poços para abastecimento geral. Nesse mesmo período foi reforçado o equipamento social do santuário, com a edificação de cozinhas, casa do forno, da lenha e cavalariças. Nesse ano de 1770 realizaram-se no Cabo Espichel monumentais celebrações, a que assistiram a Família Real e toda a grande nobreza do Reino, apenas excedidas aquando da deslocação da rainha D. Maria I ao santuário, em 1784. O século XVIII irá marcar o Santuário do Cabo Espichel com todo o esplendor cenográfico do Barroco, tendo sido lançados, para além de sucessivos programas de ampliação e redecoração da Igreja de Nossa Senhora do Cabo e de outras dependências (em que se incluía, por exemplo, um pequeno mas bem apetrechado Teatro de Ópera). A denominada Casa da Ópera edificada junto às hospedarias em 1770. Tinha por objectivo este pequeno teatro com palco, dispondo de camarins e bastidores, promover animação cultural para os romeiros e festeiros. Possuía ainda este teatro, peças de guarda roupa, adereços e cenários próprios. A própria Família Real, que visitava o santuário durante o período de romaria, também promoveu aqui espectáculos. No seu palco chegaram a actuar os maiores artistas e grupos teatrais da Europa, sobretudo italianos, tendo o edifício divisões de apoio que asseguravam a permanência destes grupos durante as festividades. Apesar deste edifício na actualidade estar em ruínas, desde 2007, a Câmara Municipal de Sesimbra presta-lhe homenagem através de um Festival, a que deu o nome de "Temporada de Música da Casa de Ópera do Cabo Espichel" e que acontece todos os anos, entre os meses de março e abril onde se interpretam alguns compositores da época. Todo este espaço do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel racionalizado, geométrico, com uma axialidade arquitecural quase perfeita que liga os elementos principais: a Igreja, Cruzeiro e Casa da Água. As hospedarias são paralelas a este eixo, sendo criado um todo, onde a Ermida da Memória não se inclui. A autoria do projecto foi atribuída por Victor Serrão ao arquitecto João Antunes, embora esteja em aberto qual ou quais os autores desta obra. Todo este complexo que constitui o Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua, assim como a disposição dos edifícios, estão cheios de simbolismos e mistérios ligados ao oculto e ao religioso. Está em curso um projecto da Câmara Municipal de Sesimbra no sentido da preservação e recuperação da ala norte do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel. Com esta excelente iniciativa, para além da preservação deste conjunto arquitectónico, espera-se ainda que a CMS incremente um pólo turístico neste espaço.
Edifício da Casa da Água mandado edificar em 1770
no Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
(arq. priv.)
Aspecto da Casa da Água de 1770 e espaço de horta no Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
(foto Paulo Nogueira)
Fonte no interior da Casa da Água no Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel (arq. priv.)
Aqueduto que transportava a água desde a aldeia de Azoia ás cisternas
do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel (arq. priv.)
