terça-feira, 18 de setembro de 2018

A REVISTA À PORTUGUESA






O teatro de Revista ou a designada Revista à portuguesa, é um género teatral de gosto marcadamente popular. É constituído este género teatral por várias cenas de cariz cómico, satírico e de crítica política e social, com diversos números musicais. É caracterizado também por um certo tom Kitsch, com bailarinos vestidos de forma exuberante, além da forma própria de declamação do texto, algo estridente. No entanto este género de expressão teatral em Portugal, pode considerar-se remontar a Gil Vicente (1465 - 1536), em que a crítica e a sátira social estavam presentes em muitas das suas obras teatrais, nomeadamente nos Autos. Mas foi em 1715 que a primeira representação deste estilo de teatro de revista no mundo aconteceu, com a peça "A Cintura de Vénus", uma representação cómica e crítica nascida num pequeno teatro abarracado numa feira de Sainte-Laurent e Sain-Germain em Paris. Eram os chamados Teatros de Feira, desenvolvidos nas feiras populares de verão que aconteceram em Paris ao redor da Abadia de Saint-Germain-des-Prés da igreja de Saint Laurent, durante os séculos XVII e XVIII. Durante este período várias foram as Companhias teatrais deste género de expressão teatral que ali se formaram e desenvolveram este estilo de representação, que acabou por passar e ser adoptado por outras Companhias de outros teatros.

 
 

Gil Vicente 1465-1536 (col. pess.)



 Ilustração da edição original do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente
(col. priv.)
 


Reconstituição de representação de um Auto de Gil Vicente
na Corte de D. Manuel I, por Roque Gameiro
(col. pess.)




Um teatro na feira de Saint-Laurent em meados do séc. XVIII
(col. Bibliothèque historique de la ville de Paris)



O novo teatro de Nicolet e ambiente na Feira de Saint-Germain (arq. Harvard Theatre Collection)



Em Portugal,  aquele que é considerado o primeiro espectáculo deste género teatral, sobe à cena no Theatro do Gymnasio em 11 de janeiro de 1851, sob o título programático de "Lisboa em 1850". Eram seus autores, no que se refere ao texto, Francisco Palha (1827 - 1890) e José Maria Latino Coelho (1825 - 1891). Com textos irónicos a acutilantes, esta revista começou desde logo a tocar nas questões politicas relacionadas com a censura que ainda se fazia sentir e com a chamada "lei das rolhas", o que não agradou ao governo de António Bernardo da Costa Cabral (1803 - 1889). De entre os actores que participaram nesta primeira peça de Revista, destaque para a grande vedeta que foi o actor Francisco Alves da Silva Taborda (1824 - 1909), mais conhecido por actor Taborda. Ficou  celebre um numero que já mostrava as diferenças e criticas da Lisboa antiga e a Lisboa moderna, numa rabula em que surgiam os antigos candeeiros de iluminação publica da cidade funcionando a azeite  e os modernos candeeiros funcionando a gás. O que marcava a diferença do passado e da modernidade de então com a introdução da iluminação a gás nos teatros. Terá sido nesta primeira peça de Teatro de Revista que se terá feito a primeira incursão do fado, interpretado pelo actor Taborda nos seus números.  Outro grande sucesso de Revista seria em 1856 com "Fossilismo e Progresso" de Manuel Roussado. Mais tarde autores clássicos e românticos como Guerra Junqueiro (1850 - 1923) a Bernardo Santareno (1920 - 1980), escreveram obras teatrais do género Revista. Vem no entanto de meados do século XIX, depois da estreia com sucesso de "Lisboa em 1850", a tradição do teatro de Revista em Portugal e a própria designação deste género teatral, aponta desde logo a expressão de conteúdos a nível de texto, pois trata-se, na origem, de uma evocação, memorização ou descrição dos eventos sociais e políticos relevantes passados em determinada época. Daí, a designação tradicional, aplicada ainda em meados do século XIX, de "Revista do ano", no entanto a designação "Teatro de Revista à portuguesa" começa ser ser a designação mais adequada para este género teatral. Também Raphael Bordallo Pinheiro (1845 - 1905), com o seu sentido de humor e critica, tem participação activa em muitos dos espectáculos da Revista à portuguesa como autor de figurinos e cenários. O seu personagem "Zé Povinho", por ele criado em 1880, que representa o homem comum português do povo, passa a ser uma presença constante até à actualidade neste género teatral. Outra figura criada por Raphael Bordallo Pinheiro foi o "Pêssego", uma figura burlesca efeminada que representava certos tipos de pessoas da sociedade. Muitos outros teatros de Lisboa, praticamente todos, alguns já desaparecidos, foram palco deste tipo de representação desde o final do século XIX até meados do século XX, como exemplos: O Theatro da Rua dos Condes estreia a Revista "As Cores da Bandeira", em 1890 da qual fazia parte a marcha "A Portugueza", de Alfredo Keil (1850 - 1907) e letra de Henrique Lopes de Mendonça (1856 - 1931), música e letra que mais tarde, com o inicio do regime Republicano, dariam origem ao hino nacional em 1911 com o mesmo titulo. Esta marcha "A Portugueza" resulta do sentimento nacional profundo oriundo da humilhação sofrida pelo Ultimato imposto pelos Britânicos em 1890, assim, surge, no mesmo ano, uma música de exaltação nacional e forte carácter patriótico. Devida à designada "lei das rolhas" que ainda estava em vigor, esta Revista e marcha seriam censuradas e suspensas por um tempo. A Revista "Zás Trás" em finais dos século XIX e em 1898 a Revista do ano, como ainda era designada "Agulhas e Alfinetes" em cartaz no Theatro da Rua dos CondesEm 1908 António de Sousa Bastos (1844 - 1911), ele próprio autor de Revistas, propõe uma definição deste género teatral, segundo este, era a classificação que se dá a certo género de peças em que o autor critica costumes dum país ou duma localidade, ou então faz passar à vista do espectador todos os principais acontecimentos do ano findo, tais como revolução, grandes inventos, modas, acontecimentos artísticos ou literários, espectáculos, crimes, etc.