Respectiva do terreiro e Casas dos Círios para o lado da Casa da Água
no Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua
(foto Paulo Nogueira)
Ruínas de habitações de apoio existentes no Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua
(fotos Paulo Nogueira)
Aspecto do que resta da porta principal e do interior do edifício
da Casa da Ópera edificada em 1770 (foto Paulo Nogueira)
O que resta do edifício da Casa da Ópera edificada em 1770 (foto Paulo Nogueira)
Aspecto lateral do edifício da Casa da Ópera no
Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
(foto Paulo Nogueira)
Planta dos edifícios que compõem o Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
ou da Pedra Mua e respectivas hospedarias (arq. CMS)
Aspecto do conjunto arquitectónico da igreja e ala norte das hospedarias
do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua
(foto Paulo Nogueira)
Painel informativo da Câmara Municipal de Sesimbra relativo às obras de recuperação do da ala norte do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel (foto Paulo Nogueira)
Em 1804 o príncipe regente D. João VI (1767 - 1826), ordena para benefício dos vendedores de toda a qualidade de víveres durante o arraial de Nossa Senhora do Cabo Espichel, que estes não paguem pensão nem terra, durante a utilização do espaço ao "Círio Saloio", mandando afixar uma placa no local com esta informação no ano de 1806. A partir de 1807, com a ida da Corte Portuguesa para o Brasil, devido às invasões francesas, as festas conheceram um natural e inevitável abrandamento, contrabalançado por um forte incremento registado durante o período miguelista. Apesar do seu progressivo declínio, os "Círios Saloios" continuaram a contar com a devoção e o contributo da Família Real Portuguesa, nomeadamente com D. Maria II, D. Pedro V, D. Maria Pia e D. Carlos I. A partir de 1887 foi introduzida uma mudança no antigo ritual. Em vez da longa procissão dos romeiros até ao Cabo Espichel, instituiu-se uma imagem peregrina entregue directamente entre as freguesias, deixando de se verificar a deslocação ao santuário. Após um breve interregno registado entre 1910 e 1926, as romarias populares em honra de Nossa Senhora do Cabo foram retomadas, tendo prosseguido até hoje praticamente sem interrupções. Na transição do século XIX para o século XX, o santuário entrou numa fase realmente de declínio e em 1976, o paleontólogo Miguel Telles Antunes descobriu que as misteriosas pegadas não eram da alegada mula que a lenda evocava, mas sim pegadas fósseis de um grupo de saurópodes do Jurássico Superior, tendo sido classificado como Monumento Natural. O conjunto do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel assim como o farol que está localizado junto a este espaço, constituem um lugar rico em termos arquitectónicos onde podemos encontrar reunidos num só lugar Arquitectura Militar, Religiosa e Civil, com estilos arquitectónicos bem diferenciados. Um espaço cenograficamente concebido, com escala humanizada, em que o homem se sente parte integrante do cenário e não apenas um mero espectador. Toda esta cenografia criada neste local idílico tem muitos segredos por desvendar, para não crentes e crentes de Nossa Senhora do Cabo ou meros turistas que ficam maravilhados com este espaço deixado ao abandono. Arte e subtileza que vamos perdendo, ignorando espaços com uma identidade. Identidade essa que foi o espelho da sociedade que o edificou. Existem planos desde à muito por parte da Câmara Municipal de Sesimbra para o seu restauro e requalificação, algumas coisas têm sido feitas nesse sentido outras aguardam melhores dias. Considerado este espaço, como os letreiros para turistas e visitantes indicam "Este Património também é seu. Proteja-o!", parece haver no entanto algo de contraditório por parte de quem dirige este espaço, nomeadamente no interior da igreja, no que respeita à captação de imagens (fotos). Ora se é um património de todos deveria ser e poder ser partilhado por todos gratuitamente no que respeita à captação de fotos (sempre com a advertência da não utilização de flash por questões técnicas e de preservação das obras, como nos demais espaços públicos onde se expõem cultura para todos), não proibindo uma simples foto de recordação desse património de todos por parte de quem visita o templo, de uma forma austera até arrogante, por parte dos elementos que zelam pelo espaço. A cultura deve ser de todos e para todos, não da exclusividade de alguns. Vale pois a pena e apesar de tudo, uma visita atenta e demorada a este espaço rico em património, cultura, fé e misticismo. Este culto a Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua, não se trata de um culto individual, como acontece na maioria das romarias minhotas ou em Fátima, mas de um verdadeiro voto colectivo, de um acto ritual espontâneo feito por toda a comunidade e por ela assumido. Em muitos casos, como no da Senhora do Cabo, na origem do "Círio" está a protecção contra catástrofes naturais, típico da época, ligadas aos flagelos da agricultura ou às epidemias de peste; por esse motivo, e porque o perigo é ou foi colectivo, também a promessa o é, devendo ser paga pela comunidade como um todo ou por uma Confraria em seu nome, ao longo de sucessivas gerações de romeiros. É também neste sentido que se compreende o grande destaque dado aos "anjos", jovens que no decurso do cortejo processional vão cantando as "loas" em honra da Senhora do Cabo: são eles quem representa a voz do povo, que assim contacta o santo. E como este intermediário não pode ter mácula, já que representa a própria comunidade dos crentes, devem os anjos ser sempre rapazes com idade nunca superior aos 12 anos… A tradição das três voltas ao cruzeiro, a arrematação das bandeiras e a romagem da imagem da Santa, continuam a evocar a vontade de tocar o sagrado, apaziguando o que tem de hostil este lugar. As festas em honra de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou de Nossa Senhora da Pedra Mua, realizam-se anualmente entre os dias 23 e 26 de setembro. A igreja de Nossa Senhora do Cabo Espichel é também frequentemente escolhida por muitos casais para a celebração dos seus casamentos assim como alguns baptizados. Cabo Espichel, um lugar que, como alguns afirmam, os deuses quiseram que fosse diferente, onde o mistério surge numa atmosfera mágica. Espaço onde o encontro com a natureza é coincidente com o sentir de uma força superior, misteriosa, que nos alivia as preocupações e revitaliza o ser. Um local que convida à meditação e paz de espírito. Várias foram as culturas que aí inscreveram as suas crenças, comungaram a sacralidade independentemente da situação existencial de cada um. O Cabo Espichel, local de práticas culturais desde tempos muito remotos, sacralizado no Neolítico final. Muitos são os fenómenos que desde sempre intrigaram as populações locais e envolventes, desde lendas esotéricas de sereias e tritões, fenómenos solares observados na Península Ibérica, que, segundo lendas, coincidiram com o Nascimento de Jesus, sentidos com maior intensidade no Promontório do Cabo Espichel e Serra da Arrábida. A verdade é que todos os que vêm ao promontório do Cabo Espichel, seja qual for a sua fé, sentem algo de especial, algo superior que os transcende. Neste local mítico confluíram as três grandes religiões monoteístas: o Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo.
Placa de 1806 com aviso régio do príncipe regente D. João VI a todos vendedores
do arraial de Nossa Senhora do Cabo (foto Paulo Nogueira)
Aspecto geral do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua
e o terreiro do arraial das festividades (foto Paulo Nogueira)
Aspecto das traseiras da ala sul da hospedaria da Casas dos Círios do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
ou da Pedra Mua (foto Paulo Nogueira)
Aspectos do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel em 1880
por A.Keill in revista O Occidente (col. pess)
Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel, do lado da Casa da Água,
mostrando alguma recuperação no início do século XX (arq. priv.)
Cabo Espichel e Ponta do Cavallo em postal ilustrado do início do século XX (col. prv.)
Círio Saloio em honra de Nossa Senhora do Cabo
em S. Vicente de Alcabideche no ano de 1909
(arq. priv.)
Excursão em autocarro ao Santuário do Cabo Espichel
em meados dos anos 50 (arq. priv.)
Aspectos da ala norte das Casas dos Círios em ruínas e das obras no Santuário do Cabo Espichel
em abril de 1973 (fotos João Augusto Aldeia)
Pegadas atribuídas à lenda da aparição/visão de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua, afinal pegadas fósseis de um grupo de saurópodes do Jurássico Superior (arq. priv.)
Terreiro, igreja e hospedarias do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel,
durante obras de restauro em 1978 (arq. priv.)
Medalha em honra de Nossa Senhora do Cabo Espichel,
quando esta visitou a freguesia de S. Martinho de Sintra,
vila de Galamares, nos anos 1979 e 1980 (col. priv.)
Aspecto dos festejos de Nossa Senhora do Cabo junto à Casa da Água antes do restauro
no Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel (arq. priv.)
Festas em honra de Nossa Senhora do Cabo Espichel em 2015 (arq. priv.)
Cortejo junto à Ermida da Memória com a imagem de Nossa Senhora do Cabo Espichel
nas festas em sua honra (arq. priv.)