Capa de uma cópia do texto da primeira Revista à portuguesa 
"Lisboa em 1850"
(arq.  Escola Superior de Teatro e Cinema)


Theatro do Gymnasio no início do séc. XX, onde foi representada 
a que é considerada a primeira Revista à portuguesa
 intitulada "Revista em 1850" (arq. AML)


Francisco Alves da Silva Taborda 1824-1909, 
actor participante na primeira peça 
de teatro de Revista em Portugal 
(arq. pess.)


Caricatura do actor Taborda em meados do séc. XIX,
 por Raphael Bordallo Pinheiro (col. priv.)


                               
Figura do "Zé Povinho" que passa a ser presença constante 
em quase todas as peças de Revista à portuguesa, 
da autoria de Raphael Bordallo Pinheiro
 in Álbum das Glórias, 1882 (col. pess.)




Theatro da Rua dos Condes no início do séc. XX onde se representaram
alguns êxitos da Revista à portuguesa (arq. AML)



Letra de versão  "A Portugueza" como foi interpretada e censurada no Theatro da Rua dos Condes
em 1890 in publicação O Occidente (col. pess.)



Capa da partitura da marcha "A Portugueza" de 1890, 
com música de Alfredo Keil (col. pess.)




Alusão à denominada "lei da rolha" e a censura em vigor, 
numa caricatura de Raphael Bordallo Pinheiro
na publicação Pontos nos ii de 1890
(col. pess.)



Figurino criado por Raphael Borda.lo Pinheiro em 1897 
para a Revista "Reino da Bolha" 
(col. Museu Bordalo Pinheiro)



Figurino criado por Raphael Bordallo Pinheiro para a Revista
 "Formigas e formigueiros" em 1898 
(col. Museu Bordalo Pinheiro)




Cartaz da Revista "Agulhas e Alfinetes" representada
no Theatro da Rua dos Condes em 1898 (col. priv.)


                              
Figurino do teatro de Revista em meados do séc. XIX (arq. pess.)



António de Sousa Bastos 1844 - 1911, autor de peças
 de Revista à portuguesa, foto Guedes
(arq. Histórico do Porto)





Em plena Avenida de Liberdade, em 1906 o Theatro Avenida estreia a Revista "Prá Frente" que seria um enorme sucesso e mais tarde, em 1908 outro sucesso que foi a Revista "A.B.C.". O Theatro Phantastico estreia uma das suas primeiras Revistas com o titulo "Já te Pintei" em 1908.  No Theatro Apollo estreou-se a primeira Revista à portuguesa após a instauração da Republica e considerada a primeira Revista verdadeiramente republicana, pelo seu espírito revolucionário, intitulada "Agulha em Palheiro". Esta Revista da autoria de Ernesto Rodrigues, Felix Bermudes e Lino Ferreira. Foi um êxito e estreou em 23 de fevereiro de 1911. Uma peça de Revista em 3 actos e 12 quadros, com música de Filipe Duarte e Carlos Calderón, interpretada entre outros actores da época por Nascimentos Fernandes, Lucinda do Carmo, Isaura, Amélia Pereira e João Silva. De referir que os números musicais com fadistas profissionais em palco nas peças do teatro de Revista, terão surgido por volta de 1910, antes disso havia representações um tanto burlescas imitando os fadistas, números estes que serviam para o tempo de mudança de cenários em palco. Em 1911 estreia uma das primeiras Revistas, já pós Republica, intitulada "Arre Que é Burro", no Theatro Moderno e mais tarde em 1913, outro grande êxito "Os Gorostescos", uma Revista em dois actos. Em 1912 novamente no Theatro Avenida, mais um grande êxito estreia, a Revista "CóCóRóCóCó". O Teatro Paraíso de Lisboa, na Rua da Palma, estreou a Revista "Cale-se" em 1912, um grande sucesso num teatro que também era animatógrafo. Este género teatral que satiriza o que vai acontecendo a todos os níveis na sociedade e em cada ano, passa a ter a designação de "Revista à portuguesa", afinal era adaptado e satirizava de maneira muito nacionalista os acontecimentos ocorridos em Portugal especificamente. O fenómeno de adaptação à realidade portuguesa torna este genro de teatro mais rico do que  o mesmo genro em outros países, onde a alma portuguesa está muito presente na forma de representação. O Teatro da Trindade foi palco igualmente, de grandes êxitos da Revista à portuguesa, entre muitos deles destaque para dois grandes sucessos como "As Cartolinhas e os Adelaides" estreado em outubro de 1915 e "Feira da Luz" estreado em 1930. Com o inicio do regime republicano é mudado o nome do antigo Theatro D. Amélia, actual Teatro D. Luiz, para Teatro da República, e nesta nova era sobem ao palco deste teatro alguns êxitos do teatro de Revista como "Castelos no Ar" que tem estreia em 1916 e "Lisboa Amada" que estreia em 1917. Do elenco desta última peça faziam parte entre outros o actor Chaby Pinheiro (1873 - 1933) que interpreta o fado O Carro do Chora. No Eden Teatro na Praça dos Restauradores, também se representaram muitos e grandes êxitos da Revista à portuguesa como o grande sucesso que foi a Revista "O Novo Mundo" em 1919 e mais tarde, no mesmo ano a Revista "Cabaz de Morangos". Também o Coliseu dos Recreios foi palco para numerosas Revistas à portuguesa de grande sucesso ao longo do século XX. A Revista à portuguesa, foi e continua a ser um género teatral que se generalizou por todos os teatros, grandes e pequenos da capital e também da província. Grandes actores e actrizes, mais tarde nomes importantes no cinema português, iniciaram as sua carreira de sucesso no teatro de Revista à portuguesa nas primeiras décadas do século XX, foram entre muitos o caso de  António Silva (1886 - 1971), Vasco Santana (1898 - 1958), Beatriz Costa (1907 - 1996), Mirita Casimiro (1914 - 1970), entre muitos outros. Este género teatral foi e continua sendo o "berço teatral" para o inicio e sucesso da carreira de muitos dos grandes actores e actrizes portugueses até à actualidade.