Aspecto geral do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
ou da Pedra Mua (foto Paulo Nogueira)
Perspectiva do terreiro e ala norte da Casas dos Círios no Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
ou da Pedra Mua (foto Paulo Nogueira)
Vista aérea dos edifícios principais do complexo do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
ou da Pedra Mua (arq. priv.)
Vista aérea do complexo do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua
(Google Maps)
Vista do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua no promontório
e praia dos Lagosteiros local da lenda (arq. priv.)
Aspecto do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua visto do farol
(foto Paulo Nogueira)
Um céu místico de fim de tarde sobre o Oceano Atlântico a partir do Cabo Espichel (foto Paulo Nogueira)
Texto:
Paulo Nogueira
Paulo Nogueira
Fontes e bibliografia:
SANTA MARIA, Frei Agostinho de, Santuário Mariano, E Historia das Imagens de Nossa Senhora, etc., Tomo II, Livro II, Tít. LXXIV, Of. António Pedrozo Galrão, 1707 a 1723, Lisboa
SANTA MARIA, Frei Agostinho de, Santuário Mariano, E Historia das Imagens de Nossa Senhora, etc., Tomo II, Livro II, Tít. LXXIV, Of. António Pedrozo Galrão, 1707 a 1723, Lisboa
SANTA MARIA, Frei Agostinho de, Santuário Mariano, E Historia das Imagens de Nossa Senhora, etc., Tomo II, Livro I, Tít. VIII, Of. António Pedrozo Galrão, 1707 a 1723, Lisboa
Revista O Occidente de maio de 1880
COSTA, Diogo Francisco da Piedade, A Luz de Portugal, História da Nossa Senhora do Cabo, Typografia da Companhia Nacional Editora, 1899, Lisboa
COSTA, Diogo Francisco da Piedade, A Luz de Portugal, História da Nossa Senhora do Cabo, Typografia da Companhia Nacional Editora, 1899, Lisboa
FONTES, Joaquim, A Propósito do Círio de Nossa Senhora do Cabo Espichel, UmHistoriador Saloio, Boletim da Junta de Província da Estremadura, 1951, Lisboa
FERREIRA, Alcino; CABAÇA, Ana, Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel, Revista Arquitectura Lusíada, nº 3 (2.º semestre 2011)
adoro os teus trabalhos e as tuas escolhas.
ResponderEliminarnão resisti e partilhei, mas se quiseres que apague, cumprirei. forte abraço.
Alguns anos de abandono e de falta de sensibilidade por parte de responsáveis pelos bens culturais permitiram degradações várias, aqui em evidência. É hora de recuperar tudo o que for recuperável.
ResponderEliminarDe referir como advertência que a cultura de um País e do Mundo não são da exclusividade de particulares ou entidades, é pública, é a cultura de um País e faz parte da cultura Universal. Em contrário só alguns teriam direito a ela, o que não seria correcto nem justo. Que as fontes usadas sejam mencionadas desde que devidamente conhecidas, é um dever cívico e moral de quem as usar, são os direitos de autor a respeitar sempre, desde que também, se saiba a procedência correcta, quer de conteúdos escritos quer de imagens. Para isso estão descritas nas legendas visíveis dos artigos deste blog, os arquivos e colecções conhecidos ou que se dão a conhecer, assim como as fontes e bibliografia usadas. Ainda como advertência, caso haja alguma fonte referida como (arq. priv.) arquivo privado, não significa que seja arquivo pessoal, há diferenças e significados para ambas as situações, como tal (arq. priv.) arquivo privado, significa que ou não se conhece o seu autor ou que o seu autor não quer que se divulgue a procedência. Outra situação que acontece com muita regularidade é a existência de fotos e imagens na internet para uso livre sem qualquer referência à procedência, o que se aconselha que os seus autores quando as detectarem façam chegar a sua real identificação que será de imediato reposta pelos redactores deste blog com todo o gosto.
ResponderEliminarObrigado