Theatro Avenida na Avenida da Liberdade em postal ilustrado 
do início do séc. XX (col. pess.)


Quadro da Revista à portuguesa "Prá Frente" no Theatro Avenida em 1906 (arq. priv.)


Theatro Avenida em 1908 com cartaz anunciando a Revista "ABC" 
(arq. AML)


Capa da folha do Fado Liró, da Revista "A.B.C." no Theatro Avenida em 1908
(col. Museu Nacional do Teatro)




Theatro Phantastico na Rua Jardim do Regedor no início do séc. XX
onde foram representados alguns êxitos da Revista à portuguesa
(arq. AML)


Programa da Revista "Já Te Pintei!" representada no Theatro Phantastico em 1908
(col. Carlos Caria)



 Theatro Apollo no início do séc. XX onde se representaram muitos êxitos da Revista à portuguesa
 (arq. AML)


Anúncio da Revista "Agulha em Palheiro"
representada  no Theatro Apollo em 1911
(col. priv.)
 

Quadro da Revista "Agulha em Palheiro" no Theatro Apollo em 1911
(col. pess.)




Theatro Avenida em 1912 onde foram representados muitos êxitos da Revista à portuguesa (arq. AML)


 
Quadro de bailado da Revista "CóCóRóCóCó", no Theatro Avenida em 1912 (arq. AML)

 
 
 
Teatro Paraíso de Lisboa que também foi animatógrafo mas exibiu alguns
êxitos de Revista à portuguesa no início do séc. XX (arq. AML)


Quadro da Revista  à portuguesa "Cale-se" no Teatro Paraíso de Lisboa em 1912 (arq. AML)
 
 

Theatro Moderno onde se representaram alguns êxitos de Revista à portuguesa (arq. AML)
 

Anúncio da Revista "Os Grotescos" representada no Tehatro Moderno
em 1913 (col priv.)


 
Teatro da Trindade onde também foram representados alguns êxitos
da Revista à portuguesa, foto Joshua Benoliel (arq. AML)
 

Capa de partitura de músicas da Revista à portuguesa
"As Cartolinhas e os Adelaides", estreada em 1915
no Teatro da Trindade (col. priv.)
 
 


Teatro da República em 1914, antigo Theatro D. Amélia mais tarde Teatro São Luiz, 
onde também passaram alguns êxitos da Revista à portuguesa (arq. AML)



Capa da partitura do Fado da Malícia da Revista "Castelos no Ar", 
estreada em 1916 no Teatro da República (col. priv.)



Quadro da Revista "Castelos no Ar" no Teatro da República 
em 1916, com Angêla Pinto e Joaquim Costa
 (arq. AML)



Capa da partitura de música O Carro do Chora da Revista "Lisboa Amada", 
estreada no Teatro da República em 1917 (arq. priv.)




Eden Teatro em 1914, onde foram representados grandes êxitos da Revista à portuguesa (arq. AML)


Quadro da Revista "O Novo Mundo" no Eden Teatro em 1919 (col. pess.)



Capa de partitura do Fado do Ganga da Revista "O Novo Mundo" de 1919 
(col. priv.)




Programa da Revista "Cabaz de Morangos" representada no Eden Teatro em 1919 (col. priv.)


Capa do Programa do Eden Teatro da Revista
 "Cabaz de Morangos" de 1919
 (col. Carlos Caria)



Coliseu dos Recreios em meados dos anos 40 onde foram representadas
diversos êxitos de Revista à portuguesa (arq. AML)

                    
                                          Anúncio da Revista "Há Festa no Coliseu" de 1944 (arq. priv.)




                                             
                                                             António Silva 1886 - 1971 (arq. priv.)                 


                                                                   
                                                                                         Vasco Santana 1898 - 1958 (arq. priv.)


Beatriz Costa 1907 - 1996 (arq. priv.)


                                                     
                                                     Mirita Casimiro 1914 - 1970 (arq. priv.)





No entanto um local mítico, neste tipo de representação seria inaugurado em Lisboa, o Parque Mayer. Inaugurado a 15 de junho de 1922, o Parque Mayer resultou de uma partilha familiar do palacete Mayer e dos seus jardins. Este espaço exterior foi adquirido, em 1920, por Artur Brandão, primeiro promotor do Parque Mayer. Tendo sido comprado no ano seguinte por Luís Galhardo, jornalista, escritor e empresário que, com outros dez sócios, constituiu a Sociedade Avenida Parque, Lda. Neste espaço com muita luz, como ficou conhecido também, pois à época ainda poucos locais possuíam luz eléctrica, foram construídas casas de espectáculo que acabaram por se especializar no género de teatro de revista, associando-se a outras atracções de carácter lúdico, como restaurantes, teatros de fantochas (ou robertos), barracas de "tirinhos", fotógrafos e carrosséis, que juntavam muito público. Em 1930 efectuaram-se alguns melhoramentos no recinto, nomeadamente a construção do pórtico de entrada, com desenho do arquitecto Luís Cristino da Silva (1896 - 1976), impondo-se desde então o nome Parque Mayer como designação genérica. Com instalações precárias, o Parque Mayer foi-se tornando, aos poucos, um sítio carismático de diversão e boémia na cidade de Lisboa. Nos anos 30, começou por funcionar com divertimentos como barracas dos "tirinhos", carrinhos de choque, carrosséis de feira, "roleta diabólica", atracções várias, como o circo do El Dorado, e combates de boxe e luta-livre. Deste modo, o Parque Mayer rapidamente se tornou um recinto de convívio e de feira ao ar livre, onde não faltavam restaurantes, bares, cabarets, retiros e tascas, atraindo um público aficionado. Em 1932, por sugestão de Leitão de Barros, realizou-se aí o primeiro desfile de grupos representantes dos bairros lisboetas que, posteriormente, dará origem às Marchas Populares. Neste espaço, a que acorria um público ávido de diversão, foram sendo construídos vários teatros: o Teatro Maria Vitória (1922), o Teatro Variedades (1926), e o Teatro Capitólio (1931), sendo este, pelo traço do arquitecto Luís Cristino da Silva, um importante marco da arquitectura modernista em Portugal. Em 1956 edificou-se o último dos recintos, o Teatro ABC, que encerrou definitivamente em 1997. Outras casas de espectáculo tiveram vida mais efémera, como foi o caso do Teatro Recreio em 1937, que foi edificado por iniciativa do empresário Giuseppe Bastos (1911 - 1975) e esteve apenas três anos em funcionamento. De referir que foi no dia 1 de julho de 1922, que subia o pano no Teatro Maria Vitória com a Revista "Lua Nova", da autoria de Ernesto Rodrigues, Henrique Roldão, Félix Bermudes e João Bastos, com números músicas assinados pelo maestro Raul Portela e direcção musical do maestro Alves Coelho, com Elisa Santos, Amélia Perry, Jorge Roldão e Joaquim de Oliveira. De muitos outros grandes sucessos representados no Teatro Maria Vitória, destaque para, ainda na década de 20, mais propriamente em 1926 da Revista "Foot-Ball". Aqui representaram-se e continuam a representar-se, alguns dos maiores sucessos da Revista à portuguesa em Portugal ao longo de décadas. Seguiu-se o Teatro Variedades, estreado com a revista "Pó de Arroz" em 8 de julho de 1926. Dos primeiros êxitos a estrear no Teatro Variedades foi a Revista à portuguesa "Chá da Parreirinha" em 1929. Nos teatros do Parque Mayer começaram carreiras artísticas de nomes que viriam a se de referência na Revista à portuguesa e não só. Entre muitos nomes, é exemplo disso Eugénio Salvador Marques da Silva (1908 - 1992), um nome que vira a ser referência no panorama teatral da Revista à portuguesa e também como bailarino. Após ter-se formado no Conservatório, dedicou a sua vida artística à comédia, estreando-se profissionalmente na Revista "Grão de Bico" em 1927 no Teatro Maria Vitória. Daí para a frente, tornou-se uma das figuras maiores do teatro português, tendo protagonizado perto duma centena de peças, na sua grande maioria do género revisteiro no Teatro Maria Vitória e no Teatro Variedades. Com as alterações politicas que se iniciam em Portugal a partir de 1933, também o teatro de Revista à Portuguesa sofre alterações e a censura será uma realidade nas décadas que se seguem. Os números das Revistas e letras de canções são censurados, só algumas rabulas ao novo regime do Estado Novo e a António de Oliveira Salazar (1889 - 1970), passam despercebidas ao famoso "lápis azul" dos censores do regime. Será no entanto uma época em que os conteúdos das rábulas e as criticas sociais vão ser mais elaboradas de modo a passar à censura que as irá acompanhar até ao fim do regime. Foi igualmente uma época de grandes sucessos do teatro da Revista à portuguesa. Este género de espectáculo, contou sempre com artistas, cenógrafos e figurinistas que com o seu talento, ajudaram a dar cor, brilho, glamour, aos actores, bailarinos e cenários. O cenógrafo e figurinista António José Pinto de Campos (1908 – 1975), foi um desses profissionais, talvez um dos mais emblemáticas do Parque Mayer. Estreou-se como cenógrafo e figurinista em 1931, na revista “O Estaladinho”, apresentada no Teatro Maria Vitória. Trabalhou essencialmente como cenógrafo e figurinista no teatro de Revista à portuguesa, em cerca de 140 espectáculos, embora tenha participado também em espectáculos de teatro declamado e em cinema. O seu trabalho rigoroso e inventivo, inspirado nos musicais da Broadway e no cabaret parisiense, pautava-se por um modernismo discreto. Desde o seu primeiro trabalho, manteve esta actividade até ao final da sua vida, estando presente em diversos espectáculos de grande êxito, em todas as companhias e palcos. Outros profissionais desta área, uns mais conhecidos que outros, deram o seu talento a muitos espectáculos de Revista à portuguesas como cenógrafos e figurinistas. No espaço do Parque Mayer, o Cine-teatro Capitólio também exibiu teatro de revista e estreia-se com este estilo de teatro em 1938 com a revista "Pega-me ao Colo". Os anos da Segunda Guerra Mundial são considerados os mais negros para a Revista à portuguesa, devido ao mal estar que se vivia e o receio de eventuais represálias sobre a cidade de Lisboa por parte dos alemães. A cidade de Lisboa mesmo com os seus edifícios históricos e monumentos protegidos por sacos de areia e as janelas de muitas habitações e montras estabelecimentos comercias protegidas com fitas de papel adesivas para evitar quedas de vidros em caso de ataques, continuou, apesar desta crise, com muitos sucessos de espectáculos de teatro de Revista à portuguesa. Exemplos de alguns desses sucessos de espectáculos em tempo de guerra foram as Revistas à portuguesa  "A Tendinha" em 1941, da autoria de Xavier de Magalhães, Silva Tavares, A. do Vale e A. Nazaré, "A Voz do Povo" em 1942, da autoria de Ascensão Barbosa, A. Nazaré, A. Cruz e António Porto ou "Cantiga da Rua" em 1943, da autoria de António Porto, Aníbal Nazaré e Nelson de Barros, entre muitas outras. 


Palacete Lima Mayer, onde nos seus jardins se virá a instalar o Parque Mayer em 1922 
(arq. AML)
 


Luiz Galhardo  1874 -1929
um dos primeiros promotores
do Parque Mayer
(col. pess.)



Esplanada no Parque Mayer com luz eléctrica em meados dos anos 20 (arq. AML)



Um dos muitos restaurantes no Parque Mayer em meados dos anos 20 (arq. AML)



Teatro de fantoches no Parque Mayer em meados dos anos 20
(arq. AML)


Barraca de "tirinhos" no Parque Mayer em meados dos anos 20 (arq. AML)
 
 

Fotógrafo Lusitana no Parque Mayer e seus frequentadores nos anos 20 (arq. AML)



Barraca de petiscos e divertimentos no Parque Mayer no início dos anos 30 (arq. AML)
 



Alusão ao ambiente do Parque Mayer nos anos 20 30
numa ilustração de Bernardo Marques (col. priv.)



Entrada lateral do Teatro Maria Vitória, o primeiro do Parque Mayer, 
onde grandes sucessos da Revista à portuguesa se representariam,
em meados dos anos 30 (arq. AML)


Aspecto do Parque Mayer, vendo-se em primeiro plano o Teatro Maria Vitória
(arq. AML)


Capa de partitura com canções da primeira Revista à portuguesa estreada 
no Parque Mayer, "Lua Nova", no Teatro Maria Vitória 
em 1 de julho de 1922 (col. priv.)


Anúncio à Revista à portuguesa "Foot-Ball" no Teatro Maria Vitória em 1926 (col. priv.)



   
                                        Coristas do elenco da Revista "Foot- Ball" no Teatro Maria Vitória em 1926 (arq. priv.)




Fachada e lateral do Teatro Variedades onde se representaram muitos e famosos êxitos
da Revista à portuguesa no Parque Mayer em medos dos anos 30 (arq. AML)


Anúncio da primeira Revista à portuguesa "O Pó d'Arroz",
que inaugurou Teatro Variedades no Parque Mayer 
em 8 de julho de 1926 (col. priv.)


Cartaz da Revista à portuguesa "Chá da Parreirinha"
no Teatro Variedades em 1929 (col. priv.)



Quadro da Revista "Chá de Parreira" no Teatro Variedades em 1929 (arq. Museu Nacional do Teatro)


                 
Capa da partitura do fado do "Grão de Bico" da Revista à portuguesa 
com o mesmo titulo estreada no Teatro Maria Vitória em 1927 
(col. priv.)


Eugénio Salvador 1908 - 1992, actor de referência
 no panorama teatral da Revista à portuguesa 
(arq. pess.)



                                             
Texto de canção cortado com o "lápis azul" e classificado
 pela censura do Estado Novo (arq. priv.)




Cineteatro Capitólio onde alguns êxitos da Revista à portuguesa
se viriam a representar, em meados dos anos 30 (arq. AML)


Aspecto da esplanada do Cineteatro Capitólio nos anos 40 (arq. AML)


Cartaz da Revista à portuguesa "Pega-me ao Colo", a primeira que estreou
 no Cineteatro Capitólio em 1938 (col. pess.)




Vista aérea do Parque Mayer em meados dos anos 30 já com os seus teatros (arq. AML)


                                                 
Textos cortados e marcados com o "lápis azul" 
da censura do Estado Novo (arq. priv.)




Reportagem do Notícias Ilustrado sobre a Revista à portuguesa "A Pérola da China",
no Teatro Maria Vitória em 1934 (col. priv.)



Quadro de Revista à portuguesa no Teatro Maria Vitória com Beatriz costa em meados dos anos 30
(arq. priv.)



 Quadro da revista Cartaz de Lisboa, com Mirita Casimiro, no Teatro Maria Vitória em 1937
(foto da col. de Octávio Sedas)



Coristas no Teatro Maria Vitória em meados de 1940 (arq. priv.)


                        
Reclame do jornal O Século da Revista "Bailarico" 
no Teatro Maria Vitória em 1940 (arq. priv.)




Vista geral do Parque Mayer em 1945 (arq. AML)




No dia 8 de novembro de 1951, é inaugurado o Cine-teatro Monumental na Praça Duque de Saldanha em Lisboa, arrendado pelo empresário Vasco Morgado (1924 - 1978), que se propôs apresentar ali espectáculos de teatro diversos e onde também se vieram a representar algumas peças de Revista à portuguesa. Passando este teatro, a ser uma grande concorrente do Parque Mayer na década de 1950 e 60. Um dos grandes sucessos aconteceu com a peça “Esta Lisboa que eu Amo”, de 1966 da autoria de Aníbal Nazaré, António Cruz e Fernando Ávila. Muitas vezes estavam peças a decorrer ao mesmo tempo e com grande sucesso. Finalmente em 13 de janeiro de 1956 abre as portas o último espaço dedicado ao teatro de Revista à portuguesa no Parque Mayer, o Teatro ABC, com a revista "Haja Saúde!" de Frederico de Brito e Carlos Lopes, com Curado Ribeiro e Maria Domingas. Desde as décadas de 20 e nas décadas seguintes até aos anos 60, os sucessos de peças da Revista à portuguesa sucederam-se em catadupa nos teatros do Parque Mayer, havendo muitas peças em exibição ao mesmo tempo sem que existisse concorrência entre eles. Também muitas histórias de vida dos actores e gente do espectáculo, umas felizes outras infelizes, ali aconteceram. Nasceu neste espaço mítico da Revista à portuguesa por excelência, como que um mundo à parte. Muitos dos grandes temas da música ligeira portuguesa e do fado, nasceram em alguns destes grandes êxitos da Revista à portuguesa. Este fenómeno irá acontecer até ao final dos anos 60. De tão populares que se tornaram alguns  destes temas, muitos eram cantados pelo povo, nos teatros e circos ambulantes por todo o país, tornando-as nas chamadas "Melodias de Sempre".


 Cine-teatro Monumental na Praça Duque de Saldanha em 1951 (arq. AML)



Anúncio da Revista à portuguesa
 "Esta Lisboa que eu Amo", 
no teatro Monumental 
em 1966
 (col. priv.)



                  
Teatro ABC no Parque Mayer, em meados dos anos 60 (arq. AML)




Anúncio da Revista à portuguesa "Haja Saúde!" que estreou na inauguração do teatro ABC em 1956
(arq. priv.) 




Quadro de Revista à portuguesa no Teatro Maria Vitória com o actor Eugénio Salvador
em meados dos anos 60 (arq. priv.)


                           
Figurino do teatro de Revista à portuguesa de 1967 
por Henrique Moreira (col. priv.)





Grandes temas da música ligeira portuguesa e do fado que nasceram de alguns destes grandes êxitos da Revista à portuguesa do Parque Mayer e de outros teatros de Lisboa, alguns já desaparecidos. Nasceram as chamadas Melodias de Sempre que podem ser recordadas aqui:
 






A história do Parque Mayer é indissociável do percurso político, social e cultural do país. No início dos anos 70 assistiu-se, neste espaço, a uma completa renovação de autores, artistas e da própria estrutura da Revista à portuguesa, como foi o caso, em 1972, de "É o fim da macacada", de Francisco Nicholson, Gonçalves Preto e Nicolau Breyner, no Teatro ABC. Após o 25 de abril, compreensivelmente, os autores apressaram-se a colocar em cena os quadros que tinham sido interditados anteriormente pela censura. Das piadas e sátiras sociais nas entre linhas usadas anteriormente, o uso do palavrão passou a ser recorrente em muitos dos textos levados à cena, em muitos casos com alguns excessos despropositados, redundando mesmo em pura obscenidade. Luiz Francisco Rebello na sua obra refere que as revistas no Parque Mayer oscilavam, neste período, "entre uma difícil e duvidosa neutralidade e uma viragem radical à direita". O Parque Mayer, situado junto à Avenida da Liberdade, do lado ocidental, entre a Rua do Salitre e a Praça da Alegria, este recinto viveu o seu apogeu entre as décadas de 30 e de 70 do século XX, tendo, desde aí, entrado em declínio. Neste espaço estrearam-se e ganharam fama artistas do teatro e da canção, que souberam fidelizar um público entusiasta. Assim, alguns trabalhadores do Teatro ABC decidiram sair do Parque Mayer para formar, em 1974, uma cooperativa de teatro: o designado Teatro ÁDÓQUE. Este novo conceito de teatro, propunham-se fazer um teatro de Revista de tendências progressistas, e fixaram-se no Martim Moniz, num teatro desmontável que fora pertença da Companhia Rafael de Oliveira. Possuíam ainda um jornal, o Jornal ÁDÓQUE, onde eram divulgados os espectáculos produzidos por esta companhia. Na abertura deste novo conceito de teatro, a 23 de setembro de 1974, estreia a Revista à portuguesa "Pides na Grelha". De entre outros grandes sucessos deste teatro foi a Revista à portuguesa "A Grande Cegada" em 1976 e ainda "Taram Tam Tam não Enche Barriga", também de 1976. No Parque Mayer mantiveram-se os artistas com uma ideologia mais conservadora e o repertório ressentiu-se, por vezes, desse excessivo zelo. É neste período do pós 25 de abril que a RTP dá inicio a diversas produções de programas de entretenimento que vão buscar muito da essência, alguns quadros humorísticos e actores da Revista à portuguesa, que se representava nos palcos dos teatros até então. De certa forma este facto banaliza um pouco o conceito e os quadros humorísticos da Revista à portuguesa passam a chegar ao publico sem que estes tenham de sair e ir ao teatro. O teatro de Revista perde de certa forma e entra em crise desde então, não deixando no entanto de ter a sua magia que a TV não consegue transmitir com a os actores, bailarinos e cenários ao vivo no palco. Este género de representação da Revista à portuguesa tem-se reinventado, adaptado e mantido, apesar das dificuldades. Muitos outros teatros e Companhias levaram à cena e continuam a fazê-lo, com peças de teatro de Revista à portuguesa, umas mais elaboradas que outras, algumas até roçando o estilo do musical da Brodway, mas o espírito está lá. São exemplos, o encenador Filipe La Féria no Teatro Politeama que na sua carreira de produtor e encenador já levou alguns espectáculos de Revista à cena. Também a Academia de Santo Amaro tem levado ao palco algumas Revistas à portuguesa, funcionando aliás como uma escola para novos talentos neste género de arte cénica. De referir que também no espaço Belém Clube se têm representado algumas peças de Revista à portuguesa de grande sucesso. Alguns grupos independentes como a Cartaz Produção de Espectáculos criada pelo actor Luís Aleluia em 1991, têm produzido algumas peças de Revista à portuguesa de sucesso como "Ó Zé Bate o Pé!".  Nos anos áureos do Parque Mayer, os espectáculos tinham duas sessões durante a semana (incluindo ao sábado) e três aos domingos e feriados, empregando com isso centenas de pessoas entre artistas, costureiras, carpinteiros, técnicos de iluminação, e vários outros profissionais envolvidos na produção de espectáculos de revista. Mesmo com os quatro teatros a apresentarem espectáculos em simultâneo, as lotações esgotavam muitas vezes. Durante mais de um século, o teatro de revista ou a Revista à portuguesa, constitui uma janela de crítica política e social em que, curiosamente, ao longo dos tempos e das sucessivas situações e regimes, houve maior liberdade de espectáculo e de texto do que no teatro declamado. Talvez porque se pensasse que a Revista à portuguesa, e designadamente o Parque Mayer, não provocava crises políticas. No início do século XXI apenas o Teatro Maria Vitória apresentava alguma (esporádica) actividade com espectáculos de teatro de revista, por iniciativa do empresário e produtor Hélder Freire Costa. O Parque Mayer teve nos últimos tempos, altos e baixos, desde projectos para a sua recuperação, uns que ficaram pelo caminho, até outros que seguiram com sucesso para a frente. No entanto viu-se recentemente algo de positivo com a recuperação do Teatro Capitólio e para breve do Teatro Variedades a ser uma realidade no que respeita a recuperação. No meio de todas estas crises e altos e baixos do espaço do Parque Mayer, resistiu e resiste o mais antigo teatro deste espaço, o Teatro Maria Vitória, também chamado de "catedral" da Revista à portuguesa, que praticamente nunca parou a sua actividade, graças ao empenho e gosto pela arte do empresário Hélder Freire Costa, que comemorou 54 anos de carreira como empresário teatral, chamado por muitos e bem, um resistente.





Entrada do Parque Mayer junto às bilheteiras no início dos anos 70 (arq. AML)


 
Fachada do Teatro ABC local de muitas representações de sucesso da Revista à portuguesa,
em meados dos anos 80 com estreia de peça erótica (arq. AML)



              
Cartaz da Revista à portuguesa "Pides na Grelha", que estreou na inauguração oficial
do Teatro ÁDÓQUE em 23 de setembro de 1974 (col. priv.)




Teatro ÁDÓQUE em 1976 onde se tentou representar um teatro de Revista de tendências progressistas
(arq. AML)




Cartaz da Revista à portuguesa "A Grande Cegada "do Teatro ÁDÓQUE em 1976 (col. priv.)


Jornal do ÁDÓQUE de 1976, apresentando a Revista "Taram Tam Tam não Enche Barriga"
 (col. Calos Caria)



Quadro da Revista "O Bombo da Festa" com Herman José, Henrique Santana e Eugénio Salvador,
em 1976 no Teatro Maria Vitória (arq. priv.)




Cartaz da Revista á portuguesa "ASA é Formidável!" da Academia de Santo Amaro em 2014 (arq. priv.)



Cartaz da Revista à portuguesa "Estás bem... Ou vens p'ra Belém!" do Belém Clube de 2018
(arq. priv.)




Teatro Politeama durante a exibição do espectáculo "Grande Revista à Portuguesa" em 2014
(arq. priv.)


Cartaz da Revista "Portugal à Gargalhada" de 2017 no Teatro Politeama
(arq. priv.)



Cartaz da Revista à portuguesa "Ó Zé Bate o Pé!" d
o grupo independente Cartaz de 2017 (arq. priv.)




Cartaz da Revista à portuguesa "Portugal em Revista" no Teatro Maria Vitória em 2017 (arq. priv.)
 

Quadro da Revista à portuguesa "Portugal em Revista" no Teatro Maria Vitória em 2017
(arq. priv.)





Aspecto dos três teatros históricos existentes no Parque Mayer recuperados
e em fase de recuperação na actualidade (foto Paulo Nogueira)
 

Fachada do renovado Teatro Capitólio no Parque Mayer
(foto Paulo Nogueira)


Teatro Variedades no Parque Mayer, numa fase de recuperação na actualidade
(foto Paulo Nogueira)




Aspectos do Teatro Maria Vitória a "Catedral" da Revista à portuguesa no Parque Mayer na actualidade
(fotos Paulo Nogueira)



Palco do Teatro Maria Vitória, o mais antigo teatro do Parque Mayer (foto RD)





Hélder Freire Costa, o empresário e produtor do Teatro Maria Vitória 
(foto Paulo Ribeiro)






E graças a essa resistência do empresário Hélder Freire Costa e de toda a sua magnifica equipa, como tem sido hábito, todos os anos, felizmente, fez-se uma vez mais história no Teatro Maria Vitória e no Parque Mayer, com a estreia este ano de mais uma Revista à portuguesa. Desta vez aconteceu a antestreia no passado dia 5 de setembro da revista "Parque Mania". Um espectáculo, como sempre, que mantém a tradição da verdadeira Revista à portuguesa, de uma Companhia entusiasta e talentosa. Com textos da autoria de Miguel Dias, Flávio Gil e Renato Pino, músicas da autoria de Eugénio Pepe, Miguel Dias e Carlos Pires, a encenação, coordenação e direcção de ensaios de Flávio Gil, com os actores Paulo Vasco, Flávio Gil, Rosa Maria Villa, Susana Cancela, Pedro Silva, Patrícia Teixeira e como revelação e atracção do fado Elsa Casanova, com uma voz inconfundível. Uma Revista à portuguesa como sempre com muita luz, cor, fantasia, glamour, quadros hilariantes com rábulas muita bem escritas e magnificas interpretações, sempre com a crítica social, política e desportiva à mistura, que diverte e faz pensar na realidade que vivemos no nosso pais assim como no mundo. Conta ainda com belíssimas canções e fantásticas coreografias. Estão uma vez mais todos mas todos de Parabéns, desde técnicos, cenógrafos, costureiras, patrocinadores e todos os que colaboraram de forma directa e indirecta por todo o trabalho e empenho demonstrado em mais este novo projecto, que para além de divertir mantém viva a tradição do verdadeiro e único teatro de Revista à portuguesa. Sem levantar muito o "véu", pois há muitas e boas surpresas, é um excelente espectáculo de revista a não perder e que vale a pena assistir no Teatro Maria Vitória no Parque Mayer.


De Quinta a Sexta-feira às 21:30h

Sábado e Domingo às 16.30h e 21:30h


Viva pois o teatro, Viva a Revista, Viva o Teatro Maria Vitória..!





Cartaz principal da Revista à portuguesa "Parque Mania" no Teatro Maria Vitória em 2018 (arq. priv.)
 



 
Cartaz sob a entrada das bilheteiras do Parque Mayer no dia da antestreia
da Revista à portuguesa "Parque Mania" (fotos Filipa Gaspar)



Teatro Maria Vitória no dia da antestreia da Revista à portuguesa Parque Mania
(foto Filipa Gaspar)



 
Exterior do Teatro Maria Vitória na noite da antestreia da nova Revista à portuguesa
"Parque Mania" em 5 de setembro de 2018 (fotos Paulo Nogueira)



Palco do Teatro Maria Vitória com alguns convidados no dia da antestreia
da Revista à portuguesa "Parque Mania" (foto RD)




Agradecimentos finais do elenco e equipa de produção em palco na noite da antestreia
da nova Revista à portuguesa "Parque Mania", no Teatro Maria Vitória
(fotos Paulo Nogueira)











Para mais informações aceda por favor a:


https://www.teatromariavitoria.com/maria-vitoria.htm





Texto:
Paulo Nogueira



Fontes e bibliografia:
REBELLO, Luiz Francisco, História do Teatro de Revista em Portugal. Vol.I. e II., Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1984
TRIGO, Jorge / REIS, Luciano, Parque Mayer, (1922/1952) Vol.I., Editora Sete Caminhos, Lisboa, 2004
DIAS, Marina Tavares, Lisboa Desaparecida, vol. 9, Quimera Editores Lda, Lisboa, 2007
Publicação on line Teatro Maria Vitória


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